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sexta-feira, julho 13, 2007

No Blog Republica, Itapeva de Sebastiao Loureiro...

"And to the end all public officers may be certainly accountable...".....

É bem isso, professor Romano. Por estas terras, os prefeitos pagam as despesas e não mostram as notas fiscais e comprovantes nem para os cidadãos, nem para a Câmara Municipal. Não é à toa que o método preferido para desvio de dinheiro público seja o uso de notas frias, empresas fantasmas. O último caso de um série interminável (quantos resistem à tamanha tentação?) é o do município de Coronel Macedo (SP), onde o prefeito foi afastado pela Justiça (às vezes alguém denuncia)por usar notas frias de oficinas mecânicas.

Comentário:

Enfim, este é o Brasil. Terra despótica, sem remérdio por enquanto, sobretudo porque o nosso povo está atacado daquela doença espiritual chamada, por Platão e La Boetie,"ethelodoulia", ou seja, "servidão voluntária"...

Um abraço amigo Loureiro!

Roberto Romano

Apenas para lembrar, segue um trecho muito iustrativo e muito atual do Discurso da Servidão Voluntária, de La Boetie:

"Mas, ó Deus!, o que é isso? Como chamaremos esse vício, esse vício horrível? Não é vergonhoso ver um número infinito de homens não só obedecer mas rastejar, não serem governados mas tiranizados, não tendo nem bens, nem parentes, nem crianças, nem sua própria vida que lhes pertençam? Suportando as rapinas, as extorsões, as crueldades, não de um exército, não de uma horda de bárbaros, contra os quais cada um deveria defender sua vida a custo de todo o seu sangue, mas de um só: não de um Hércules ou de um Sansão, mas de um verdadeiro homenzinho, amiúde o mais covarde, o mais vil, e o mais efeminado da nação, que nunca cheirou a pólvora das batalhas, quando muito pisou na areia dos torneios; que é incapaz não só de comandas os homens mas também de satisfazer a menor mulherzinha! Nomearemos isso covardia? Chamaremos de vis e covardes os homens submetidos a tal jugo? Se dois, três, quatro cedem a um, é estranho, porém possível: talvez se pudesse dizer, com razão: é falta de fibra. Mas se cem, se mil deixam-se oprimir por um só dir-se-ia ainda que é covardia, que não ousam atacá-lo, que por desprezo ou desdém não querem resistir a ele? Enfim, se não se vê que cem, mas cem países, mil cidades, um milhão de homens não atacarem, não esmagarem aquele que, sem prurido algum, trata-os todos como igual número de servos e de escravos - como qualificaríamos isso? Será covardia? Mas para todos os vícios há limites que não podem ser superados. Dois homens e até dez bem podem temer um, mas que mil, um milhão, mil cidades não se defendam contra um só homem! Oh! não é só covardia, ela não chega a isso - assim como a valentia não exige que um só homem escale uma fortaleza, ataque um exército, conquiste um reino! Que vício monstruoso então é esse que a palavra covardia não pode representar, para o qual toda expressão, que a natureza desaprova e a língua se recusa a nomear?..."

Não dá mesmo para refletir? Um homenzinho....bem....quem seria nos dias de hoje, no Brasil?

RR

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