
A PSICANÁLISE DO CLONE
Fábio Lucas
Lançamento neste sábado (06/10)
às 19h, no Espaço Universitário
da Bienal do Livro de Pernambuco,
Centro de Convenções.
Quando Gaston Bachelard publicou A Psicanálise do Fogo, 60 anos atrás, seu intuito era o de mostrar como o aprendizado do
conhecimento pode ser impedido pelos obstáculos epistemológicos sedimentados no inconsciente.
A Psicanálise do Clone busca refazer este percurso, atualizando o seu itinerário em direção a mitos modernos que envolvem
o imaginário científico e o significado da ciência para o século 21.
São introduzidos aqui os complexos de Rousseau, de Frankenstein e de Jeckyll e Hyde, a partir da análise de notícias e
opiniões extraídas da polêmica sobre a clonagem humana.
O livro nasceu de uma pesquisa de mestrado, mas desde a sua forma original já pedia uma publicação que atendesse a um
público de fora da Academia. Tanto pela relevância do tema quanto pelas discussões levantadas, como frisou o professor
Roberto Romano, da Unicamp, um dos componentes da banca examinadora, realizada em 2005. Roberto Romano, com sua
generosidade de espírito, com seu incentivo, e seu exemplo crítico, é um dos pensadores que provocaram A Psicanálise do
Clone.
(Trecho da orelha)
A clonagem instala o encontro inusitado e presente do real do imaginário com o imaginário do real.
E ao imaginário ficcional se junta um outro, da imagem que nos chega do cientista e da ciência, que é uma imagem fora de
foco, deformada por interferências dos mais diversos matizes.
Há uma criminalização crescente da atividade científica. A Ciência e o método a ela associado são vistos como causadores
dos, como se repete, "males da modernidade".
O importante na Psicanálise do clone é que se assume uma posição clara no embate ideológico. É um texto de combate
acadêmico, tão pouco em moda.
Do prefácio de Fernando Raul Neto