O número dois da rede terrorista Al Qaeda, Ayman al Zawahri, disse, em vídeo publicado na internet, que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, é um "house negro". O termo foi usado pelo líder negro Malcolm X, para descrever uma pessoa negra que está mais ligada a valores "dos brancos".
As declarações foram feitas através de vídeo, postado nesta quarta-feira em um site da militância terrorista. "Obama é o oposto dos honrosos americanos negros, como Malcolm X", disse o integrante da Al Qaeda.
Reuters T V |
Em vídeo, número dois da Al Qaeda afirma que Obama está a serviço dos brancos |
Al Zawahri também afirmou que o projeto de Obama de aumentar o efetivo militar no Afeganistão vai fracassar, porque os afegãos irão resistir. Este foi o primeiro comentário feito pela rede Al Qaeda desde a eleição do democrata. Junto com o áudio, o site disponibiliza imagens de al Zawahri, Malcolm X rezando e Obama ao lado de líderes judeus.
O segundo homem no comando da rede Al Qaeda também fez um apelo aos muçulmanos para manter os ataques contra a "América criminosa" e criticou Obama por prometer apoio a Israel durante sua campanha eleitoral.
Taleban
No mesmo dia em que foi veiculada a mensagem da Al Qaeda, integrantes do grupo Taleban afirmaram que vão intensificar a resistência, caso Obama aumente o efetivo militar no Afeganistão."Se os países estrangeiros aumentarem suas tropas, vamos aumentar a quantidade de caixões", afirmou o porta-voz do Taleban, Mohammed Yousif Ahmadi, à agência de notícias afegã AIP.
Ahmadi alertou que apenas com a retirada da forças internacionais será possível encerrar os conflitos no país. "O envio de tropas adicionais para o Afeganistão não vai solucionar os problemas nem levar o país para este caminho", afirmou. "As tropas internacionais são estrangeiras, enquanto que o Taleban é gente deste povo e este povo está conosco", afirmou Ahmadi. O porta-voz mais uma vez afirmou que a resistência vai aumentar na mesma proporção do reforço do efetivo militar das missões internacionais.
Os EUA comandam no Afeganistão uma coalizão que lidera a missão antiterrorista "Liberdade Duradoura". A maioria dos soldados, 15.000, são americanos. Já a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) tem um efetivo de 48.000 pessoas, que integram a Força de Assistência para Segurança.
No último ano, 4.500 pessoas morreram em combates entre insurgentes e forças internacionais. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1.500 eram civis.
Al Qaeda
O presidente eleito Barack Obama tem planos de levar tropas adicionais ao Afeganistão e voltar a se concentrar nas buscas por Osama bin Laden, o líder da rede Al Qaeda. Segundo o jornal "The Washington Post", no entanto, o futuro presidente ainda não tem uma estratégia para trazer Bin Laden novamente à linha de frente do combate ao terrorismo dos EUA.
Embora enfatize a importância de manter as operações contra o grupo islâmico Taleban no Paquistão, base para o lançamento de ataques contra militares norte-americanos no vizinho Afeganistão, o novo governo pretende ressaltar, junto à opinião pública, a necessidade de lutar contra extremistas islâmicos responsáveis pelos atentados de 11 de setembro de 2001.
Segundo assessores, Barack Obama vai manter a Al Qaeda como prioridade máxima. "Esse é o nosso inimigo", disse um assessor de Obama ao "WP", referindo-se a Bin Laden. "E ele deve ser o nosso principal alvo", afirmou.