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segunda-feira, junho 30, 2008



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Pérolas ˆ Edição Extra
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No blog escrevi sobre Roberto Teixeira e a "república dos compadres": "O problema do governo Lula é o problema do Brasil desde sempre: ao contrário do que pregaram a vida toda, os petistas e seus aliados tratam o poder como casa da mãe Joana (...). Cumprem direitinho a descrição de Sérgio Buarque da supremacia dos laços pessoais sobre os critérios técnicos. (...) Não me importa que haja corrupção em toda parte. O que me importa é que ela seja tão grande e tão culturalmente justificada no Brasil." Este último ponto é fundamental. Muitos leitores dizem que corrupção tem em todo lugar e acrescentam que o problema é o "capitalismo"...
Mas qual capitalismo? Quem disse que o Brasil é verdadeiramente capitalista, ou que tenha aprendido todas as lições do capitalismo moderno? A cultura do Estado-mãe não é defesa dos pobres, mas inimiga de uma economia mais produtiva e dinâmica que permita um crescimento que distribua renda não exclusivamente por programas sociais. Criar ambiente de negócios favorável ao lucro e à geração de empregos de todos os tipos - não apenas os de pouca qualificação - é tão importante quanto dar educação. Agora olhe o atual momento econômico: juros altos, pressão inflacionária, endividamento crescente, ensino péssimo... e a máquina pública gastando mais e mais. Qual capitalismo?

Daniel Piza no Estado



Acontecimentos alarmantes na ilha
De vez em quando eu fico tenso com a vida na cidade grande, bombardeado por uma massa de opiniões e notícias contraditórias, contaminado pela paranóia geral e assombrado por todos os lados, que me dá vontade, como dá a muita gente, de me pirulitar, como se dizia antigamente. E, imagino que ao contrário da maioria dos que querem pirulitar-se, já tenho até aonde ir. Perdoem-me se repito o que disse o baiano Otávio Mangabeira, mas talvez alguns entre vocês ainda não conheçam essa observação. Segundo contam, ele disse que, quando o mundo acabar, a baianada só vai saber cinco dias depois.

Isso na Bahia. Em Itaparica, que fica perto mas é outro solo, sempre pensei que o prazo seria bem maior, a ponto de o sujeito poder pegar um saveiro lá, ir ao continente assistir um bocadinho ao fim do mundo e voltar para contar ao pessoal da ilha. Sossego, sossego, nada de ler jornal, conversar sobre política ou dar alguma pelota para o que acontece aqui fora. Agora então, que Arquivo morreu - Deus o tenha, se bem que eu tema até pela paciência d?Ele com Arquivo, acho que mesmo São Francisco ia ter de resistir a dar umas bolachas nele -, pode-se pegar uma moquequinha de ostra no restaurante do Negão na santa paz e pode-se tentar reaprender a viver humanamente e sem eventuais ganas de homicídio nos vindo à mente.

Mas este mundo é prenhe de surpresas e as novidades que lhes trago da ilha, em absoluta primeira mão, são, creio que posso dizer, inquietantes, alarmantes mesmo. Recrudesce o movimento separatista que tem raízes seculares e que só não foi à frente, como já lembrei aqui, porque o pessoal ficava adiando a proclamação da independência para a próxima segunda-feira. Dizem - não sei ao certo porque não me confirmaram - que o aplaudido orador Jacob Branco (assim chamado para distingui-lo de seu irmão de pai e mãe Jacob Preto) foi quem trouxe o assunto novamente à baila. Defendeu com brilho que lá somos todos afrodescendentes - e, portanto, negros. Sua tese é que deveríamos entrar logo com uma ação para declarar a ilha um quilombo independente, com direito a uma indenização permanente dada por alguém aí.

Quando o negócio já estava bem encaminhado e eu asseverei que minha avó paterna era mulatona sem a menor sombra de dúvida, garantindo, assim, minha cidadania no novo regime e reforçando o fato de eu haver nascido lá, soube que Sérgio Pita, sempre uma liderança discreta mas eficaz e, além disso negro mina, segundo seu finado tio e meu amigo Zé de Honorina, ou seja, negro abusado, abriu fogo contra esse negócio de todo mundo querer ser negro, não era assim, não, não era para qualquer um, não. Telefonei para ele preocupadíssimo, mas ele me tranqüilizou, pois não só eu sou nativo como uma vez ele viu minha avó e quase toma a bênção, achando que era tia dele. Mas não ia abrir mão de sua posição. Negro com ele não era só no gogó, não, tinha que provar. Edson do bar de Espanha, por exemplo, podia ser metido a negro, mas, com aqueles olhos verdes, ia ter de se submeter a uma perícia.

A discussão esquentou muito e ficou ainda mais complicada porque Totó apareceu com umas complicações de vereador. Propunha a volta da velha tabela racial baiana, cada uma com sua legislação específica. Graças a Deus eu não estava lá, porque soube que quase sai cacete na reunião e Xepa deu um chute na canela de Jacob Preto, porque queria a classificação de mulato craro e não de pardo, como tinha sido solertemente insinuado. Totó lembrou, entre outras, as seguintes categorias: a) nego preto roxinho ou lustroso; b) nego normal, sem brilho na pele; c)mulato escuro, mulato mulato e mulato craro; d)pardo; e)gazo (nego preto a mulato, porém de zóio craro, como Edson); f) cabo-verde (nego preto ou levemente raceado, com o cabelo liso); g)sarará (branco do cabelo duro); h)alemão, nego do cabelo vermelho, ou senão de zóio craro e sardas; i)caboco (nego misturado com uma porção de coisas, até japonês, como havia certos casos na ilha); j)branco-da-terra, o branco de lá mesmo, que todo mundo sabe que também é raceado, como o próprio Jacob Branco; j) e, finalmente, o branco-branco xexelento, como os turistas.

Ninguém concordou em nada e de novo o projeto de independência parecia destinado ao fracasso, quando a figura salvadora de Zecamunista voltou de uma excursão pelo Estado em que tomou dinheiro de meia Bahia no carteado e disse que ali era todo mundo burro, inclusive eu, porque estava na cara que o caminho da independência da ilha não era nada de quilombo e que, se fosse por raça, cada itaparicano era uma raça, inclusive ele, que é raceado até com árabe. Nada de raça, nós éramos todos índios nativos, isso, sim, que estava muito mais na moda. Tínhamos ficado misturados assim por causa das invasões estrangeiras, em terra de homens tão sedutores e mulheres tão de venta acesa quanto a ilha. Mas éramos todos índios e, se uns mil ianomâmis tinham direito a umas duas Dinamarcas, os 30 mil itaparicanos tinham direito a nossa ilha. E foi tão convincente que Sérgio Pita mudou o nome para Tibiriçá dos Santos Ogum-Ê e o próprio Zecamunista declarou doravante se chamar Pataxó Ib'n Harafush Axé-Opô Marx van der Hagen.

E agora ninguém segura mais a ilha, só se os americanos bloquearem, mas não bloqueiam, porque as americanas, ho-ho, não deixam. Zecamunista já criou até a moeda nacional, equiparada ao euro. Espanha se recusou a aceitar a nova moeda em seu estabelecimento, mas os revolucionários imprimiram um milhão de cuiúbas (nome da nova moeda, em homenagem ao saudoso filósofo) no mimeógrafo que sobrou da escola de Seu Didi e agora os gringos que chegarem vão ter de trocar seus euros por cuiúbas, pau a pau. Enquanto o mimeógrafo durar, ninguém pode negar, é o desenvolvimento sustentável.

João Ubaldo Ribeiro

domingo, junho 29, 2008




São Paulo, domingo, 29 de junho de 2008



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A escalada contra a imprensa

ROBERTO ROMANO


Discutir plataformas políticas é o mais comezinho dever de quem diz servir ao povo. Proibir isso é subverter a essência democrática


A CIDADANIA brasileira, cansada de lutar contra os desvios do Executivo e do Legislativo, hoje testemunha a instalação do arbítrio em várias ações de magistrados. Alguns juízes e promotores extrapolam os legítimos limites de seu múnus, desprezam os contribuintes e decidem o que as "pessoas comuns" podem ler, ver, ouvir. As desculpas para a censura enunciam a defesa dos costumes, a luta contra a corrupção ou normas emanadas do próprio Judiciário. Assim, magistrados assumem o papel de legislar.
Seria importante rever os momentos inaugurais do Estado moderno para intuir o desvio que se evidencia no Brasil, sobretudo nos atentados à livre imprensa. Os juízes, afirma Bacon ("Of judicature"), "devem recordar que seu ofício é "jus dicere", e não "jus dare". Interpretar a lei, e não legislar. O dever do juiz é suprimir a força e a fraude, pois a força é mais perniciosa quando aberta, e a fraude, quando oculta e disfarçada. Os juízes devem se acautelar contra as construções sistemáticas e inferências, pois não existe tortura pior do que a tortura das leis. (...)
Tudo o que estiver além disso é demasiado e procede da glória, do comichão de falar, da impaciência em ouvir, da memória curta ou da falta de atenção". A escalada rumo ao arbítrio de algumas togas não é de ontem. Ela se une aos atos de promotores que, por excesso de zelo ou desejo de potência, reivindicam para si mesmos a tutela da cidadania.
Em 2005, o procurador Bruno Acioli tenta quebrar o sigilo jornalístico, sob o pretexto de combate à corrupção. Neste espaço (3/12/05), ele transforma um mandamento constitucional ("A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição", art. 220) em via para flexibilizar o sigilo jornalístico.
Evoca o autor o caráter sistemático das garantias democráticas: "(...) a liberdade de manifestação de pensamento, o direito à informação e o sigilo de fonte estão intimamente ligados. Conseqüência disso é que não haverá que se falar em manutenção do sigilo de fonte todas as vezes em que esse for prescindível ao exercício profissional ou sempre que o indigitado sigilo deixar de atender a sua função social, a saber: garantir o acesso de todos à informação e à liberdade de manifestação de pensamento". Soberano, diz um jurista totalitário, é quem decide sobre a exceção. Perguntemos: quem decide, como decide, por que alguém decide ser a quebra do sigilo prescindível "ao exercício profissional"? Quem decide que o "indigitado" sigilo perdeu a sua função social? O procurador e o juiz?
Ficamos sabendo que existem mentes superiores que decidem sobre a suspensão de direitos, pois o sigilo implica um complexo de direitos que o sustenta. "Inexistem direito ou garantia absolutos. Nem mesmo o direito à vida é ilimitado, haja vista a possibilidade de aplicação da pena de morte na hipótese de guerra" (Acioli). O direito à vida é ilimitado. Quem o nega abre as portas para as violações resultantes. Apelar para a guerra para suspender direitos, quando não existe guerra, é antecipar algo sinistro.
E algo sinistro surgiu como fruto da beligerância contra a imprensa. Revistas e jornais têm sido censurados com base em normas cuja magnitude não é a da própria Constituição. Nas multas à Folha e à revista "Veja", por entrevistas com candidatos à Prefeitura de São Paulo, as sanções se deviam a uma ordem que, reconhecida a sua inconveniência, foi modificada por quem de direito. No caso da censura imposta ao "Jornal da Tarde", a questão é ainda mais complexa.
Voltemos às notas de Bacon, um instaurador do Estado moderno: antes de sentenciar (antes mesmo de denunciar, no caso da Promotoria), a prudência recomenda ouvir os vários segmentos e o próprio autor que editou a norma. Esta, como reconhece o ilustre ministro Ayres Britto, vai contra a democracia, pois o núcleo do regime é o povo, único soberano.
O titular da "maiestas" deve saber, antes de votar, o que pensam e pretendem os candidatos à representação. Discutir plataformas políticas é o mais comezinho dever dos que afirmam servir ao povo. Proibir tal prerrogativa é subverter a essência democrática. E, para entender a liberdade de imprensa no regime democrático, é preciso captar o significado da própria liberdade política.
No verbete "liberdade" da "Enciclopédia" elaborada por Diderot, o dicionário que mais contribuiu para a civilização moderna, o essencial da liberdade está "na inteligência que envolve um conhecimento distinto do objeto da deliberação". Exatamente o que proíbe a norma, agora adaptada. Não seria preciso tanta celeuma. A imprensa apenas segue seu alvo: denunciar a força e a fraude, sobretudo quando elas são ocultas ou disfarçadas. Bastaria, portanto, prudência, respeito pelos cidadãos e por seus direitos. Bastaria que alguns juízes soubessem que sua missão é "jus dicere", não "jus dare".


ROBERTO ROMANO , 62, filósofo, é professor titular de ética e filosofia política na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e autor de, entre outras obras, "Moral e Ciência - A Monstruosidade no Século XVIII".

sábado, junho 28, 2008









UNICAMP-INSTITUTO DE FILOSOFIA E DE CIÊNCIAS HUMANAS (IFCH)

Curso do Professor Roberto Romano- Segundo Semestre de 2008.

CÓDIGO / TURMA NOME
HG 914A
Tópicos Especiais de Filosofia Política II
PRÉ-REQUISITOS
AA420 HG303/ AA200 AA420
CARGA HORÁRIA: (Nº DE HORAS POR SEMANA)
TEORIA 04 PRÁTICA 00 LABORATÓRIO 00 ORIENTAÇÃO 02 ESTUDO 04
ATIVIDADE À DISTÂNCIA: 00 HORAS AULA EM SALA 04
CRÉDITOS:


HORÁRIO:
6a.f - 08h às 12h


Roberto Romano da Silva
PED: A ( ) B ( ) ou C ( )
PAD
EMENTA

O curso se propõe a desenvolver tópicos em filosofia política, a partir de textos clássicos pertinentes, de acordo com as pesquisas em andamento no departamento de Filosofia.

PROGRAMA

O curso será dedicado ao estudo dos conceitos de ditadura e golpe de Estado, contrapostos às doutrinas de revolução e direito de resistência. A exposição teórica seguirá os textos fundamentais dos temas, a partir do século 16. Serão examinados os textos de Maquiavel, Gabriel Naudé, Inocent Gentillet, Buchanan, Suarez, Sexby e outros escritores que apresentaram, em variados matizes, a doutrina do tiranicídio e do direito de resistência ao poderes ilegítimos. Serão utilizados, para referências próximas ao nosso tempo, livros publicados por escritores revolucionários como Karl Marx, Karl Kautsky, Lenine, Trotsky e reacionários como Carl Schmitt, Leo Strauss, Karl Popper e outros.

Justificativa: no plano da filosofia política os conceitos de golpe de Estado, ditadura,resistência à tirania e revolução definem imensos territórios analíticos, com graves consequências práticas. Os estudantes de filosofia podem se munir, caso assim o desejem, de informações básicas sobre aqueles assuntos, o que possibilitará maior acuidade no exame de problemas centrais como o de regime democrático, Estado de direito, poder legítimo, soberania, etc.

PLANO DE DESENVOLVIMENTO

O curso será totalmente dado em aulas expositivas do professor, antecedidas de leitura domiciliar pelos alunos, recomendada pelo mesmo professor.

BIBLIOGRAFIA

A bibliografia será dada no primeiro dia de aula. Desde já os interessados poderão buscar nas bibliotecas as obras dos autores mencionados acima

FORMAS DE AVALIAÇÃO

Presença em sala de aula e um trabalho final, impresso, cujo tema será decidido, aluno por aluno, com o professor.

HORÁRIO DE ATENDIMENTO A ALUNOS
Sextas-feiras a tarde inteira.

THE NEW YORK REVIEW OF BOOKS. "ANTIGO", MAS AINDA FORNECE MUITA MATÉRIA PARA O PENSAMENTO.
RR


Essay Linking Liberal Jews and Anti-Semitism Sparks a Furor

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Published: January 31, 2007

Correction Appended

The American Jewish Committee, an ardent defender of Israel, is known for speaking out against anti-Semitism, but this advocacy group has recently stirred up a bitter and emotional debate with a new target: liberal Jews.

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A J Mast for The New York Times

Alvin H. Rosenfeld is the author of an essay critical of liberal Jews that has generated heated debate.

An essay the committee features on its Web site, ajc.org, titled “ ‘Progressive’ Jewish Thought and the New Anti-Semitism,” says a number of Jews, through their speaking and writing, are feeding a rise in virulent anti-Semitism by questioning whether Israel should even exist.

In an introduction to the essay, David A. Harris, the executive director of the committee, writes, “Perhaps the most surprising — and distressing — feature of this new trend is the very public participation of some Jews in the verbal onslaught against Zionism and the Jewish State.” Those who oppose Israel’s basic right to exist, he continues, “whether Jew or gentile, must be confronted.”

The essay comes at a time of high anxiety among many Jews, who are seeing not only a surge in attacks from familiar antagonists, but also gloves-off condemnations of Israel from onetime allies and respected figures, like former President Jimmy Carter, who titled his new book on the Mideast “Palestine Peace Not Apartheid.” By spotlighting the touchy issue of whether Jews are contributing to anti-Semitism, both admirers and detractors of the essay agree that it aggravates an already heated dispute over where legitimate criticism of Israel and its defenders ends and anti-Semitic statements begin.

The essay, written by Alvin H. Rosenfeld, an English professor and the director of the Institute for Jewish Culture and the Arts at Indiana University in Bloomington, castigates a number of people by name, including the Pulitzer Prize-winning playwright Tony Kushner, the historian Tony Judt, the poet Adrienne Rich and the Washington Post columnist Richard Cohen, in addition to a number of academics.

Mr. Judt, whose views on Israel and the American Jewish lobby have frequently drawn fire, is chastised for what Mr. Rosenfeld calls “a series of increasingly bitter articles” that have “called Israel everything from arrogant, aggressive, anachronistic, and infantile to dysfunctional, immoral, and a primary cause of present-day anti-Semitism.”

A historian at New York University, Mr. Judt said in a telephone interview that he believed the real purpose of outspoken denunciations of him and others was to stifle harsh criticism of Israel. “The link between anti-Zionism and anti-Semitism is newly created,” he said, adding that he fears “the two will have become so conflated in the minds of the world” that references to anti-Semitism and the Holocaust will come to be seen as “just a political defense of Israeli policy.”

The essay also takes to task “Wrestling With Zion: Progressive Jewish-American Responses to the Israeli-Palestinian Conflict” (Grove Press), a 2003 collection of essays edited by Mr. Kushner and Alisa Solomon. Mr. Kushner said that he and Ms. Solomon took great care to include a wide range of voices in their collection, including those of Ms. Rich, the playwright Arthur Miller and various rabbis.

“Most Jews like me find this a very painful subject,” Mr. Kushner said, and are aware of the rise in vicious anti-Semitism around the world but feel “it’s morally incumbent upon us to articulate questions and reservations.”

Over the telephone, the dinner table and the Internet, people who follow Jewish issues have been buzzing over Mr. Rosenfeld’s article. Alan Wolfe, a political scientist and the director of the Boisi Center for Religion and American Public Life at Boston College, said, “I’m almost in a state of shock” at the verbal assaults directed at liberal Jews.

On H-Antisemitism (h-net.org), an Internet forum for scholarly discussions of the subject, Michael Posluns, a political scientist at the University of Toronto, wrote, “Sad and misbegotten missives of the sort below make me wonder if it is not the purpose of mainstream Jewish organizations to foster anti-Jewishness by calling down all who take from their Jewish experience and Jewish thought a different ethos and different ways of being as feeding anti-Semitism.”

Others have praised Mr. Rosenfeld’s indictment and joined the fray. Shulamit Reinharz, a sociologist who is also the wife of Jehuda Reinharz, the president of Brandeis University, wrote in a column for The Jewish Advocate in Boston: “Most would say that they are simply anti-Zionists, not anti-Semites. But I disagree, because in a world where there is only one Jewish state, to oppose it vehemently is to endanger Jews.”

Although many of the responses to the essay have referred to its subject as “Jewish anti-Semitism,” Mr. Rosenfeld said in a telephone interview that he was very careful not to use that phrase. But whatever it is called, he said, “I wanted to show that in an age when anti-Semitism is resurgent, Jews thinking the way they’re thinking is feeding into a very nasty cause.”

In his essay he says that “one of the most distressing features of the new anti-Semitism” is “the participation of Jews alongside it.” Like others, Mr. Cohen of The Washington Post complained that the essay cherry-picked quotations. “He mischaracterized what I wrote,” he said. “I’ve been critical of Israel at times, but I’ve always been a defender of Israel.” He did add, however, that a wide range of writers were named, some of whom have written inflammatory words about Israel. “He has me in a very strange neighborhood,” Mr. Cohen said.

Correction: February 3, 2007

An article in The Arts on Wednesday about an essay titled “ ‘Progressive’ Jewish Thought and the New Anti-Semitism” on the Web site of the American Jewish Committee referred incorrectly to the committee. Its stance on issues ranges across the political spectrum; it is not “conservative.”

NO SITE PROSA & POLÍTICA. A FALA DO APAIDEUTA MOSTRA QUE ELE IGNORA, ALÉM DE TODAS AS FALCATRUAS DE SEUS AMIGOS E COMPRADRES, A LÓGICA. EXPLICANDO: "FALSA MENTIRA" É VERDADE, EM BOA LÓGICA E NO PORTUGUÊS ESCORREITO. QUANTO À "INVENÇÃO", O TERMO NÃO DESIGNA MENTIRA OU VERDADE. TRATA-SE DE PROCEDIMENTO QUE DETERMINA UM ENUNCIADO. NA RETÓRICA, "INVENTIO" VEM COM A "ELOCUTIO". A ESTRUTURA DO DISCURSO E DOS VERSOS É REGIDA POR AQUELES MÉTODOS. PODE-SE INVENTAR MENTIRAS OU VERDADES. APAIDEUTA, APAIDEUTA, ATÉ QUANDO ABUSARÁS DA PALAVRA, COM SUAS ARTES DE PEDRO MALASARTES? E, COMO SEMPRE, MALASARTES ENCONTRA CRÉDULOS TOLOS OU ATILADOS DE MÁ FÉ, PARA PERPETRAR SEUS PASSA MOLEQUES.
RR



28/06/2008 às 08:20:00h
Uma criança mimada

(Giulio Sanmartini) Em entrevista coletiva na Venezuela, Lula afirmou que as suspeitas sobre a venda da Varig são "caso encerrado". Segundo Lula, a responsabilidade por responder pelas denúncias é de quem as lançou na imprensa.

“Eu quero que quem inventou a falsa mentira ou a falsa manchete, acho que quem fez isso tem que responder”, disse. “Se a pessoa que criou tudo isso, foi ao Congresso e não conseguiu explicar. Isso não é problema meu”, completou.

Que o caso ainda está em aberto e é público e notório, Lula e sua ministra da Casa Civil disseram tantas coisas contraditórias sobre essa negociata, que agora ele deve uma explicação ao país, não pode fazer como criança mimada que ao ser contrariado logo diz: “Agora não quero mais brincar”.



sexta-feira, junho 27, 2008




O EXCELENTE ALVARO CAPUTO, COM O EXTRA DO PÉROLAS





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Perolas – edição extra

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Dona Ruth
Que emoção estranha essa, de se comover com a dor alheia.Não sou de me emocionar assim tão fácil. Mas vendo a dor de FHC, o peito apertou.De repente, seus cabelos me pareceram mais brancos, suas mãos me pareceram sozinhas, agarradas ao amigo José Serra,como que na ausência das mãos que partiram. Mais sozinhas ainda, cruzadas sobre o peito, subitamente abandonadas.

Nossa dor de população é sincera, sobretudo por ser anônima. Nada do fingimento de alguns, que exibiram abraços e pesardiante das câmeras e flashes, mas logodesmascarados em imagens furtivas, ali mesmo, diante daquela que sequerdeveriam ter ido homenagear, vergonha tivessem.Malvado destino esse, de levá-la em data que deveria ser de festa. Deixando quase que irremediavelmente entristecidostodos os que respeitam a sobriedade e a elegância, a inteligência e a cultura, tão fora de moda nestes tristes dias.

email que recebi de uma amiga

Uma analise das diferenças.......
.....Que todos os criminosos paguem por seus atos, pertençam a que partido for. Mas eu faço, sim, a distinção entre quem corrompe a institucionalidade e quem “apenas” viola a legalidade. Sabem por quê? Porque a corrupção da instituição fica inscrita na memória do país.A distinção nem é minha, confesso. É de Padre Vieira, no Sermão do Bom Ladrão, já tantas vezes comentado aqui Vai de memória, mas é fácil achar na Internet: “O ladrão que rouba para comer não vai nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, são os ladrões de mais alto calibre e de mais alta esfera, os quais, já com manha, já com força, roubam e despojam os povos”. Ou mais adiante: “Uns ladrões roubam e são enforcados; outros roubam e enforcam”.Meu apreço pelo senhor Paulo Maluf é zero. Ela já me processou inclusive. E perdeu. Meu apreço pelo sr. Collor de Mello é zero. Ele também já me processou e também perdeu. Mas sustento que estes dois senhores, de biografia tão notória, fizeram muito menos mal ao Brasil do que os petistas. Não, isso está longe de ser uma defesa de ambos. Penso a respeito desses senhores o que pensava antes — e que os levou a me processar —, mas suas práticas, a não ser para seus fãs empedernidos, entraram para o rol das coisas condenáveis.

Com os petistas é diferente. Um senhor, advogado e lobista de um fundo estrangeiro, que participou da compra e venda de uma empresa num processo que a própria Anac admite estar eivado de ilegalidades, é recebido seis vezes pelo presidente da República. E vem um ministro de estado dizer que, bem..., não há nada demais nisso. Como não há nada demais no fato de ambos serem compadres, com todas as conhecidas intimidades próprias do compadrio que já estão provadas.O petismo faz o crime parecer tão natural quanto dizer: “Hoje é terça-feira”.Assim, petistas, desistam: tratarei desigualmente os desiguais. E sempre que um petralha grita que nao sou isento, penso: "Que bom! Sinal de que ainda sei distinguir desigualdades".

Reinaldo Azevedo
Reprodução/Reprodução













Larissa, filha de Roberto Teixeira, Cristiano, genro de Teixeira, Lap Chan, do Matlin Patterson, Valeska, filha de Teixeira, Marco Audi, da VarigLog, Lula, Guilherme Laager, então presidente da Varig, Eduardo Gallo, da VarigLog, Santiago Born, do Matlin Patterson e Roberto Teixeira

Lula sabe o que fez

O advogado Roberto Teixeira é amigo do presidente Lula há mais de 25 anos. Nessas duas décadas e meia prestou vários serviços ao presidente, pessoais e financeiros.Além de ser padrinho de Luís Cláudio, filho mais novo do presidente, Roberto Teixeira tem a sua filha Valeska como afilhada de Lula. Por oito anos, Teixeira também cedeu à família Lula da Silva (sem cobrar nada) uma casa para que ela pudesse morar.Quando Lula finalmente decidiu comprar um imóvel em 1996 (uma cobertura em São Bernardo do Campo), foi Teixeira quem o ajudou a fechar o negócio. O advogado chegou a comprar um carro de Lula para que o presidente pudesse "inteirar" a compra do imóvel. Outros dois apartamentos de Lula também já pertenceram a uma empresa que foi de Roberto Teixeira.

Após tanta generosidade, ficamos sabendo agora que Teixeira embolsou vários milhões de dólares para intermediar a venda da Varig à VarigLog. É um negócio cercado desuspeitas e possivelmente fora da lei, já que a legislação brasileira impede que grupos estrangeiros controlem uma empresa aérea nacional.Com a ajuda de Teixeira, a VarigLog passou para as mãos do fundo estrangeiro Matlin Patterson. Outros três sócios brasileiros que entraram no negócio seriam apenas uma fachada para não caracterizar a ilegalidade.Segundo a ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu, partiu do próprio Palácio do Planalto a decisão de dispensar os sócios na transação de comprovarem a origem do dinheiro para o negócio.Lula já disse no passado que sua relação com Teixeira é só de amizade e que não é casado em comunhão de bens com o advogado. Disse também não saber quem são os clientes dele.


Não é verdade. No caso específico da VarigLog, o presidente não apenas sabia quem eram os clientes de Teixeira como se deixou fotografar com todos eles dentro do Palácio do Planalto. Nesse caso, o presidente não tem como negar, como já fez no passado, que não conhecia os clientes do advogado. Clientes que, por sinal, devem ter ficado muito impressionados com o acesso que Teixeira tem ao seu amigo presidente.Teixeira também não conta toda a verdade sobre o caso. Na semana passada, enrolou senadores em Brasília ao dizer que recebeu apenas US$ 350 mil da VarigLog para dar uma força no negócio. Quatro dias depois, reportagem do 'Estado' revelou que Teixeira recebeu pelo menos US$ 3,2 milhões. Agora, o próprio Teixeira admite que o contrato tem um valor total de US$ 5 milhões (R$ 8 milhões).

Em 2005, Lula afirmou que não sabia e que não foi avisado sobre o maior escândalo de seu governo, o mensalão। No caso da VarigLog, o presidente também pode negar que tenha tomado conhecimento das suspeitas de irregularidade que cercam o negócio, como a preponderância do capital estrangeiro no controle da empresa.Mas não há dúvida sobre o que o presidente sabe: onde morou de graça nos oito anos financiados por Teixeira e o que estava fazendo naquela foto.

Fernando Canzian na Folha Online

quinta-feira, junho 26, 2008

COMO SEMPRE, SPONHOLZ VAI AO PONTO. É UMA LÁSTIMA QUE NOS TRÊS PODERES, OS QUE DEVERIAM SER APENAS FUNCIONÁRIOS DO POVO SOBERANO, PROCUREM EXERCER O PAPEL TIRÂNICO DE TUTORES DA CIDADANIA.
RR



Cadê você, grande Acir???
Está tudo bem?
1grandabraço...........róq

Oi Roque. Estou com autorização dele para entrar aqui e avisá-los que o Acir teve um probleminha de saúde e precisou ser internado. Passa bem. Entretanto não pode falar ao celular ainda, porque está na UTI. Deverá ir para o apt° até amanhã e aí sim poderá conversar e se não acessar a internet falar ao telefone.Não se preocupem, ele está bem.
Ele foi internado na madrugada de domingo para segunda.
Peço a gentileza de avisar a outras pessoas! Eu não estou conseguindo acessar a caixa de endereços do Acir.
um grande abraço!
Rita rita.almeida.vidal@terra.com.br

É isso aí, pessoal. O grande Vidal vai ficar "novinho em folha" e voltará com a bateria carregada!!!
1grandabraço em todos..........róq
Publicada em 25/6/2008

Roberto Romano
Soberania e Filosofia (3)



Na exposição de Ari Marcelo Solon (Teoria da Soberania como problema da Norma Jurídica, >Sergio Antonio Fabris Editor, 1997) vários aspectos instigam a hermenêutica filosófica. Indiquei que Solon apresenta prismas insuspeitados em Hans Kelsen e Carl Schmitt. Um deles é a importância da política para o primeiro daqueles juristas. A discussão sobre o caráter político da jurisdição serve “para desfazer dois mitos; o de Kelsen como ideólogo da separação direito e política (quem deve ser isento de considerações políticas é o cientista do direito e não o objeto de sua análise) e o de Schmitt como defensor da politização de um direito, inteiramente tomado pela categoria amigo-inimigo (justamente na esfera crucial da aplicação do direito, Schmitt postula uma neutralização política)”. São discutidos por Solon nos dois pensadores os limites do Estado, algo que ocupa as formas doutrinárias desde longa data, mas que recebeu sua figura essencial no século 19 com Humboldt com o Ensaio Sobre os Limites da Ação Estatal (1791, Cf. Les Belles Lettres, bilingüe, 2006). Na perspectiva de Schmitt, Kelsen “atinge o mesmo resultado ideológico pretendido pelos liberais com o princípio da ‘soberania da constituição’: a limitação jurídica ao exercício do poder, mediante a garantia de uma ‘actio’ toda vez que esses limites forem ultrapassados”.

Ao mostrar as atitudes antagônicas tomadas por Kelsen e Schmitt, Solon indica o quanto o primeiro, em seus textos maduros, modifica a imagem que dele se faz. Kelsen chega a enunciar que “um conflito de normas não se pode comparar a uma contradição lógica, mas a uma situação em que duas forças atuam em direções opostas”. São afastadas as críticas, incluindo as de Schmitt, de que ele conceitua as normas como impessoais. Nosso autor afirma não ser nova em Kelsen uma relação próxima entre o dever ser e a vontade humana. “Este ponto de partida ‘realista’ sempre esteve bem estabelecido em sua obra. Não há imperativo sem imperador! disse Kelsen aos jusnaturalistas em Salzburgo, reforçando aquela concepção”. Longe de ser instrumento neutro e inerte, “o executor da norma sempre poderá escolher entre dois caminhos: o prefixado por sua norma de produção ou aquele por ele diretamente determinado, que pode até se constituir em delito, mas produz efeitos jurídicos enquanto não for anulado” (Kelsen, citado por Solon).

Kelsen não se afasta, portanto, como sugere certa leitura de seus textos, da ordem volitiva. Solon entra em outro terreno das controvérsias entre Schmitt e o autor da Teoria Pura do Direito. Trata-se da religião. Foi Kelsen e não Schmitt “quem se aventurou, pela primeira vez, a investigar as relações entre direito e teologia. Um denso ensaio publicado na revista Logos de 1923 com o título de Deus e o Estado resume as reflexões do autor sobre o tema ao longo de uma década, onde ecoavam expressões de Feuerbach e Freud, mas sem o ímpeto crítico de seu ilustre contemporâneo ou predecessor iluminista. Feuerbach pretendeu, a partir da filosofia hegeliana, desmascarar a teologia, revelando suas raízes mundanas, surgidas da experiência humana. Assim procedendo, a teologia teria de se converter em uma antropologia. Kelsen, em princípio, deve ter julgado esta postura compatível com seu método científico, pois assim como seu antepassado intelectual se empenhara em criticar as ilusões criadas pelo homem acima da natureza humana, ele, também, procurou resgatar a essência jurídica do Estado de todos os conceitos metajurídicos”.

Aqui, o campo talvez seja mais espinhoso, em termos lógicos e ontológicos. O título da obra, Deus e o Estado, reitera o problema não resolvido na herança hegeliana. Segundo Hegel, “o espírito divino penetra de modo necessário, imanente, o que está no mundo; assim, a sabedoria nele é concreta e é junto a si mesmo que se determina a sua justificação” (Enciclopédia das Ciências Filosóficas, cf. entre muitos, Eric Weil, Hegel et l' Etat (Paris, Vrin,1974, p. 48). Kelsen e Bakunin criticam tal “imanência”. No Brasil, a secularização jurídica é ameaçada quando vemos, entre outras figuras, símbolos católicos nos tribunais, no Parlamento e no Executivo.
Universidade de São Paulo
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Grupo de Pesquisa “Discriminação, Preconceito, Estigma”

PROGRAMA

Seminário Latino-Americano
Laicidade do Estado e Políticas Públicas
(Educação e Direitos Sexuais e Reprodutivos)


Proposta e Realização:
Grupo de Pesquisa “Discriminação, Preconceito, Estigma: minorias étnicas e religiosas e educação”, da FEUSP
Movimento do Ministério Público Democrático – MPD
Memorial da América Latina

Patrocínio:
FAPESP - Programa de Pesquisa em Políticas Públicas
Memorial da América Latina
Universidade de São Paulo - Pró-Reitoria de Cultura e Extensão
Universidade de São Paulo - Pró-Reitoria de Pesquisa
Universidade de São Paulo - Faculdade de Educação
Universidade Estadual de Campinas – Pró-Reitoria de Extensão e Ação Cultural
Ministério da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Educação da FEUSP

Apoio:
FAFE – Fundação de Apoio à Faculdade de Educação
PROSARE/CCR/CEBRAP/The John D. and Catherine T. MacArthur Foundation
CEPPPE – FEUSP

Coordenadora Geral: Profa. Dra. Roseli Fischmann
Coordenadores Adjuntos:
Prof. Dr. Romualdo Portela de Oliveira, Presidente do Programa de Pós-Graduação
Dr. Roberto Livianu, Promotor de Justiça e Presidente do MPD
Coordenador CBEAL/Memorial da América Latina: Prof. Dr. Adolpho José Melfi
Coordenador Ministério da Saúde: Dr. Adson Roberto França

Comissão Científica
Adolpho José Melfi
Adson Roberto França
Alberto do Amaral Junior
Alexander Martins Matias
Inês do Amaral Büschel
Julio Carranza Valdés
Lena Peres
Roberto Livianu
Romualdo Portela de Oliveira
Roseli Fischmann (Presidente)
Sueli Carneiro
Susana Henriques da Costa
Thomaz Gollop

Comissão Executiva
FEUSP: Raquel, Solange, Eloísa, Thiago, Débora, Leila, Camila, Eun Mi...
MPD: Alexandra, ....
Memorial da América Latina: Eduardo, Rose, Leonor, Laís....
MS: Tatiane, Flávia....


A - Atividade 1 (dia todo, 3 períodos) – Seminário aberto ao público
Seminário Latino-Americano “Laicidade do Estado e Políticas Públicas (Educação e Direitos Sexuais e Reprodutivos)”

B - Atividade 2 Oficina (de sensibilização, dirigida exclusivamente a membros do MP):
Laicidade do Estado e Direitos de Cidadania: o papel do MP na promoção e proteção dos direitos de cidadania, com ênfase nos direitos educacionais, sexuais e reprodutivos

Projetos de Pesquisa da USP responsáveis pela iniciativa:

1. “Ensino religioso em escolas públicas: análise de documentos jurídicos nacionais e internacionais” – Desenvolvido na FEUSP, em parceria com a FAFE, com colegas da Faculdade de Educação, da Faculdade de Direito da USP, da UFRJ e de Geledés – Instituto da Mulher Negra. Patrocinado pelo PROSARE/CCR/CEBRAP, com apoio financeiro da Fundação MacArthur (Chicago); apoios das Pró-Reitorias de Pesquisa e de Graduação da USP (“Projeto 1” e “Bolsa Ensinar com Pesquisa), do Programa Institucional de Bolsas IC FEUSP/FAFE.

2. “O papel educativo da laicidade do Estado para a esfera pública: alcance da ação do MP em defesa da cidadania e da democracia”. Desenvolvido como parceria do Grupo de Pesquisa mencionado acima, sediado na FEUSP, em parceria com o Movimento do Ministério Público Democrático – MPD. Aprovado no âmbito do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas da FAPESP, para a Fase I, iniciado em 1º de abril de 2008. Conta com pesquisadores da Faculdade de Educação da USP, da Faculdade de Direito da USP, Hospital Pérola Byington, Geledés – Instituto da Mulher Negra e MPD.




Agradecimentos
Os organizadores deste Seminário agradecem ao Ministério Público do Estado de São Paulo, pela autorização de afastamento dos 12 promotores pesquisadores-auxiliares e dos 4 promotores pesquisadores do projeto apoiado pelo Programa de Pesquisa em Políticas Públicas da FAPESP.


Programa Preliminar – 7 e 8 de julho

Dia 7 - Seminário aberto ao público
8:00 – Abertura

Mesa 1 - 8:15-10:15 - Laicidade do Estado e sua relação com o Direito, a Ciência e a
Transformação Social
Coord.: Alberto do Amaral Jr (Professor Associado Faculdade de Direito da USP)
Palestrantes:
Mohamed Habib (Pró-Reitor de Extensão e Ação Cultural da ÚNICAMP)
Julio Carranza (UNESCO - Conselheiro Regional de Ciências Humanas e Sociais da Unesco)
Calixto Salomão (Professor da Faculdade de Direito da USP, Coordenador da área Direitos Humanos do Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade de Direito da USP)
Glória Márcia Percinotto (UERJ, Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica - ABMCJ e conselheira do CNDM - Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres)

Mesa 2 - 10:30-12:30 - Laicidade do Estado e suas relações com o racismo e a discriminação
Coord.: Sueli Carneiro (Com. Cient. e Geledés)
Palestrantes:
Romero Rodriguez (Assessor do Presidente do Uruguai para temas raciais, Mundo Afro)
Edson Cardoso (Jornal Irohin, Brasília)
Daniel Munduruku (do grupo de pesquisa; Inbrapi – Instituto Brasileiro da Propriedade Intelectual Indígena)
Ricardo Ehrlich, prefeito, Intendência Municipal de Montevidéu (pessoalmente ou representante) – Cidade-Líder da Coalizão de Cidades contra o Racismo

Mesa 3 - 14:00-16:00 - Laicidade do Estado: percursos da Educação
Coord: Prof. Dr. Rafael dos Santos (UERJ e pesquisador colaborador do Grupo de Pesquisa DPE)
Palestrantes:
Romualdo Portela de Oliveira (Professor Associado da FEUSP, Presidente do Programa de Pós-Graduação em Educação da USP, Com.Cientifica)
Pedro Susz (Bolívia, Governo de La Paz, livro "A diversidade assediada")
Fernando Seffner (UFRGS)


Mesa 4 - 16:15-18:15 - Laicidade do Estado e relações com instituições religiosas:
hegemonias, minorias e liberdade de crença
Coord.: Roseli Fischmann (Faculdade de Educação da USP)
Palestrantes:
Anna Cândida da Cunha Ferraz (Faculdade de Direito da USP)
Jorge Szeinfeld (Universidad Nacional de La Plata, Faculdade de Direto)
Roberto Romano (Professor Titular da Unicamp, Filosofia Política)


Mesa 5 - 19:00 - 22:00 - Laicidade do Estado, direitos sexuais e reprodutivos
Coord.: Thomaz Rafael Gollop (Doutor e Livre Docente pela USP, médico Hospital Pérola Byington – SUS, coordenador do Grupo de Estudos sobre Aborto)
Palestrantes:
Fátima Oliveira (MG e CCR)
Roberto Arriada Lorea (Juiz de Direito, RS)
Adson Roberto França (Ministério da Saúde- Diretor - Departamento de Ações Programáticas Estratégicas - Secretaria de Atenção à Saúde)

Não serão incluídos em convites, folders e demais divulgação externa:


Dia 8 - 9:00 – 18:00 – Atividades do Projeto de Pesquisa (Oficinas, reuniões), restritas aos participantes do projeto e convidados



Atividade paralela, restrita a convidados já presentes para
Encontro Preparatório para a Segunda Conferência Regional da América Latina e Caribe da Coalizão de Cidades contra o Racismo, a Discriminação e a Xenofobia.
Convidam para este evento: UNESCO, Conselheiro Regional para Ciências Sociais e Humanas, Dr. Julio Carranza; Intendência Municipal de Montevidéu, Sr. Ricardo Ehrlich; Observatório da Coalizão de Cidades Latino-Americanas e Caribenhas contra o Racismo, a Discriminação e a Xenofobia, Grupo de Pesquisa “Discriminação, Preconceito, Estigma” da USP.



Está disponivel em:
http://www.votoseguro.org/textos/LPNascimento-monografia.pdf
http://www.brunazo.eng.br/voto-e/textos/LPNascimento-monografia.pdf

a monografia:

A URNA ELETRÔNICA BRASILEIRA:
SÍMBOLO DE SUCESSO DO PROCESSO ELEITORAL...
... OU UMA CAIXA-PRETA CERCADA DE CONTROVÉRSIAS?

de autoria do eng. Luiz Paulo do Nascimento e apresentada como trabalho
de conclusão da disciplina “Fatos e Artefatos como Construções
Sociotécnicas”, do curso de pós-graduação do programa de engenharia de
sistemas e computação da COPPE-UFRJ.

O autor apresenta uma rápida análise da evolução das urnas-e brasileiras
com base nos métodos propostos pelo antropólogo Bruno Latour.

É interessante o conceito abordado de "estabilidade da rede social",
que considera o entrelaçamento dos aspectos tecnológicos como dos
sócio-políticos envolvidos na criação e aceitação das urnas-E.

Recomendo a leitura embora eu seja suspeito, pois fui citado pelo autor
como um "ator" neste jogo de estabilidade e questionamento estudado.

[ ]s
Eng. Amilcar Brunazo Filho - Santos, SP
www.votoseguro.org
-----------------
SEI EM QUEM VOTEI,
ELES TAMBÉM,
MAS SÓ ELES SABEM QUEM RECEBEU MEU VOTO

quarta-feira, junho 25, 2008

Do texto abaixo, discordo da nota sobre a Revista Veja. Se a informação tem credibilidade, basta citá-la. O fervorinho, uma espécie de "Lip service" às forças da ex-querda que hoje governam (?) o país, acentua o subjetivismo de quem o faz. Como leitor, quero saber o que é informado, se o é corretamente. O juízo sobre este ou aquele veículo, é direito dos leitores. Mesmo porque, 90% do jornalismo "alternativo" à Veja e outros veículos, mente com total falta de rubor na face. E mente mesmo. Assim, vale mais atentar para as notícias, as fontes, a análise racional, a prudência, etc. Se num texto tais elementos existem, ele pode ter sido publicado no Prostíbulo das Arábias. Seria bom recordar a história contada por Hegel sobre a vendedora de ovos e a moça bonita e bem vestida que reclamou que os mesmos ovos estavam podres. Com a réplica da macróbia, dizendo que a moça não podia reclamar que os ovos estavam podres, que seria mentira porque à rapariga faltaria "credibilidade" (Sabemos onde e como você arranja dinheiro para comprar estas roupas finas e caras...) porque poderia ser prostituta, Hegel chama a atenção para o pensamento abstrato: o que joga sobre a subjetividade dos atores todo o peso das coisas. O certo em tudo, é pensar objetivamente: checar se os ovos estão sadios ou não. Se estiverem podres e alguém disser isso, não é correto acusar o falante. Dizer que fulano é de direita e, por isso, tudo o que ele diz é errado ou duvidoso ou suspeito, apenas nutre a subjetividade dogmática de quem julga falar em nome da esquerda. E vice versa. O texto de Hegel chama-se "Quem pensa abstrato?".




De resto, concordo com o artigo sobre os ângulos em análise e protesto.
RR




O RESCALDO DA COMÉDIA

DE ERROS QUE VIROU TRAGÉDIA

Celso Lungaretti (*)

A saída do Exército Brasileiro de onde nunca deveria ter entrado foi o único acontecimento auspicioso da comédia de erros que virou tragédia no morro carioca da Providência.

Tudo começou quando Marcelo Crivella, ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, apostou numa reciclagem dos barracos das favelas como trampolim para a Prefeitura do Rio de Janeiro ˆ à qual pretende chegar com o apoio do vice-presidente José Alencar (seu colega de partido no PRB) e a benção do Governo Federal.

O caráter eleitoreiro desse empreendimento não escapou ao veterano analista político Zuenir Ventura, de O Globo, que o denunciou no ano passado. Com a desfaçatez habitual, Crivella retrucou: „Gostaria que o cronista me explicasse como se pode fazer uma obra de interesse público sem que tenha interesse político‰.

Relembrando as farpas então trocadas, Ventura comenta: „Não sou político, nem engenheiro, como o ex-bispo, mas acho que a melhor maneira de Œservir ao público‚ não é, p. ex., pagar mais caro pelo que se faz supostamente em seu benefício. Só mesmo a credulidade do Exército e a prodigalidade do presidente Lula com nosso dinheiro para não suspeitar de um projeto em que o custo para reformar uma casa (R$ 22 mil) é mais da metade do preço de construí-la por inteiro (R$ 32 mil)‰.

A revista Veja, que ˆ é importante ressalvar ˆ não tem mais a credibilidade de outrora, apontou outras impropriedades: „Desde 2004, Crivella usa o Cimento Social como promessa de suas campanhas. Foi a equipe do senador que fez o projeto e elaborou o cadastro dos beneficiados, embora a obra de 16 milhões de reais seja paga com dinheiro do Tesouro Nacional. Há denúncias de favorecimento a fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus. E também de que foram escolhidas as casas mais visíveis das movimentadas avenidas próximas da favela.

Pouco leal, José Alencar agora joga toda a responsabilidade nas costas do presidente Lula, como se constata na entrevista que deu a Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, em 23/06:
- Há dois anos, o Crivella levou essa idéia ao presidente Lula. Eu estava presente. O Lula gostou muito. Passou para o Ministério das Cidades, que deu os encaminhamentos.

Indagado sobre como o Exército foi incluído nesse pacote, ele lavou as mãos, emporcalhando as alheias:

- Nosso partido, o PRB, não tem esse poder de convencimento, de uma força militar fazer algo que não queira. Isso tudo passou pelo presidente Lula.

Qual era, afinal, o motivo da relutância do Exército em executar essa tarefa? Simplesmente o de que sua missão constitucional não é policiar cidades nem servir de guarda-costas para empreiteiras. Os comandantes tinham plena consciência do desgaste a que exporiam a corporação.

Como ressaltou o senador José Sarney, o Exército não honrou suas tradições ao aceitar uma incumbência descabida, contrariamente ao que fazia no passado, quando se recusava a caçar escravos fugidos por considerar que isso cabia a capitães-do-mato e não a militares.

O resultado foi terrível. Agindo com a truculência que lhe-é costumeira quando atua junto a comunidades carentes, não teve desta vez a sorte que preservou sua missão no Haiti de incidentes mais graves.

Uma patrulha militar suspeitou de três jovens que voltavam de uma balada, submetendo-os (arbitrariamente, é sempre bom repetir) a uma revista cujo resultado foi nulo: o volume sob a camisa de um deles não era arma nem drogas.

Houve bate-boca. O oficial que comandava a patrulha (tenente) os deteve por desacato. Seu superior (capitão) mandou soltá-los. O tenente, inconformado, desacatou a ordem. Foram barbaramente torturados e executados a sangue-frio (um deles recebeu 26 tiros).

A versão oficial é a de que o tenente os entregou a traficantes de outro morro. A versão alternativa é a de que algum deles sucumbiu às torturas no quartel (como acontecia freqüentemente na ditadura de 1964/85) e os militares decidiram assassinar os outros dois, montando uma farsa para atenuar suas responsabilidades.

Ambas deixam a imagem do Exército em frangalhos. Além dos detalhes mais gritantes, há os fatos de que um tenente ignorou olimpicamente a decisão de um capitão; um capitão não teve a mínima curiosidade em verificar se sua ordem havia sido cumprida; e o comandante Militar do Leste, general Luiz Cesário da Silveira Filho, diante de um acontecimento de tal gravidade, preferiu continuar em férias na Europa do que vir descascar o abacaxi.

O Governo Lula, como sempre faz quando dá um passo em falso, bateu cabeça e demorou vários dias para curvar-se à evidência dos fatos. Ao invés de acatar a liminar solicitada pela Defensoria Pública da União e concedida pelo Tribunal Regional Federal, entrou com um recurso que só teve o efeito de prolongar a exposição negativa dele próprio, de Crivella e do Exército.

Só quando a Justiça Eleitoral foi obrigada a intervir embargando as obras, pois se tornara de conhecimento público que a equipe de Crivella havia capitalizado o projeto Cimento Social em folhetos e material de campanha, o ministro da Defesa Tarso Genro, finalmente, deu a ordem de retirada das tropas.

Resta saber se ele reconsiderou a posição que antes defendia, de criar-se um respaldo legal para a utilização de militares em missões policiais: "É claro que as Forças Armadas têm obrigações com a segurança. Mas para isso é preciso mudar a lei. Da última vez que o Exército participou, ainda estão aí centenas de processos. É preciso prevenir isso. Até julho teremos o assunto estudado e uma nova lei até o fim do ano".

Ou seja, ele considerava que o erro cometido em março/2006 não havia sido a operação atrabiliária e desastrada com que os militares tentaram recuperar armas roubadas de um quartel em São Cristóvão (RJ), mas o fato de que aqueles cidadãos cujos direitos foram atingidos (até com saques!) receberão agora as indenizações pertinentes.

Esperamos que esta última crise clareie as idéias de Jobim: as Forças Armadas são a pior opção para o combate a traficantes e outros criminosos que se ocultam no meio de populações carentes, pois transformar essas comunidades em campos de batalha acarreta sempre vítimas inocentes. Governos não podem dispor a bel-prazer da vida dos cidadãos.

Por último, é importante denunciarmos e repudiarmos a campanha que os totalitários explícitos e implícitos desenvolvem contra as práticas civilizadas, principalmente o respeito aos direitos humanos.

Não faltaram indivíduos ignóbeis (até na imprensa!) para satanizarem as vítimas da Providência, omitindo que, à luz do Direito, eram totalmente inocentes, pois jamais haviam sido condenadas pela Justiça. Passagens pela polícia, por suspeitas não confirmadas, nada significam em termos legais nem podem ser argüídas contra ninguém. Há um indisfarçável preconceito nos que trombeteiam contra favelados aquilo que jamais ousariam trazer à baila num caso envolvendo pessoas de classe média, p. ex.


O que houve foi somente isto: três cidadãos brasileiros, em pleno usufruto de seus direitos constitucionais, sofreram torturas atrozes e foram abatidos como cães, em função da sordidez dos poderosos e da omissão dos servis.

Serão mortos sem sepultura, como tantos e tantos outros em nosso sofrido País, até que consigamos construir aqui uma democracia de verdade. A de hoje é um escárnio para os que, arriscando a vida, a integridade física e a sanidade mental, conseguiram que o estado de Direito fosse restabelecido em nosso país.


* Celso Lungaretti, 57 anos, é jornalista, escritor e ex-preso político. Mais artigos em http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/
FOLHA DIA 25/06/2008

FOI DEFINTIVAMENTE FUNDADA POR LULLA, O MAGNÍFICO, A

REPÚBLICA DO FAVOR, OU A MONARQUIA DO É DANDO QUE SE RECEBE, OU A DITADURA DO COMPADRIO.

OS ENSAIOS ANTERIORES, ORA, FORAM APENAS ENSAIOS. AGORA A INSTITUCIONALIDADE DO PRIVADO SOBRE O PÚBLICO É COMPLETA.

PARABÉNS, EX-QUERDA! VOCÊ "CHEGOU LÁ".

RR


terça-feira, junho 24, 2008

BEM VINDO ALVARO CAPUTO! VEJAMOS SE VOCÊ VOLTA...AMANHÃ!
RR


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Pérolas Edição Extra (não deu para aguentar.....)

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Chega de Intermediários....Ele para Presidente.

LULA E TEIXEIRA SE REUNIRAM SEIS VEZES, ADMITE PLANALTO

Manchete principal da Folha de hoje.....



Retrato sem retoques de um brasileiro (imperdível)

http://www.youtube.com/watch?v=7lRl0s4hNOA



Nunca na história "dezzte paisss" um artigo foi tão contundente.....

Pode ser que ele esteja maluco

Sei que, para os lulistas religiosos, a ressalva preliminar que vou fazer não adiantará nada. Pode ser até tida na conta de insulto ou deboche, entre as inúmeras blasfêmias que eles acham que eu cometo, sempre que exponho alguma restrição ao presidente da República. Mas tenho que fazê-la, por ser necessária, além de categoricamente sincera. Ao sugerir, como logo adiante, que ele não está regulando bem do juízo, ajo com todo o respeito. Dizer que alguém está maluco, principalmente alguém tido como sagrado, pode ser visto até como insulto, difamação ou blasfêmia mesmo. Mas não é este o caso aqui. Pelo menos não é minha intenção. É que às vezes me acomete com tal força a percepção de que ele está, como se diz na minha terra, perturbado da idéia que não posso deixar de veiculá-la. É apenas, digamos assim, uma espécie de diagnóstico leigo, a que todo mundo, especialmente pessoas de vida pública, está sujeito.

Além disso, creio que não sou o único a pensar assim. É freqüente que ouça a mesma opinião, veiculada nas áreas mais diversas, por pessoas também diversas. O que mais ocorre é ter-se uma certa dúvida sobre a vinculação dele com a realidade. Muitas vezes - quase sempre até -, parece que, quando ele fala „neste país‰, está se referindo a outro, que só existe na cabeça dele. Há alguns dias mesmo, se não me engano e, se me engano, peço desculpas, ele insinuou ou disse claramente que o Brasil está, é ou está se tornando um paraíso. Fez também a nunca assaz lembrada observação de que nosso sistema de saúde já atingiu, ou atingirá em breve, a perfeição, até porque está ao alcance de qualquer cidadão, pela primeira vez na História deste país, ter absolutamente o mesmo tratamento médico que o presidente da República.

Tal é a natureza espantosa das declarações dele que sua fama de mentiroso e cínico, corrente entre muitos concidadãos, se revela infundada e maldosa. Ele não seria nem mentiroso nem cínico, pois não é rigorosamente mentiroso quem julga estar dizendo a mais cristalina verdade, nem é cínico quem tem o que outros julgam cara-de-pau, mas só faz agir de acordo com sua boa consciência. Vamos dar-lhe o benefício da dúvida e aceitar piamente que ele acredita estar dizendo a absoluta verdade.

Talvez haja sinais, como dizem ser comum entre malucos, de uma certa insegurança quanto a tal convicção, porque ele parece procurar evitar ocasiões em que ela seria desmentida. Quando houve o tristemente célebre acidente aéreo em Congonhas, a sensação que se teve foi a de que não tínhamos presidente, pois os presidentes e chefes de governo em todo o mundo, diante de catástrofes como aquela, costumam cumprir o seu dever moral e, mesmo correndo o risco de manifestações hostis, procuram pessoalmente as vítimas ou as pessoas ligadas a elas, para mostrar a solidariedade do país. Reis e rainhas fazem isso, presidentes fazem isso, primeiras-damas fazem isso, premiers fazem isso. Ele não. Talvez tenha preferido beliscar-se para ver ser não estava tendo um pesadelo. Mandou um assessor dizer umas palavrinhas de consolo e somente três dias depois se pronunciou a distância sobre o problema. O Nordeste foi flagelado por inundações trágicas, o Sul assolado por seca sem precedentes, o Rio acometido por uma epidemia de dengue, ele também não deu as caras. E recentemente, segundo li nos jornais, confidenciou a alguém que não compareceria a um evento público do qual agora esqueci, por temer receber as mesmas vaias que marcaram sua presença no Maracanã.

Portanto, como disse Polônio, personagem de Shakespeare, a respeito do príncipe Hamlet, há método em sua loucura. Não é daquelas populares, em que o padecente queima dinheiro (somente o nosso, mas aí não vale) e comete outros atos que só um verdadeiro maluco cometeria. Ele construiu (enfatizo que é apenas uma hipótese, não uma afirmação, porque não sou psiquiatra e longe de mim recomendar a ele que procure um) um universo que não pode ser afetado por cutucadas impertinentes da realidade. Notícia ruim não é com ele, que já tornou célebre sua inabalável agnosia ("não sei de nada, não ouvi nada, não tive participação nenhuma") quanto a fatos negativos. Tudo de bom tem a ver com ele, nada de ruim partilha da mesma condição.

Agora ele anuncia que, antes de deixar o mandato, vai registrar em cartório todas as suas realizações, para que se comprove no futuro que ele foi o maior presidente que já tivemos ou podemos esperar ter. Claro que se elegeu, não revolucionariamente, mas dentro dos limites da ordem (?) jurídica vigente, com base numa série estonteante de promessas mentirosas e bravatas de todos os tipos. Não cumpriu as promessas, virou a casaca, alisou o cabelo, beijou a mão de quem antes julgava merecedor de cadeia e hoje é o presidente favorito dos americanos, chegando mesmo, como já contou, a acordar meio aborrecido e dar um esbregue em Bush. Cadê as famosas reformas, de que ouvimos falar desde que nascemos? Cadê o partido que ia mudar nossos hábitos e práticas políticas para sempre? O que se vê é o que vemos e testemunhamos, não o que ele vê. Mas ele acredita o contrário.

Acredita, inclusive, nas pesquisas que antigamente desdenhava, pois os resultados o desagradavam. Agora não, agora bota fé - e certamente tem razão - depois que comprou, de novo com o nosso dinheiro, uma massa extraordinária de votos. Não creio que ele se julgue Deus ainda, mas já deve ter como inevitável a canonização e possivelmente não se surpreenderá, se lhe contarem que, no interior do Nordeste, há imagens de São Lula Presidente e que, para seguir velha tradição, uma delas já foi vista chorando. Milagre, milagre, principalmente porque ninguém vai ver o crocodilo por trás da imagem.

'É que, às vezes, me acomete a percepção de que ele está, como se diz na minha terra, perturbado da idéia'

'Ao sugerir que o presidente não está regulando bem do juízo, ajo com todo o respeito'

João Ubaldo Ribeiro no Estado

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