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quinta-feira, outubro 16, 2008






PAÍS


Professor critica Senado por abrir brecha ao nepotismo

Agência Brasil

BRASÍLIA - O professor de ética e política Unicamp Roberto Romano criticou nesta quarta-feira a decisão da Mesa Diretora do Senado de permitir que os parentes de senadores contratados em datas anteriores ao início de seus atuais mandatos continuem trabalhando na Casa. - No Brasil, reina a sociedade do favor - alfinetou, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.

Para o professor, o brasileiro tem dificuldade em perceber a impessoalidade, a universalidade, a publicidade e a transparência dos cargos. - Se aqueles que produzem a lei ignoram os princípios da Constituição, eles estão não apenas delinquindo, mas também acabando com a fé pública.

Romano conta que o Estado inaugurado no Brasil por D. João VI se estabeleceu com idéias contrárias às das revoluções inglesa, americana e francesa, que instituíram a responsabilidade pública.

- O próprio STF [Supremo Tribunal Federal] declara que define aquilo que é obvio em uma república e aceita que exista esse privilégio. Essa é uma contradição que me parece muito mais grave do que essa da não-punição de integrantes dos Poderes que têm familiares trabalhando - diz, referindo-se à brecha ao nepotismo aberta pelo Senado.

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