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quinta-feira, agosto 09, 2007

No blog de Marta Bellini...

A educação é um negócio rentável...
Do BLOG do Inconformado, Maringá, Notícias da Província
Cesumar, Senador do Voto Zero e o Laranjal

Ótima reportagem da Veja em 2001 sobre o até hoje não muito bem explicado Laranjal da família Mattos, que conseguiu emplacar um senador, legítimo representante da elite branca e sempre preconceituosa da Província de Maringá, sem ter tido um voto sequer da população.

Nestes tempos de laranjal do Renan Calheiros, é sintomático observarmos isso. Consuelo Dieguez "Ação entre amigos", copyright Veja, nº 1.698, 2/5/01"Um dos inegáveis feitos do Ministério da Educação foi a democratização do ensino superior, com o crescimento acelerado do número de faculdades implantadas no país.

Vai tudo bem nesse campo, menos por um detalhe: oscritérios adotados pelo Conselho Nacional de Educação(CNE) para autorizar o funcionamento de novas instituições. Há suspeitas de que critérios não estritamente técnicos nortearam a abertura de muitos cursos. O CNE, órgão que está ligado à estrutura administrativa do ministério e funciona com conselheiros indicados pelos órgãos de ensino e por outras entidades de fora do governo, decide que cursos superiores podem ser abertos, em quais cidades etambém os que devem ser fechados por andar mal das pernas.

Seria de imaginar que o conselho estivesse acima de qualquer interesse, a não ser o de garantir um ensino de qualidade. O que ocorre, porém, é que esse órgão tem sido palco de uma ação entre amigos, na qual se aprovam projetos de interesse de grupos comque os conselheiros têm ou tiveram algum vínculo. Pior que isso, sem que o próprio Ministério tenha controle dessas ligações, porque os pedidos são feitos em nomedas mantenedoras dos cursos, sem informação sobre quem são seus donos. Esse expediente deu margem a situações no mínimo curiosas.

Como a do conselheiro Yugo Okida,vice-reitor da Universidade Paulista (Unip), que pertence a um dos maiores grupos educacionais do país,o Objetivo, do empresário João Carlos Di Genio. Okida também é sócio de Di Genio no Objetivo e em outros negócios do grupo. Não vota nenhum parecer relativo àUnip. ‘Não seria ético’, explica. No entanto, não temos o mesmo cuidado quando se trata da aprovação de projetos de pessoas ligadas ao grupo Objetivo. ‘Nãoposso impedir meus parentes ou sócios do Objetivo deabrir suas faculdades’, explica. Há exemplos em vários Estados. No Centro de Ensino Superior de Maringá (Cesumar), no Paraná, os sócios são Cândido Garcia, Jorge Brihy e Oswaldo Pereira Barbosa. Brihy é sócio de Okida e Di Genio no Objetivo. Já Pereira Barbosa é cunhado de Di Genio. Emmaio de 1998, Okida deu parecer autorizando o curso de fisioterapia na Cesumar. Em João Pessoa, Brihy e Oswaldo Barbosa aparecem como donos da Associação Paraibana de Ensino Renovado junto com Emiliane Kubo, sobrinha de Okida. Brihy também figura como sócio na Sociedade de Desenvolvimento Cultural do Amazonas, querecebeu autorização de Okida para montar um curso decomunicação. Na Bahia, quem está à frente da Associação de Ensino Superior Diplomata, além de Brihyé José Augusto Nasr, também sócio do grupo Objetivo.
O conselheiro nega qualquer favorecimento. Lembra que o voto do relator é sempre acompanhado de decisões demais dois relatores. ‘Não mexo em uma vírgula doparecer que vem da Secretaria de Educação Superior.Será que todos estariam coniventes com o Objetivo?’,questiona, deixando de lado a informação de que ospedidos são feitos apenas em nome das mantenedoras. Okida não está só. O conselheiro Lauro Ribas Zimmerfoi reitor da Universidade Estácio de Sá, do empresário João Uchôa Cavalcanti e tem o hábito deaprovar projetos a ela ligados. É o caso da Sociedadede Ensino Superior de Pernambuco e da Sociedade de Ensino Superior do Ceará, em 1998 e 1999. Ambas pertencem ao grupo Estácio e receberam voto favorável de Zimmer. A defesa, mais uma vez, se escuda na diferença entre o nome das instituições autorizadas afuncionar. ‘Ele sempre recusa os projetos em nome daEstácio de Sá’, atesta o vice-presidente da Câmara deEducação Superior, Arthur Roquete de Macedo, da Fundação Cesgranrio de São Paulo. Zimmer esquiva-se dos cursos que aprovou em Pernambuco e no Ceará. ‘Pode ter acontecido em outra época’, diz. Também chama a atenção o caso do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb).

À frente do centro, que abriu nada menos que doze cursos em dois anos, estáEda Machado Souza, mulher do chefe de gabinete doministro Paulo Renato, Edson Machado. Antes de abrirsuas faculdades, Eda era funcionária da Secretaria deEducação Superior (Sesu), responsável pelos cursossuperiores do país. Outra coincidência é que o Iesb,antes de se estabelecer definitivamente, usouinstalações do Objetivo em Brasília. O atual secretário da Sesu, Antonio Macdowell de Figueiredo, não vê conflito de interesse no fato de a mulher do chefe de gabinete ter uma faculdade. Não há lei que impeça, é verdade. Mas não é uma situação inteiramenteconfortável. O professor João Carlos Di Genio defende-se atacando.Alega que seus 35 anos no mercado justificam o tamanhodo império que montou.

Explica também que o plano decarreira do Objetivo inclui apoio para os professoresabrirem escolas depois de dez anos de trabalho – daí aquantidade de pessoas ligadas ao grupo à frente deinstituições de ensino. ‘Tem gente com muito menos estrada que abriu mais cursos que nós e em menos tempo. Não há controle’, indigna-se. A velocidade comque surgem cursos no país é realmente estonteante. Entre 1996 e 2000, foram criados 2.016. Uma média de um curso e meio por dia em quatro anos. Para evitarirregularidades e garantir a qualidade do ensino, éessencial que esse crescimento seja regido porcritérios técnicos rigorosos. A falta de controle deixa no ar um cheiro de favorecimento incompatívelcom uma política educacional eficiente."


Comentário: Ao Inconformado BINGO! No post que o Inconformado enviou-me há dias, descreve que a ACIM de Maringá ri de nossas pesquisas na UEM. Quem não pode desdenha, penso eu. Quem lê este texto de 2001 sabe porque a ACIm desdenha da UEM. Não é serviço privado. Não dá lucro ao grupo. bem que quiserem comprar a UEM do Lerner. Negócio. Não educação.

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