Powered By Blogger

segunda-feira, novembro 26, 2007

HITLER TAMBÉM SE DISSE OPERÁRIO (O QUE ERA UMA VERDADE) E ATACOU O PRECONCEITO SOCIAL-DEMOCRATA. E DAÍ?







Durante muitos anos, em sucessivas eleições, votei no Sr. Luis Inácio da Silva. Pelo que me lembro, desde a primeira vez em que ele se candidatou ao cargo de Governador de São Paulo. No embate entre ele e Fernando Collor, além de nele votar, passei por momentos péssimos na sua defesa. Um episódio: estava eu no Aeroporto de Cumbica, na fila do cafezinho. Um comandante da TAM gritou que Lulla sofrera um atentado. Quando perguntei o que ocorrera, o sujeito proclamou que um Aurélio foi jogado contra sua cabeça. Respondi de bate pronto: "Sim, foi um atentado, porque o Aurélio é um dicionário muito deficiente, só pode servir para a classe média pouco letrada". As palavras podem não ter sido exatamente estas, mas a significação foi compreendida exatamente pelos integrantes da fila, a começar com o empregado do Comandante Rolim.
Não tomei cafezinho naquele dia...

Em múltiplas situações, defendi o Sr. Da Silva, mas critiquei as suas formas retóricas autoritárias, o vezo de se esconder na posição de suposta vítima, etc. Em muitas horas, os aduladores ou fanáticos (a coisa é a mesma) atacaram a minha honra, competência profissional, etc. Como a estratégia do morde e assopra é comum nas hostes bajulatórias, na era em que o PT estava na oposição e eu criticava os donos do poder (os seus primos tucanos) em favor do livre debate e democracia, os petistas me convidavam para seminários sobre "ética na política" (rá-rá-rá). Naqueles momentos eu era "o professor", não "aquele sujeito" conforme o tratamento a mim reservado hoje, quando não é mais preciso para o PT nem ética nem professor de ética. Mas deixemos tais coisas pregressas.

No último episódio da guerrilha entre o Sr. Luis Inácio da Silva e seu predecessor, o ex-presidente acusou o atual ocupante do Planalto de não dominar a sua lingua. A reação da galera lisonjeadora não tardou a se manifestar: "preconceito!"

Interessante: quando os petistas intelectuais usavam o jargão supostamente pobre da periferia (certa filósofa se esmerou em falar "de que", para agradar o seu mestre)ninguém afirmou que se tratava de preconceito contra o saber. O correto era a apologia da miséria intelectual. Possuir saberes, no círculo petista, significava ser leproso. Os acadêmicos de má fé ou covardes, curvaram a espinha diante do populismo barato.

Penso ainda que ser governante não exige diploma universitário. Mas requer saberes. Em especial saberes e caráter para assumir os próprios erros e falhas, sem jogá-los nas costas alheias.

Para recordar, ou para informar os incautos, cito um episódio pouco edificante.

O Reichstag agoniza sob o tacão de Hitler, que ainda engatinha no poder. O Chanceler do Reich exige do Parlamento a aprovação da Lei dos Plenos Poderes. Hitler toma a palavra e ameaça os deputados do Zentrum e os social-democratas. Com a réplica de Otto Wels (ainda é possível replicar naquele instante...) o Führer responde à defesa da livre imprensa e demais instituições pela social-democracia:

"FOI DITO AQUI (...) QUE NÃO PODEREMOS PRESCINDIR DA SOCIAL-DEMOCRACIA PORQUE FOI ELA A PRIMEIRA A LIBERAR ESSAS CADEIRAS PARA O POVO, PARA OS TRABALHADORES E NÃO APENAS PARA OS BARÕES E OS CONDES. (...) SENHOR DEPUTADO, SAIBA QUE SE PRONUNCIOU MUITO TARDE! POR QUE O SENHOR NÃO DEU ESSA AULA NO MOMENTO INDICADO A SEU AMIGO GRZESINSKI, OU A SEUS COMPANHEIROS BRAUN E SEVERING, QUE ME ACUSARAM ANOS A FIO DE SER APENAS UM PINTOR DE PAREDES DIARISTA? DURANTE ANOS OS SENHORES TÊM ANUNCIADO ISSO EM SEUS CARTAZES. (...) E POR FIM CHEGARAM A DECLARAR QUE ME EXPULSARIAM DA ALEMANHA A CHICOTADAS". Comenta Joachim Fest: "Hitler concluiu o discurso com uma observação reveladora; solicitava do Reichstag alemão, unicamente "EM RESPEITO À LEGALIDADE" e por motivos psicológicos, "CONCEDER-NOS ISTO QUE TERÍAMOS PODIDO OBTER DE QUALQUER MODO". Dirigindo-se então aos social-democratas, exclamou: "CREIO QUE SE NÃO VOTAM A FAVOR DESSA LEI É PORQUE NOSSA INTENÇÃO PROFUNDA É INCOMPREENSÍVEL PARA A MENTALIDADE ERUDITA DOS SENHORES (...) E SÓ LHES POSSO ASSEVERAR UMA COISA : NÃO QUERO MAIS SEUS VOTOS. A ALEMANHA SERÁ LIVRE, MAS SEM OS SENHORES!".

Comenta novamente Joachim Fest:

"A resposta de Hitler assemelhava-se, pela rudeza cheia de um tom de bravata e o prazer embriagador de arrasar o adversário, à réplica que ele mesmo formulara em setembro de 1919, quando um orador acadêmico, empregando entonação professoral, desatara pela primeira vez as veias da eloquencia hitleriana, fazendo o bravo Anton Drexler ficar estupefato". QUANTO ÀS BRAVATAS E QUANTO A ARRASAR OS ADVERSÁRIOS, ESTA MÚSICA AINDA RESSOA EM NOSSOS OUVIDOS, NÃO É, COMPANHEIROS DO BRASIL? . QUANTO AO TOM PROFESSORAL DOS SOCIAL-DEMOCRATAS, ELE IRRITA MUITO, ATÉ OS NOSSOS DIAS. DOGMATISMO? TEU NOME É SOCIAL-DEMOCRACIA...(RR).


(ADOLF HITLER, BIOGRAFIA ESCRITA POR JOACHIM FEST, VOLUME 2, PÁGINA 487 DA TRADUÇÃO BRASILEIRA).

DUAS NOTAS:

1) ARROGÂNCIA DE SOCIAL-DEMOCRATA É HÁBITO. O QUE LEVA AQUELE SETOR POLÍTICO AOS PIORES ERROS E TRUCULÊNCIA.

2) TAL ARROGÂNCIA, NO ENTANTO, NÃO DESCULPA O "POBRE OPERÁRIO" E SEUS FEITOS, INTENTOS E VONTADES. E TAMBÉM DOS FEITOS, INTENTOS E VONTADES DOS "COMPANHEIROS" VESTIDOS DE MARROM, NAS SA. TODO HITLER, GRANDE OU PEQUENO, TEM A SUA SA, COMO SABEMOS PELOS LATIDOS E MORDIDAS DOS ÁULICOS.

3) SE FHC FOI ARROGANTE, NÃO É POSSÍVEL ESQUECER QUE UM TERCEIRO REICH, PERDÃO, UM TERCEIRO MANDATO SE PREPARA NOS ANTROS IMUNDOS DOS BAJULADORES, A RECEITA É DADA PELO DITADOR DA VENEZUELA.

CHANTAGENS DO TIPO "SOU INQUESTIONÁVEL, INFALÍVEL, ONIPOTENTE PORQUE UM DIA FUI POBRE" É ALGO NOJENTO EM QUALQUER SITUAÇÃO.

QUE OS BAJULADORES RECORDEM O EXEMPLO DE HITLER E ARRUMEM DESCULPA MELHOR PARA IMPÔR SUA DITADURA.

ROBERTO ROMANO

Arquivo do blog