Powered By Blogger

segunda-feira, setembro 24, 2007

Noblat, no Blog Perolas de Alvaro Caputo...

A canalhice, agora em detalhes.......

Não convidem para a mesma mesa José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros. “Ele faltou com a palavra”, desabafou Sarney, ontem, em Brasília, na festa de 50 anos do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakai. Sarney ajudou Renan a salvar o mandato. Em troca, ele se licenciaria do cargo de presidente do Senado. Esperto, Renan passou-lhe a perna.
Registre-se que Sarney não foi o único ludibriado por Renan. Lula e o PT também foram, além de senadores de outros partidos. Aloizio Mercadante (PT-SP), por exemplo, está à beira de um ataque de nervos. Cabalou votos para absolver Renan da acusação de quebra de decoro certo de que ele cederia o lugar temporariamente a Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado.

Renan voltaria depois que o governo aprovasse a prorrogação até 2011 da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) que renderá ao governo a bagatela de R$ 39 bilhões. Para não ficar tão mal na foto, Mercadante preferiu se abster. “Não havia provas para condená-lo”, desculpou-se. Se não havia provas por que exige agora a saída de Renan da presidência?

Ora, porque havia provas, sim. E havia um acordo. O menor crime cometido por Renan foi o de mentir a seus pares ao dizer que tinha renda para pagar despesas de sua ex-amante Mônica Veloso. Mentir é quebra de decoro. Mercadante é uma das muitas Verônicas do Senado. A mulher de Renan se chama Verônica. Outra Verônica atende pelo nome de Roseana Sarney (PMDB-MA).

Na condição de líder do governo no Congresso foi Roseana quem primeiro alertou Lula para o risco de a CPMF ir pelo ralo se Renan fosse cassado. Dos 81 senadores, 19 são do PMDB. E parte deles se vingaria da cassação de Renan. Lula autorizou Roseana a garantir a Renan que ele seria salvo. Em retribuição, Renan entraria de férias para que o Senado votasse a CPMF em paz.

Roseana contou ao pai o que ouvira de Lula. E o pai procurou Renan. “Não confio no PT”, cortou Renan. Não confiava para se livrar do processo. E caso se livrasse, não confiava para enfrentar os próximos. Há pelo menos mais três. Uma vez que o fizesse longe do cargo de presidente do Senado, correria o risco de ser abandonado pelo PT e o governo. Era o que pensava.
Sarney, Roseana e o ministro das Relações Institucionais Mares Guia voaram certo dia para São Luís do Maranhão a convite da Vale do Rio Doce. Lá encontraram o ex-senador Gilberto Miranda, amigo de Renan. Foi Miranda que sugeriu a fórmula finalmente aceita por Renan. Os 12 senadores do PT votariam em bloco para inocentá-lo. Depois ele largaria o cargo por 60 ou 90 dias.

Nas contas de Renan, seis senadores do PT se abstiveram, três votaram com ele e três contra. Não foi o combinado. Acordo desfeito, portanto. Ocorre que o Bloco das Verônicas está furioso e agitado. Ganha novas adesões. E não será fácil para Renan enterrar o processo onde é acusado de ter comprado com dinheiro de Caixa 2 um jornal e duas emissoras de rádio em Maceió.

Os 35 senadores que votaram pela cassação de Renan continuam empenhados em vê-lo pelas costas. Nunca na história deste país o Senado foi tão criticado. Renan sempre disse que ele e o Senado eram uma coisa só. Pois é o que ficou parecendo de fato.
.....

Ligou-me o senador José Sarney (PMDB-AC). Foi logo dizendo que não é homem de abandonar amigos no meio do caminho - muito menos os que enfrentem dificuldades.

Ele nega que tenha manobrado para salvar o mandato de Renan Calheiros (PMDB-AL). Nega que tenha manobrado para que ele se afastasse do cargo de presidente do Senado caso fosse absolvido. E nega por fim que esteja insatisfeito com a permanência dele no cargo.

Fica aqui o registro.

Noblat

Arquivo do blog