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sexta-feira, agosto 10, 2007

Chega de maniqueismo!

Aos que pensam segundo dicotomias, sem maiores cuidados com a lógica:

Ser contra o movimento Cansei (olhaí a contradição nos termos!) NÃO significa apoiar o petismo ditatorial ou o governo que dele resulta. Se criticar o Cansei fosse sinônimo de apoio à situação atual do país, certamente não haveria saída além do apoio aos que, no dito movimento, APOIAM LULLA INTEGRAL E FANÁTICAMENTE. Eles sabem o que fazem. É mais fácil e mais rendoso soltar alguns gemidos contra um governo tirânico que é sócio dos bancos, sustentador da pior corja de políticos já surgida no Brasil e, agora, autor do pior atentado aos direitos humanos, com a negação rápida do direito de asilo. Quando Tilden Santigado afirmou, em Cuba, que se alguém desejasse desestabilizar o Lulla, o "remédio" seria o Paredón, NÃO LI, NÃO ESCUTEI, NÃO VI NENHUM MEMBRO DO CANSEI SE LEVANTAR CONTRA O ABSURDO TERRORISTA. Salvo melhor informação, foi gente "ingênua" como este professor, ou algum "idealista" que não janta no Fasano ou em outra espelunca de luxo, que reclamou.

Criticar os Finzi Contini não fez de nenhum escritor apologista de Mussolini. Pelo contrário.

Repito: não apoio os cansados paulistas, habitués da Daslu e que tais. E peço aos que julgam esta atitude um apoio a Lulla, as provas de sua assertiva.

A arte dos matizes é fundamental em política, como na vida. Só apoia absolutamente um pensamento, quem não pensa. Aliás, este é o mote dos que, nos anos 30 do século 20, diziam que um "jornal é uma verdadeira benção para o leitor, pois lhe entrega todas as manhãs idéias limpidas e puras, dispensando-o da tarefa de pensar". Os curiosos procurem a fonte. Se encontrarem, ganham um retrato de Lulla e Dona Marisa para sua alegria.

Quanto às pressões sobre o comediante Jô: seria bom saber quem faz pressão, quando e de que modo. Sempre é possível, também, pressionar as mesmas empresas patrocinadoras: se retirarem seu apoio por imposição petralha, saibam que também nós deixaremos de comprar seus produtos. Falar genericamente em pressão, etc. é um desserviço ao combate contra o petralhismo boçal.

Quanto a mim, gosto muito de uma cena (já contei este passo, mas repetir não cansa) de um filme B, "Cabaré". Um gordo nazista lê seu jornal diário, o Völkischer Beobachter. Certo instante, ele exclama algo assim: "o mundo está ameaçado pela conspiração dos banqueiros e do comunismo". O personagem que o escuta, responde irritado: "a única conspiração que existe, agora, é a conspiração dos burros".

A resposta serve para os petralhas e para os que aplaudem todos os que os criticam. No caso dos cansados, criticam a superfície, não a base do poder fascista instalado em terras brasílicas.

É assim ou assado. This is this, and that is that. Ou então, na fórmula do grande lógico petista, "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa".

Bom final de semana.

Roberto Romano

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