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sábado, agosto 04, 2007

Mentiroso, tibio, arrogante, pornografico e...que paradigma de governo, hein?

Em 2002, Lula já dizia saber do caos aéreo no país

Em campanha, presidenciável afirmou que aviação estava em estágio terminal

No texto, o então candidato criticou o governo FHC e propôs medidas que não seguiu depois de eleito presidente

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

Apesar de dizer anteontem que estava mal informado sobre a crise aérea e que, em cinco campanhas eleitorais, nunca se falou nisso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu artigo em 7 de janeiro de 2002 com o título de "Morte anunciada do transporte aéreo".O texto, recheado de críticas ao governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi publicado pelo jornal "Gazeta Mercantil" justamente num ano eleitoral, quando Lula venceu a disputa pela Presidência da República, depois de ter perdido em 1989, 1994 e 1998.Diante da quebra da Transbrasil, ele propunha no seu artigo "refletir se vale a pena deixar as empresas brasileiras de aviação entregues a sua própria sorte ou se é interessante para o país ter uma aviação nacional competitiva".

Intervenção

O presidenciável ainda defendia: "Vale sim uma intervenção das autoridades competentes, não para presentear as empresas com o suado dinheiro dos contribuintes, mas para dar as condições macroeconômicas de sobrevivência e de competitividade, antes que elas sejam engolidas pelas grandes companhias estrangeiras".Ao assumir a Presidência, porém, Lula não seguiu seu próprio conselho. Se a Transbrasil quebrou no governo FHC, a Varig teve o mesmo destino no seu, sem conseguir nenhum tostão de ajuda oficial.Depois de longa comparação da situação dos Estados Unidos com a do Brasil, Lula, que era também presidente de honra do PT, propôs: "Para o setor sair da crise, seriam necessárias medidas governamentais voltadas para assegurar a isonomia tributária e de financiamento às empresas brasileiras, compatíveis com a realidade internacional".

Acordos bilaterais

Na mesma linha, sugeriu a "urgente revisão dos acordos bilaterais vigentes", enquanto hoje o que se discute em alguns setores do seu governo é justamente o contrário: ampliar a participação estrangeira no setor aéreo nacional.Numa coisa o então pré-candidato e o atual presidente se mantiveram iguais: no uso de uma metáfora médica para falar da aviação.No artigo publicado em 2002, o candidato disse que "a crise da aviação brasileira, que vem se arrastando há muitos anos, atinge um estágio terminal". Na reunião de anteontem do Conselho Político do governo, ele comparou a crise do setor aéreo ao câncer."É como um paciente que não soubesse a gravidade da doença e aí, quando vê, está com metástase no corpo todo", disse ele a ministros e líderes partidários, conforme a Folha.A última linha do artigo escrito por Luiz Inácio Lula da Silva foi endereçada diretamente a Fernando Henrique Cardoso: "Até quando, senhor presidente?"

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