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terça-feira, março 13, 2007

No Der Spiegel, uma noticia bizarra...no minimo !








Hitler quando era um bebezinho... e quando recebia as louvações de Heidegger e de outros filósofos....


13/03/2007
Hitler pode ser destituído da cidadania alemã

Per Hinrichs

Quase 62 anos após a sua morte, Adolf Hitler poderá perder sua cidadania alemã. Uma política alemã de Braunschweig deseja revogar a naturalização de 1932 do líder nazista - como uma "medida simbólica". Fiel à sua megalomania, Hitler queria a cidadania alemã entregue em uma bandeja. Quando foi concedida a Adolf Hitler a cidadania alemã, ele abruptamente rejeitou as congratulações: "A Alemanha devia ser congratulada, não eu!" Era 25 de fevereiro de 1932 e Hitler tinha acabado de se naturalizar, após ser nomeado funcionário público no então Estado livre de Braunschweig - um passo crucial para a continuidade de sua carreira política.

Três quartos de século depois, Isolde Saalmann, uma social-democrata do Parlamento regional da Baixa Saxônia, deseja rescindir este ato burocrático momentoso. O Führer nascido na Áustria, que está morto há quase 62 anos, não deve mais ser um alemão segundo o ponto de vista dela. Destituí-lo de sua cidadania seria uma "medida simbólica", acredita Saalmann. Ela já propôs sua idéia à liderança do Partido Social Democrata no Parlamento regional.

Saalmann é presidente da associação local do partido no bairro de Gliesmarode, em Braunschweig - e se sente incomodada com a ligação histórica de sua cidade com Hitler. Ela fala sobre um "complexo de Braunschweig" que pesa sobre a cidade, que prefere se anunciar como a "cidade leão" devido à sua ligação histórica com Henry, o Leão, o poderoso duque que governou o Estado no século 12. "Se a região da Baixa Saxônia, a sucessora legal do antigo Estado livre de Braunschweig, quiser se distanciar da naturalização de Hitler, isto talvez possa ajudar", disse Saalmann ao jornal "Hannoversche Allgemeine Zeitung".

Um imigrante sem Estado

A história do processo de naturalização de Hitler parece uma farsa. O candidato a político, na época sem Estado, há muito buscava se tornar cidadão alemão - uma pré-condição para ocupar um cargo político na República de Weimar. Mas, fiel à sua megalomania característica, ele se recusava a entrar na fila do cartório como todo mundo. Ele queria que a cidadania alemã lhe fosse entregue em uma bandeja.

Mas o humor difícil do austríaco atrapalhou as primeiras tentativas de torná-lo um cidadão alemão. Em 1930, um membro do partido nazista arranjou para que ele fosse nomeado chefe da guarda de Hildburghausen, uma cidade na região alemã de Turíngia. Isto tornaria automaticamente Hitler um cidadão alemão. Mas o futuro Führer fez estardalhaço: o emprego de policial de aldeia não era do seu agrado.

Os então membros do partido nazista em Braunschweig - uma fortaleza do movimento nazista - acabaram encontrando um meio. A primeira tentativa deles de dar a Hitler um cargo de professor da Universidade Técnica de Braunschweig fracassou, mas eles tiveram sucesso depois, ao encontrar para ele um cargo no escritório de topografia de Braunschweig. O tempo era curto, já que Hitler queria concorrer como candidato nas iminentes eleições presidenciais. O Ministério do Estado, então, lhe deu o cargo de "administrador da delegação de Braunschweig em Berlim".

Sem qualquer habilitação profissional que o qualificasse ao cargo, o imigrante recém-naturalizado fez imediatamente vários pedidos de férias. E, como planejado, nunca assumiu o cargo.

Obstáculos burocráticos

Os meios pelos quais Hitler obteve o passaporte alemão podem ter sido incomuns. Mas o projeto de Saalmann para expatriação de Hitler enfrenta um pequeno problema: a Constituição alemã proíbe destituir uma pessoa de sua cidadania caso ela fique sem Estado - como Hitler ficaria, já que desistiu de sua cidadania austríaca em 1925.

Ele deveria ter sido expulso do país um ano antes, já que foi aprisionado por ter sido considerado culpado de alta traição após o "putsch" de Kapp, em 1923. Mas o juiz simpatizante dos nacionalistas determinou que as leis relevantes da República de Weimar não podiam ser aplicadas a um homem "que pensa e se sente como um alemão, como Hitler". Assim, o líder nazista permaneceu na Alemanha.

Os advogados têm suas dúvidas sobre se um homem morto pode ser destituído de sua cidadania - apesar de Hitler já ter sido destituído de seu status como cidadão honorário de Braunschweig, em 1946. "Os mortos estão mortos", comentou uma autoridade do Ministério da Justiça da Baixa Saxônia. "Não há nada mais que possa ser tirado deles."

Enquanto isso, peritos legais que trabalham para o Parlamento regional da Baixa Saxônia estão analisando a proposta de Saalmann. Eles provavelmente levarão algumas semanas para chegar a uma decisão sobre a cidadania de Hitler. Isolde Saalmann rejeita as alegações de que sua proposta visa a conquistar votos nas próximas eleições regionais. "Este será meu último mandato legislativo", ela insiste.

Tradução: George El Khouri Andolfato

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