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sábado, setembro 15, 2007

Escrevo de Salvador. Aqui estou desde quinta. Retorno brevemente para São Paulo. No intervalo, assisti toda a bandalheira senatorial, executiva e quejandos. Triste país. E dizem os colegas cientistas políticos (ver no site Congresso em Foco) que o povo não deu a mínima para o Renangate, só ficou preocupado com o aspecto conjugal. Quando leio juízos assim, tenho muitas dúvidas sobre a "ciência política". Todos os motoristas de taxi de Salvador com quem falei, mostraram pleno conhecimento das coisas, inclusive do ponto de vista ideológico. E tomo os ditos motoristas como bom exemplo da "opinião pública", visto que retomam argumentos do assim chamado povão e da classe média. Decretar coisas é um tanto arriscado em qualquer ciência. Numa dela, a que se refere à política, algo erguido sobre fundamentos instáveis por excelência, no meu pobre entendimento é temeridade. Enfim, vejamos o que segue ao estupro do que restava de dignidade no Senado. Hoje acordei com aquele sentimento opressivo e melancólico, que produz nausea e vergonha ao mesmo tempo. Refiro-me ao fato (inquestionável, infelizmente) de ser brasileiro.

Roberto Romano

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