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quarta-feira, novembro 19, 2008

Olha, se eu pudesse votava neste Garibaldi. Ele se mostra melhor do que os ex-querdistas do Congresso (e de fora dele).

BLOG DO JOSIAS DE SOUZA


Garibaldi decide devolver a Lula a MP filantrópica

Fábio Pozzebom/ABr
O presidente do Congresso, Garibaldi Alves (PMDB-RN), acaba de anunciar ao plenário do Senado que decidiu devolver ao Planaldo a medida provisória 446.

Trata-se da MP que, a pretexto de modificar o modelo de certificação de filantrópicas, concedeu anistia a cerca de 2.000 entidades acusados de cometer irregularidades.

Presente à sessão, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder de Lula no Senado, recorreu da decisão de Garibaldi.

Com isso, a questão será agora submetida à análise da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Depois, terá de ser votada no plenário.

Até a deliberação final, fica sobrestada a tramitação da MP 446. Uma medida que o próprio governo vinha reconhecendo que é passível de correções.

A atitude de Garibaldi é inédita. Já havia sido cogitada antes. Mas o próprio Garibaldi concluíra que não dispunha de poderes para devolver MPs.

Garibaldi baseou-se no parágrafo 11º do artigo 48 do regimento interno do Senado. Dá poderes ao presidente da Casa para impugnar proposições que lhe pareçam contrárias à Constituição e às leis.

Ao comunicar sua decisão ao plenário, Garibaldi disse que está havendo uma “inversão de papéis” no manuseio das MPs pelo Poder Executivo.

“O presidente [da República] lança mão de instrumento excepcional, deixando ao Congresso a função de meramente sancionar diplomas legais”.

A posição de Garibaldi foi festejada pelas lideranças da oposição. E fulminada por senadores da bancada governista.

Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que não há na Constituição nenhum artigo que autoriza Garibaldi a devolver ao Executivo uma medida provisória.

Lembrou que as MPs têm força de lei. Vigoram a partir do momento em que são publicadas no Diário Oficial.

Disse, de resto, que o próprio Garibaldi recebera a MP da filantropia no último dia 7 de novembro. Constituíra uma comissão para analisá-la. Abrira prazos para a apresentação de emendas.

E não poderia agora simplesmente devolver uma MP que está em plena tramitação.

Na semana passada, em telefonema a Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete de Lula, Garibaldi pedira a revogação da MP. Queria que fosse substituída por outra, sem a anistia a filantrópicas.

Gilberto Carvalho pedira a Garibaldi que aguardasse pelo retorno de Lula ao Brasil. O presidente encontrava-se nos EUA. Lula voltou. Mas o governo não revogou a MP.

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