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sábado, dezembro 13, 2008

Veja, por sugestão do Blog República de Itapeva.



Veja
Mensaleiros, cuecas e latrinas
Da Redação

Fotos Ana Araujo e reprodução TV
O PAI DA "EURECA"
O empresário Enivaldo Quadrado, réu por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro no processo do mensalão, é preso em flagrante ao desembarcar em Cumbica carregando uma pequena fortuna sem origem conhecida: euros até na cueca

Uma pesquisa divulgada pela ONG Transparência Internacional na semana passada colocou o Brasil, mais uma vez, na lista dos países mais corruptos do mundo. O estudo, que ouviu executivos com negócios em 22 das nações mais ricas do planeta, revela que o Brasil ocupa a quinta colocação entre os países onde o suborno é mais difundido. Só perde para Índia, México, China e Rússia, campeã isolada do ranking da propina. Mesmo em um país habituado a freqüentar esse tipo de lista, porém, o que se viu agora foi assustador. No Espírito Santo, o presidente do Tribunal de Justiça, a mais alta corte do estado, foi parar na cadeia. Ele e outros três juízes, também presos, são acusados de transformar o tribunal em um balcão para a venda de sentenças. Em São Paulo, um dos réus no escândalo do mensalão foi preso no aeroporto com 361 000 euros escondidos até na cueca. Em Brasília, a bandalha promovida na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão federal que deveria cuidar de comunidades carentes, agora avança até sobre a verba destinada à construção de sanitários. O festival de trapaças causa a impressão de que a corrupção é uma praga indestrutível.

É difícil saber se a corrupção está aumentando, como às vezes parece, ou se o combate à roubalheira, cada vez mais intenso, acaba produzindo a sensação de que o país está imerso em um mar de lama. "O mais provável é que ocorram as duas coisas ao mesmo tempo", diz o filósofo Roberto Romano, da Universidade Estadual de Campinas. Os especialistas têm várias explicações para os escândalos que surgem diariamente. Mas todos concordam que a impunidade e o loteamento político do aparelho estatal estão na raiz do problema. O empresário Enivaldo Quadrado é um caso típico. Há três anos, ele foi usado no esquema montado pelo PT para subornar políticos e partidos – o conhecido mensalão. Quadrado virou réu por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Era de esperar que, sob o risco de condenação a até treze anos de prisão, estivesse na muda. Nada disso. Na sexta 5, ao desembarcar de uma viagem a Portugal, ele foi surpreendido na alfândega com as malas, as meias e a cueca cheias de euros:

– O senhor tem algo a declarar? – perguntou o analista tributário.

– Sim.

– Então, por que o senhor assinalou a alternativa "não" neste item?

– Porque estava em inglês e eu não entendi.

– O senhor quer declarar?

– Quero.

Ana Araujo
A LATRINA DO PMDB
Este banheiro, que não funciona, custou 17 000 reais aos cofres públicos

A Receita fazia uma inspeção em 100% dos passageiros que desembarcavam naquele momento. Enivaldo passou no guichê no qual sua bagagem (uma mala de 30 quilos, uma mochila e uma pasta) seria vistoriada. Declarou que levava 300 000 euros.

– O valor do dinheiro é este declarado na DBA (o formulário-padrão da Receita)? Se houver uma diferença grande, o senhor será autuado por falsidade ideológica – advertiu o analista.

Segundo ele, Enivaldo confirmou: "300 000 euros". Mais tarde, no interrogatório, o empresário afirmou ter mencionado um valor aproximado de 340 000 euros.

Era por volta de meia-noite. De lá, Enivaldo, outro analista tributário e um auditor fiscal foram para uma sala reservada da Receita, com toda a bagagem dele. O dinheiro foi contado: 361 445,00 euros. Eram 721 notas de 500, dezoito notas de 50, uma de 20, uma de 10 e três notas de 5. Após a contagem, o analista disse que havia 361 000 euros, e não 300 000, como ele havia dito.

– Eu gastei um pouco – justificou Enivaldo.

– Mas tem dinheiro a mais.

Ele ficou quieto e foi encaminhado à Polícia Federal, onde disse que o dinheiro lhe foi emprestado por um amigo para comprar carros no Brasil. A turma do mensalão conseguiu assim criar uma nova unidade monetária: a eureca (euros na cueca).

Jarbas Oliveira/Folha Imagem
PIONEIRO
O petista Adalberto Vieira: o primeiro a usar a cueca como cofre


Poucos casos são tão emblemáticos do grau de corrosão moral provocado pela corrupção como o descoberto no Espírito Santo na semana passada. Uma investigação da Polícia Federal levou para a cadeia quatro magistrados, entre eles o presidente do Tribunal de Justiça, Frederico Guilherme Pimentel. Acusada de usar o tribunal para vender sentenças, a turma da toga não se intimidava ao telefone mesmo sabendo que poderia estar sendo grampeada. Num diálogo captado pela PF, um dos detidos, o desembargador Josenider Varejão Tavares, é explícito. "Recebi 20 000 hoje. Eles iam me dar sabe quanto? Os 43 que estavam faltando... Aí me entregaram 20 hoje e disseram que os 23 a semana que vem me entregam. Então tudo bem." O desembargador lembra que pode estar sendo ouvido. E arremata: "Depois eu converso com você pessoalmente porque telefone já viu, né?" Varejão Tavares, segundo a PF, referia-se à propina que recebeu para devolver o cargo a um prefeito encrencado com a Justiça – o que acabou acontecendo. Já o desembargador Elpídio José Duque, outro envolvido, tinha tanto dinheiro escondido em casa que os policiais precisaram pedir ao Banco do Brasil uma máquina de contar cédulas. A cifra alcançou meio milhão de reais.

Políticos desonestos aparelham o estado, desviam dinheiro para campanhas eleitorais e irrigam projetos pessoais de enriquecimento ilícito. O suborno que os empresários estrangeiros revelaram ter de pagar para fazer negócios no Brasil alimenta essa máquina, que também produz o mensalão e os cuequeiros. Um pequeno e recente exemplo para entender o que acontece a todo instante na maioria das repartições públicas do país: dona de um orçamento anual de 4 bilhões de reais, a Funasa é dominada pelo PMDB desde 2005. Seu histórico de bandalheiras é tamanho que já espantou até o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, indicado para o cargo pelo próprio PMDB. Uma equipe de auditoria do Tribunal de Contas da União visitou a reserva dos calungas, descendentes de escravos fugitivos que se refugiaram no interior de Goiás. Ali, o governo liberou dinheiro para construir 1200 banheiros. A obra já consumiu 9,1 milhões de reais, três vezes o valor previsto, e nem a metade do serviço foi concluída. Calcula-se que 4,5 milhões de reais tenham sido desviados. Feitas as contas, cada banheiro calunga, de apenas 6 metros quadrados, custou 17 000 reais – quase o dobro de uma edificação de luxo.

"Com esse dinheiro, é possível construir uma casa popular, de 24 metros quadrados", diz o arquiteto João Suplicy, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Muitos banheiros não têm torneira nem chuveiro porque quase todos foram entregues sem ligação de água. A calunga Isabel Francisco Maia, de 29 anos, recebeu o seu há dois anos. Ela comprou canos e mangueiras a 22 quilômetros de seu povoado e fez a ligação por conta própria. "Mas ainda não deu para pagar a conta do material", afirma ela, que deve 200 reais a uma loja de construção. Muito pior é a situação do calunga Luís dos Santos Rosa, de 70 anos. Vítima de um derrame que lhe paralisou pernas e braços há seis anos, Rosa passa seus dias deitado. Dono de um banheiro que não funciona, o calunga toma banho através de um buraco na parede de casa. Sua filha puxa água de uma distância de 200 metros e dá banho frio no pai com uma mangueira introduzida na fenda. "Esse banheiro, para ele, não serviu de nada", diz ela, que é quem, no final, acaba pagando a parte mais pesada da conta da corrupção.

Knowtec.com

Como Corinthiano, protesto...



http://sempolemica.zip.net/images/ai5.jpgDo Blog Sem Polemica (CQC).

Lembro o dia. Estava em Curitiba, o calor era insuportável, como insuportável era o clima político. De repente, o anúncio do estupro, o golpe no golpe. Período lamentável da vida nacional, cuja ressurreição é desejada pelos que não o viveram e pelos fascistas de sempre, que à pretexto de criticar a política jogam cantilenas às massas. Tais fascistas são as vivandeiras de sempre, nas portas e latrinas dos quartéis.

Espero morrer sem assistir novos "pronunciamentos"semelhantes.
Roberto Romano

sexta-feira, dezembro 12, 2008

No Blog de Orlando Tambosi...o irracionalismo explode na UFSC?

Sexta-feira, 12 de Dezembro de 2008

Misticismo no jornal oficial da UFSC

De vez em quando algum auditório da UFSC se abre para as pseudociências. Não bastasse isso, a coisa chega agora ao Jornal Universitário, editado pela Agência de Comunicação, órgão vinculado à Reitoria.

O jornal diz que "os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores". Até aí, tudo bem. A edição de dezembro apresenta dois textos: um do professor Rogério Guerra, um bom pesquisador; o outro artigo, sem autoria, é na verdade um fragmento do "Manifesto Positio Fraternitatis Rosae Crucis", de uma tal Ordem Rosacruz.

Role a página e leia "Ciência para quem?". Trata-se de uma sucessão de preconceitos e diatribes contra a ciência, da qual seríamos meros "escravos". Sob essa escravidão "materialista", "mecanicista", "quantitativista", "racionalista" etc., sucumbe o "Ser Humano" (sempre grafado com maiúsculas).

Como era de se esperar, o objetivo do texto é defender a religião e o misticismo. Notem o absurdo da comparação:

É de se notar que a ciência e o misticismo estavam muito ligados na Antiguidade, a tal ponto que os cientistas eram místicos e vice-versa. É precisamente a reunificação desses dois meios de conhecimento que precisa ser realizada no decorrer das próximas décadas.

O site da Ordem Rosacruz (Amorc) não deixa dúvidas quanto aos interesses esotéricos da entidade: "é uma organização internacional de caráter místico-filosófico que tem por missão despertar o potencial interior do ser humano". (Veja aqui informações sobre a história dessa ordem criada no século XVII).

Em relação ao "artigo" publicado no Jornal Universitário, fica a pergunta: por que o privilégio a uma organização mística nas páginas da publicação oficial de uma universidade pública?



quinta-feira, dezembro 11, 2008

Roberto Romano entrevistado por Milton Parron, Rádio Bandeirantes

Radio Bandeirantes
http://radiobandeirantes.terra.com.br/
dia 11 de dezembro de 2008
Vereadores de baciada para o Brasil.





Brasil: Número de vereadores aumenta para 7.554
Para Roberto Romano, da Unicamp, a decisão do Senado de aumentar as vagas de vereadores do País prova que os parlamentares legislam em causa própria


Dia 13 de dezembro de 2008

Repórter On-line Política Economia Esportes Outras Notícias
12.12.2008: Destaque:
14º salário para os deputados repercute pelo País
O professor de Ética da Unicamp, Roberto Romano e o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia comentam o pagamento do 14º salário para os deputados federais do Brasil

Pérolas Extra, de Alvaro Caputo.

Lula: fé ou propaganda?

CARLOS ALBERTO SARDENBERG NO GLOBO
O presidente Lula parecia sincero, lá em Colinas, Tocantins. Tirou o boné da cabeça, movimentou o corpo para acentuar as palavras e quase gritou: “Não tem nenhum país do mundo mais preparado para enfrentar essa crise.” A cena ficou boa, deu televisão na terça à noite.Ora, há muitos países em condições semelhantes às do Brasil e muitos mais bem preparados para enfrentar a tormenta. E isso coloca as alternativas.

Será que o presidente acredita no que diz? Ou será que está, conscientemente, fazendo agitação e propaganda, não importa a verdade? Na primeira hipótese, é grave. Indicaria um presidente mal preparado e, pior, mal assessorado. Mostraria também um governo despreparado para enfrentar a crise, se não consegue nem entendê-la.


Na segunda, também é grave. O presidente tem a obrigação de dizer aos cidadãos qual a situação exata do país e quais as políticas necessárias. Mas se Lula quer “passar” para a população uma informação positiva, e falsa, seu governo vai acabar adiando determinadas medidas porque elas poderiam dar a impressão contrária.


Talvez já esteja acontecendo. Informações de Brasília dão conta de que o governo hesita em tomar medidas para amenizar o desemprego, como o aumento do seguro, porque isso seria como confessar que haverá desemprego. O que esperam? Que a torcida e a propagação de falsas mensagens positivas levem as empresas a não demitir? Que as companhias acreditem no presidente e não nas vendas em queda? E, de fato, Lula tem reclamado com os empresários, acusando-os de medidas precipitadas e de não confiar no Brasil, ou seja, no governo dele.


Objetivamente, qual a força do Brasil nessa crise? Eis um bom exemplo: em novembro, o mercado de câmbio registrou um déficit de US$ 7,1 bilhões, a maior saída de dólares desde o déficit de US$ 8,5 bilhões de janeiro de 99, quando mudou o regime de câmbio no Brasil, com uma maxidesvalorização. Aliás, também houve uma máxi agora.


Mas comparem: em 99, o comércio externo brasileiro total era de US$ 100 bilhões/ano, com 50 de exportações e 50 de importações.
Neste ano, o comércio externo deve atingir US$ 379 bilhões, com um superávit de US$ 23 bilhões. Ou seja, a capacidade do país de obter dólares bons, com a venda de mercadorias, é quatro vezes maior.As reservas do BC em dezembro de 98 eram de US$ 44 bilhões; hoje, algo como US$ 205 bilhões. Resumo da ópera: uma fuga de 8 bilhões em 99 era crise no balanço de pagamentos; hoje, não chega nem perto disso.

Portanto, primeira e maior força, o bom estado das contas externas — o país e o governo são credores em dólares, de modo que a dívida não aumenta com a desvalorização do real.
Segunda força: a inflação controlada com o regime de metas. Terceira: contas públicas equilibradas, com superávit primário e pagamento de juros, de modo a reduzir o endividamento público.Ou seja, desta vez, o Brasil sofre, mas não quebra. Mas há muitos países com condições semelhantes naqueles três quesitos. E muitos em condição superior. A China, por exemplo, tem mais reservas, mais exportações e mais superávit cambial e nas contas públicas. Idem para boa parte dos emergentes asiáticos.

E muitos não têm os pontos fracos brasileiros. O Brasil entrou na crise com: • o real muito valorizado, o que intensificou a atual desvalorização; • a taxa de juros muito elevada, o que dificulta a política de estimular o crédito; • carga tributária muito elevada (37% do PIB, contra 22% da média dos emergentes) e gasto público muito alto em custeio, pessoal e Previdência, o que impede aumentar os investimentos; • inflação indexada, com contratos reajustados anualmente, o que impede a queda forte da inflação, o que, de sua vez, impede a queda maior da taxa de juros.
Todos esses são fatores que o governo Lula poderia ter reformado se não tivesse simplesmente apanhado a boa onda mundial, aproveitando a base deixada. Vai ver o presidente acreditou mesmo que tudo de bom que aconteceu no Brasil deve-se apenas a ele, assim como acredita agora ser capaz de segurar a crise com seus discursos.

400 mil. Parabéns Orlando Tambosi!

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