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terça-feira, julho 31, 2007

No Blog Panorama, de Mario Araujo Filho

Eu ouvi!


Ouvi pelo rádio o longo discurso de Lula na Paraíba. Mais uma vez, ele se queixou das cobranças sobre o fato de não ter cursado universidade. Daí, ele faz o de sempre: o elogio da ignorância, minimizando o esforço dos que estudam ou estudaram. Desta vez, achou de tentar ridicularizar os que falam outro idioma além do português.

O presidente presta um desserviço ao país quando assim procede, e o pior é que mensagens como essa, por incrível que pareça, fazem enorme sucesso de público, a julgar pelos aplausos dedicados às sandices que falou na Paraíba. E olha que tinha muita gente de nível médio e superior por lá... Saída da boca de Lula, no entanto, qualquer bobagem parece merecer aplausos.

Como deverão ter recebido as piadinhas presidenciais os milhares de professores e estudantes de idiomas do País? Hoje, qualquer estudante universitário sabe da importância de buscar conhecimento de outras línguas além da nossa, inclusive para alcançar melhor colocação no mercado de trabalho. Na área das engenharias - minha área - são muitos os exemplos. A globalização não é uma abstração - é uma realidade. No curso a que sou ligado (Engenharia Elétrica) - e em outros cursos também deve ser assim - essa necessidade é sentida pelos estudantes que querem participar de intercâmbios acadêmicos internacionais. E depois, uma vez graduados, quando são contratados por empresas multinacionais. Até mesmo para estudar os livros-texto de algumas áreas, é preciso ter conhecimento mínimo de inglês, principalmente.

Se o presidente acha que estudar e/ou falar inglês, francês, espanhol ou alemão, é coisa de gente "metida a besta", é capaz de também achar que essa história de qualidade na educação é uma bobagem... Faz sentido: a expansão universitária que seu governo vem promovendo não tem revelado a mínima preocupação com esse aspecto. Quem tem acompanhado esse processo, sabe bem.

Às vezes penso que, no íntimo, Lula gostaria de ser FHC... É certo que vem tentando imitar o ex-presidente em outros aspectos (política econômica, privatizações etc), mas na formação, ele sabe que é impossível. Poderia ter feito como Vicentinho, seu companheiro de lutas sindicais, que arranjou tempo para estudar e se graduar. No entanto, não o fez. Agora, acha de desvalorizar e criticar quem estuda. E sob os aplausos calorosos de gente que estudou... Como é que pode? (MAF)


postado por MARIO ARAUJO at Segunda-feira, Julho 30, 2007

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