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Resposta à seita (3)
Roberto Romano
Após a decisão de permitir a viagem remunerada ao evento Moon, com a benção ecu mênica de Freire, a vida seguiu no Departamento. Preocupados com os concursos públicos para ingresso na carreira docente, os professores inovaram a forma de seleção. Foi decidido que todos os candidatos remeteriam seus currículos, trabalhos e projetos, para que um integrante do departamento os examinasse, com um relatório. No seu momento, o candidato apresentaria todo o seu trabalho. Entre os presentes estariam professores, funcionários, alunos. E não só professores, como é o costume. No final, com base nas exposições, relatórios e votos, a pessoa seria contratada ou não.
Apresentaram-se vários candidatos, alguns contratados outros não. Em cada novo exame, todos os docentes se reuniam, bem como os alunos. Alguns seminários eram verdadeiras aulas que abriam perspectivas de pesquisa e de ensino para o departamento. Paulo Freire não participou de nenhum deles, salvo no dia em que seu candidato foi apreciado. Nos demais casos, dele recebi envelopes abertos dizendo que eu poderia votar da maneira que julgasse mais conveniente, em seu nome. Tal desrespeito me indignou. Com tal procedimento, que insultava os pares, eu mesmo era reduzido ao papel de estafeta. O departamento nunca aceitou esta maneira imperial de votar.
No dia em que seu candidato se apresentou, lá estava Freire fazendo encômios, trocando louvores. Por motivos que dizem respeito à consciência da maioria dos presentes ao exame, o candidato não foi aprovado. Perder concursos não macula nenhum curriculum. Mas ao conhecer a decisão, explode nova bomba de raiva do mestre, diante do departamento. A partir daquela hora não mais tive vontade de conviver no departamento com o referido docente.
Essa é a minha experiência, testemunhada pelo departamento e pelo interessados da Unicamp. Como disse no início, nunca me recusei a cooperar com o professor Freire. Sempre o tratei com o máximo respeito. Ao me irritar com suas explosões de soberba, recordava o seu nome ligado à alfabetização de adultos, que para mim levantava a lembrança dos muitos perseguidos pelo regime ditatorial. Pessoas que ficaram no Brasil, sofrendo bravamente na carne as consequências de sua opiniões e atitudes ideológicas e políticas. Muitos deles receberam distinções acadêmicas, mas sem esbravejar em auto louvor, sem votar favoravelmente em decisões sobre idas a congressos da mais completa direita política. E sem praticar a imposição de nomes para cargos docentes ou qualquer outros cargos públicos.
Como disse, eu estava quieto, sem abrir a caixa de Pandora. Por leveza ética da seita, sem provas ou direito de defesa, fui acusado de assumir a “ética de mercado”, porque meu nome surgiu como consultor em matéria jornalística assinada por outras pessoas e na qual consta apenas um frase minha sobre o ecletismo do pensamento, frase não dirigida a Paulo Freire. O pleno ódio sectário precisava explodir, a carta que percorre a internet escoa densa baba, que os líderes sectários tentaram jogar sobre mim.
Termino: sou acusado de conivência com o mercado porque recusei a soberba dos famosos e poderosos; sou coerente e não apoio diálogos com igrejas estranhas, como a liderada pelo Reverendo Moon; não desprezei colegas, sobretudo em concurso para ingresso na vida pública. Que os sectários sigam, com suas pedras, para outros espaços e pessoas. E analisem o que dizem antes de apontar o dedo duro contra alguém que obedece a própria consciência. Quando a seita se referiu ao artigoCeaucescu no Ibirapuera , meticulosamente escondeu o motivo do meu texto: denunciar a imposição de doutrinas particulares aos candidatos a um cargo público. Que ela tenha a lisura de, se for repelir esta série saída no Correio Popular , citar os nomes, as situações, os motivos. Proceder de modo diverso agrada os convertidos, mas a sociedade brasileira saberá, a partir de minha resposta, o que ela omite, notando o seu estrabismo ético.
Apresentaram-se vários candidatos, alguns contratados outros não. Em cada novo exame, todos os docentes se reuniam, bem como os alunos. Alguns seminários eram verdadeiras aulas que abriam perspectivas de pesquisa e de ensino para o departamento. Paulo Freire não participou de nenhum deles, salvo no dia em que seu candidato foi apreciado. Nos demais casos, dele recebi envelopes abertos dizendo que eu poderia votar da maneira que julgasse mais conveniente, em seu nome. Tal desrespeito me indignou. Com tal procedimento, que insultava os pares, eu mesmo era reduzido ao papel de estafeta. O departamento nunca aceitou esta maneira imperial de votar.
No dia em que seu candidato se apresentou, lá estava Freire fazendo encômios, trocando louvores. Por motivos que dizem respeito à consciência da maioria dos presentes ao exame, o candidato não foi aprovado. Perder concursos não macula nenhum curriculum. Mas ao conhecer a decisão, explode nova bomba de raiva do mestre, diante do departamento. A partir daquela hora não mais tive vontade de conviver no departamento com o referido docente.
Essa é a minha experiência, testemunhada pelo departamento e pelo interessados da Unicamp. Como disse no início, nunca me recusei a cooperar com o professor Freire. Sempre o tratei com o máximo respeito. Ao me irritar com suas explosões de soberba, recordava o seu nome ligado à alfabetização de adultos, que para mim levantava a lembrança dos muitos perseguidos pelo regime ditatorial. Pessoas que ficaram no Brasil, sofrendo bravamente na carne as consequências de sua opiniões e atitudes ideológicas e políticas. Muitos deles receberam distinções acadêmicas, mas sem esbravejar em auto louvor, sem votar favoravelmente em decisões sobre idas a congressos da mais completa direita política. E sem praticar a imposição de nomes para cargos docentes ou qualquer outros cargos públicos.
Como disse, eu estava quieto, sem abrir a caixa de Pandora. Por leveza ética da seita, sem provas ou direito de defesa, fui acusado de assumir a “ética de mercado”, porque meu nome surgiu como consultor em matéria jornalística assinada por outras pessoas e na qual consta apenas um frase minha sobre o ecletismo do pensamento, frase não dirigida a Paulo Freire. O pleno ódio sectário precisava explodir, a carta que percorre a internet escoa densa baba, que os líderes sectários tentaram jogar sobre mim.
Termino: sou acusado de conivência com o mercado porque recusei a soberba dos famosos e poderosos; sou coerente e não apoio diálogos com igrejas estranhas, como a liderada pelo Reverendo Moon; não desprezei colegas, sobretudo em concurso para ingresso na vida pública. Que os sectários sigam, com suas pedras, para outros espaços e pessoas. E analisem o que dizem antes de apontar o dedo duro contra alguém que obedece a própria consciência. Quando a seita se referiu ao artigo