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sexta-feira, setembro 26, 2008

Do amigo Alvaro Caputo, recebo a gentil lembrança. Um abraço Alvaro Caputo!


No último domingo, 21 de setembro, João Ubaldo Ribeiro publicou em O Globo um artigo intitulado “Estão pensando que eu sou bobo”, onde se mostra chocado com o fato de andarem dizendo que ele está fora de moda. O escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, vencedor do Prêmio Camões 2008, autor de “Viva o Povo Brasileiro”, obra-prima da Literatura Brasileira da última metade do século XX, e ainda por cima Embaixador Plenipotenciário da Ilha de Itaparica no Reino do Leblon, recebeu um rude golpe.

Diz o determinado itaparicano: “Sei que meus desafetos já previam o meu fim. Mas não contavam com minha astúcia. Tão certo como, lá caladinhos e metendo a mão num rico faturamentozinho, estão secando o Rio São Francisco; tão certo como roubaram e roubarão no e do governo e ninguém vai preso; tão certo quanto vivemos bem e à tripa forra, principalmente em matéria de educação, saúde e segurança; tão certo como agora, com o Pré-Sal, vamos ter dinheiro para comprar os Estados Unidos inteiros, se eles começarem a incomodar demais; tão certo quanto estou achando esse governo a solifidicação de uma ditadura galhofeira dos poderosos de sempre, sobre a mesma massa ovina. Tão certo quanto tudo isso e muito mais, podem ter certeza de que voltarei triunfalmente à moda. Aderi. Oposição, meu caro amigo, minha encantadora amiga, vão procurar num lugar fora de moda por aí. Poderei ter de mentir um pouco, mas estarei na moda. Aliás, mentir também está, não está?”.

Li e me solidarizei de imediato: também fui acusada de estar fora de moda. Ser oposição ao atual governo é uma pecha infame. Segundo o escritor, tipos como nós dois nem mais merecem ser grampeados, de tão reles, inúteis, parvos.

Li e vi a luz. Esse é o caminho. Na mesma esperança de ser perdoada e amparada nos braços generosos do lulismo, e de merecer os encômios da massa, não delongarei. O tempo urge.

Mais depressa, porém, falamos do que fazemos... diz um velho ditado. Começo a ficar muito preocupada. Olho o que disse o Lula dia 22/9, em NY, e estremeço “Depois que o governador de Pernambuco me contou um fato histórico sem precedentes, de que foram os pernambucanos que fundaram Nova York, eu me sinto muito mais importante em Nova York hoje do que em qualquer outro momento em que estive nos EUA”.

É possível ler isso e não poder pertencer aos bem-aventurados?

Comecei a entrar em depressão e já me imaginava a última fora de moda, já que João Ubaldo, com seu engenho e arte, não terá dificuldade alguma, é evidente. Mas, bem dizem que Deus protege os pobres de espírito. Caiu em minhas mãos um texto do filósofo e professor Roberto Romano em que ele sugere a instalação de “cursos públicos e privados de adulação filosófica”, com vários estágios nessa utilíssima disciplina. (Recomenda ao graduando a leitura de “Como distinguir o amigo do adulador”, de Plutarco).

Evoé! Aguardem-me. Prometo. Vou ser aluna aplicada e serei uma extraordinária lambe-botas. Lutarei com todas as minhas forças pela censura, pelo aniquilamento da liberdade de opinião, pelos 100% de aprovação ao nosso líder.

Viva os Gabolas!

Viva Mais Uma Brasileira Up-toDate, À La Page, Aggiornata, Muderna!!

Viva São Lula!!!

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