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segunda-feira, dezembro 01, 2008

Aos iludidos: trata-se mesmo de um ditador vagabundo da pior espécie.

São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2008



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Chávez lança nova busca por reeleição sem limites

Presidente insta aliados a propor outra vez emenda que permita perpetuá-lo no cargo

"Estou pronto para ficar com vocês até 2021", anuncia, dias após ver opositores conquistarem principais Estados em pleito regional

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Apenas uma semana após as eleições regionais, o presidente Hugo Chávez ordenou ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) que reative uma emenda constitucional para incluir a reeleição indefinida, já derrotada em referendo no ano passado.
"Chávez não vai embora, Chávez fica! Autorizo ao PSUV, ao povo venezuelano, que comecem o debate e as ações para conseguir a emenda constitucional e a reeleição do presidente da República. Tenho certeza de que agora vamos conseguir", afirmou Chávez, em discurso transmitido durante cadeia obrigatória de rádio e TV.
"Vamos demonstrar quem manda na Venezuela! Têm a minha aprovação para tomar as ações que sejam necessárias tomar. Se Deus quiser, estou pronto para ficar com vocês até até 2021", afirmou Chávez, que também preside o PSUV.
Chávez disse que a reativação da emenda constitucional é uma resposta ao que ele chamou de "atitude fascista" dos novos governadores e prefeitos da oposição eleitos há apenas oito dias, quando venceram em 4 dos 5 maiores colégios eleitorais do país.
Logo após a sua derrota no referendo do ano passado, Chávez já havia dito que voltaria tentar implantar a reeleição indefinida. Ao longo deste ano, porta-vozes do PSUV disseram que esperavam relançar a proposta logo depois das eleições regionais. Apesar de ter sido derrotado nos grandes centros, entre os quais Caracas, Chávez controla 18 dos 24 Estados e 80% das prefeituras.
No referendo, o "não" à reforma ganhou com apertados 50,7% dos votos válidos, no que foi a primeira derrota eleitoral de Chávez desde que se elegeu pela primeira vez, em 1998.
Pelo artigo 342 da Constituição, um projeto de reforma constitucional pode ser apresentado por ao menos 15% dos eleitores inscritos. As outras formas de apresentar são por meio do Executivo ou do Legislativo. Depois, a proposta é submetida a referendo, como ocorreu há um ano.
"Trata-se de um projeto personalista, motivado pela ambição do presidente Chávez em se perpetuar no poder", disse à Folha Omar Barboza, presidente do UNT (Um Novo Tempo), o maior partido da oposição). "É uma proposta inconstitucional porque a Constituição afirma que uma emenda só pode ser apresentada uma vez por mandato presidencial, e esse tema já foi proposto."
Chávez foi eleito pela primeira vez em 1998, quando ainda não existia reeleição na Venezuela. Em 2000, após a entrada em vigor da nova Constituição, se elegeu novamente para um mandato de seis anos, com direito a uma reeleição. Em dezembro de 2006, ganhou o atual mandato, que termina em janeiro de 2013, quando teria de deixar o poder.

Colômbia
No mesmo discurso, Chávez disse que, se o governo colombiano não retirar o seu cônsul na cidade de Maracaibo (oeste), Carlos Galvis Fajardo, ele será expulso da Venezuela. "Ou o levam ou eu o tiro do país."
Anteontem, o canal estatal VTV divulgou suposta conversa telefônica entre Galvis e o assessor presidencial de Álvaro Uribe, José Obdulio Gaviria. Ali, o cônsul colombiano celebra a vitória da oposição no Estado de Zulia e em Maracaibo e fala em "tomar ações" com o governador eleito, Pablo Pérez, e com o prefeito eleito e atual governador, Manuel Rosales.
"Temos um potencial, já na manhã falei com eles, vamos nos reunir para olhar e tomar umas ações já em nível de governo, porque estou pensando no que estamos fazendo lá. Preciso de luzes suas, para quando você disser "comece", eu arrancar", diz o cônsul na gravação.
Mais tarde, o chanceler Nicolás Maduro disse que o governo colombiano lhe havia informado que tirariam o cônsul do país. Em entrevista ao canal Globovisíon, Galvis Fajardo negou estar envolvido num plano contra Chávez e disse que a gravação de sua conversa telefônica é uma "violação" ao direito internacional.

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