UOL NEWS, ENTREVISTA ROBERTO ROMANO SOBRE DECISÃO DE ADMITIR NAS ELEIÇÕES CANDIDATOS COM PROCESSOS NA JUSTIÇA.
11/06/2008 - 12h14
Análise: parte dos políticos não tem currículo vitae, tem capivara, diz Roberto Romano
Da Redação
Em São Paulo
Em São Paulo
O TSE (Tribunal Superior) Eleitoral decidiu por quatro votos a três que políticos que respondem a processos criminais podem se candidatar. Apenas os políticos condenados e sem mais possibilidade de recorrer estão proibidos de concorrer. Para Roberto Romano, professor de ética e filosofia política da Unicamp, a decisão é temerosa.
"Ela [a decisão] obedece à lógica jurídica, isto é, a pessoa só pode ser considerada culpada depois do julgamento definitivo. Mas o problema é que p cargo eletivo é justamente o cargo que leva a lei a todo cidadão. Você precisa ter ilibada reputação para trabalhar no serviço público federal, estadual e municipal. Como um legislador que não tem ilibada reputação vai propor leis que serão obrigatórias para toda cidadania?", questiona Romano.
Segundo ele, o eleitor deve procurar na imprensa e em órgãos públicos se o candidato tem ou não pendências judiciais. "Eu até digo em tom de brincadeira que boa parte dos nossos políticos não tem currículo vip, têm capivara, naquela linguagem policial", disse Romano. Veja a íntegra da entrevista.