Carta ao querido Sponholz:
Caro amigo Roque: se um candidato ao cargo de presimente [nos EUA eles também contam muita peta, não? Lembra do terrível arsenal de armas estocadas por Sadam?, pois é....)] de qualquer país, sobretudo de um que vende muito para os seus aliados como o Brasil, ignora o nome do parceiro, ele tb é risível, creio. É sempre muito estranho ver que "eles"podem ser analfabetos em geografia, economia ("é a economia, estúpido...") e nós precisamos falar, com o sotaque deles, "colgeite", "uóchinton", etc. A quantidade hilária de lojas paulistas, incluindo salões "de beleza"com nome inglês (não raro, errado...) mostra um mimetismo tolo. No caso, colonialismo por colonialismo, prefiro o da França, que fala todos os nomes estrangeiros com sotaque próprio. Foi difícil para mim entender que o violonista elogiado por um amigo parisiense era Baden Powel. Ele dizia "Badan Povell". Duplo sentimento colonial em mim : pronunciar o nome de um músico nosso (dos bons!) como norte-americano, e não o entender numa outra lingua. Vivendo e aprendendo. Aliás, recordo bem que Reagan dizia que o Brazil se chamava Bolívia, e preciosidades do naipe. Mas Reagan é o canastrão mor de Hollywood, boneco manipulado por eficazes conservadores, de mão dadas com o pontífice católico mais canastrão do século, um dono do Vaticano que se juntou à CIA, fez estropolias no caso Irã contras, etc. Dante colocou dois papas no Inferno. Mas deixou algumas vagas, certamente uma deles é ocupada pelo polonês teatral.
Não é assim, querido Roque? Maccain sabe perfeitamente que o Brasil é Brasil. Aqui esteve (incluindo visitas eróticas a uma brasileirinha da época) no Rio (filme vagabundo de Hollywood sempre coloca os bandidos norte-americanos com o desejo de fugir com a grana roubada e a bela moça para o Rio... mas eles sempre têm bandidos...norte-americanos no imenso estoque) e tem mais neurônios do que Reagan ou Bush.
Se os nossos candidatos à presidência da república tivessem o preparo de Obama e de Maccain (Obama é formado por uma das mais prestigiosas universidades do mundo, onde se distinguiu e não pela política de cotas, mas por sua inteligência, também Maccain se preparou, desde a sua família, integrada por pessoas cultas) estaríamos bem melhor. Não teríamos os três patetas, o paulista, o mineiro, a gaúcha...ou a "opção "analfabeta, a do presimente...
É certo que nosso presimente atinge graus delirantes de tolice. É certo que, à semelhança de toda corte, ele é bajulado por pessoas que têm bom cérebro, mas cuja espinha está acostumada à posição de quatro, é certo que somos uma república com defeitos tremendos. Para começar, não somos uma república...
Mas o ridículo é universal. Ele se espalha pelas terras dos ricos e dos pobres, está na Casa Branca ou no Planalto (e porque não? ele se apresenta, forte, no Palácio dos Bandeirantes, no Palácio de Belo Horizonte, no Palácio de Curitiba onde reina um perigoso déspota hilário). Enfim, ainda bem que existem artistas como você, para mostrar o sublime e o caricato, com beleza. Mesmo que, de vez em quando, eu discorde da semântica de sua crítica...
um forte abraço, do amigo e admirador,Roberto
www.sponholz.arq.br
Barack: "Caso eu seja vitorioso, você será o novo símbolo dos democratas !"
Lula: "Como nunca antes na história desse país, Barrakobrama???"
Barack: "Vou substituir o burro por um jegue."