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domingo, março 04, 2007

No Blog Perolas de Alvaro Caputo leio o seguinte:

A midia
Durante toda a sua vida sindical e política, Lula foi paparicado por jornalistas. Viam-no como um líder genuíno, purificado na origem humilde. Endeusavam-no. Poupavam-no de inquirições. Havia mesmo, no meio jornalístico, uma atmosfera de torcida.
Torcia-se, primeiro, pelo triunfo do retirante encarnado no sindicalista. Depois, pelo político que compensava a falta de educação formal com uma memória prodigiosa e uma intuição incomum. Tanta condescendência produziu um Lula avesso a questionamentos e ao debate franco de pontos de vista.
Blog do Josias


Carissimo Josias: desde longa data digo isto. O que me valeu apenas perda de bolsas de pesquisa, perseguições na universidade (para mim e meus alunos), ser declarado persona non grata em redações de pequenos e grandes jornais, ter artigos meus dirigidos direto à lata do lixo em páginas de opinião, etc. etc. O pior é receber de madrugada telefonemas ameaçadores de militantes, mensagens eletrônicas canalhas, etc. Hoje tive uma pequena vingança: encontrei um dos que viraram a cara para mim, recusando-se a me cumprimentar devido ao meu suposto compromisso com as elites. O sujeito veio sorridente: "como vai professor?". Surprêso [sempre que tucanos perdem o poder, sou chamado de professor por eles, o mesmo ocorre com os petistas em relação a este seu humilde servidor. No intervalo, sou "aquele sujeito"] perguntei na lata : "mas você não estava brigado comigo, porque sou de direita?". "Ah, professor! Acho que o sr. tinha alguma razão. Viu o Paulo Bernardo e o Lula querendo acabar com o direito de greve?". Não sei não, respondi. "Talvez seja uma boa medida...depois dela, quem sabe, não exista mais tanta facilidade para serem criados tantos demagogos que enganam a massa, os intelectuais, as elites e os jornalistas". A cara sorridente toldou-se. E os dentes foram cerrados. Notei que os punhos ficaram crispados. Sei lá o que penso acerca da greve nos serviços públicos. Quando médicos recebem menos do que uma empregada doméstica, professores (credo!) e policiais são obrigados a fazer bico, morando em favelas, etc. acho que talvez a greve sirva para acicatar a irresponsabilidade dos governantes (??) de todos os calados e ideologias. Agora, que houve abuso, houve sim. E testemunhei muitos deles. Enfim, trata-se de tema polêmico. O que satisfaz no momento é saber que a Escola de Pós-Graduação Lula da Silva, que gerou tantos sindicalistas hoje refestelados no bom vinho que desconhecem, na comida fina da qual tudo ignoram (inclusive que o seu consumo não pode ser efetuado com arrotos e outros barulhos à mesa), na truculência e leniência inéditas nezztepaís...ESTÁ PARA SER FECHADA.
E isto é bom.

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