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quinta-feira, novembro 27, 2008

Blog Pérolas Especial, Alvaro Caputo, publicou....


O racismo de Lula 2

Alguns leitores ficaram indignados com o post "O racismo de Lula" . Alguns acusaram o blogueiro de preconceito contra Lula e sua origem pobre, sua mão sem um dedo (sic), sua indisposição para a leitura. Acusaram o blogueiro de coisas ainda piores, mas passemos. Mas poucos ficaram indignados que Lula tenha dito a seguinte tolice, um coquetel bem batido de racismo enraizado na ignorância com populismo malandro: "Por que o brasileiro tem mais criatividade? Esta mistura do europeu, índio, negro, sabe, permitiu que nascesse um povo mais criativo, mais esperto do que a média, daqueles que são tudo assim, tudo a mesma coisa...".

Lula ajuda a degradar o debate público. É a autoridade pública mais exposta em televisão, rádio e imprensa. Mas em quase todas aparições transforma discursos presidenciais em baixa falação de palanque. Na precariedade da sua palestra, nisso se assemelha à Bush. Não se importa em transmitir uma visão mais racional e elaborada sobre as questões públicas. Em parte, é incapaz de fazê-lo, como muitos de seus colegas de movimento sindical que subiram de vida na política. Trata-de uma desonra para a história e a memória do movimento operário, daqui e do resto do mundo.

Desonra para a memória da política operária

Na história do sindicalismo e dos partidos operários tantas vezes é possível encontrar exemplos de indivíduos que não combatiam as adversidades da vida apenas pela sua atuação social e política. Muitos e muitos superaram a ausência total de oportunidades de instrução na escola formal. Estudaram sozinhos, em escolas de sindicatos e partidos, ilustraram-se, buscaram compreender a história de seus países e os problemas de políticas públicas. Alguns se tornaram escritores.

Não se trata aqui de preconceito ou desconsideração pelas condições horrorosas e deploráveis em que Lula e a maioria dos brasileiros viveram suas infâncias e juventudes (quando não a vida inteira). Nem se trata de elogio de acadêmicos, universitários ou o que seja dessa natureza. Trata-se do elogio da superação pessoal, da curiosidade intelectual, do desejo de compreender melhor a política e as questões públicas do país, o que não requer necessariamente escola superior ou pós-graduação e quejandos. Requer apenas que o cidadão tenha inclinação pelo esclarecimento, pela conversa civil, pelas luzes, pelo debate informado.

Lula não apenas é avesso a tais coisas como as despreza, com o que ajuda a degradar o ambiente do debate político: faz de modo subliminar (ou até direto) o elogio da ignorância. E ignorância não significa não saber tal ou qual coisa (sempre e para sempre vamos desconhecer esse ou aquele assunto). Ignorância significa não querer saber.

Escrito por Vinicius Torres Freire

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