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quinta-feira, janeiro 24, 2008



COMENTÁRIO: AS DUAS NOTÍCIAS ABAIXO, EXTRAÍDAS DA FOLHA DE SÃO PAULO, APRESENTAM SEMELHANÇAS ESTRATÉGICAS.

1) PARTO DA SEGUINTE AFIRMAÇÃO DE ANALISTAS POLÍTICOS SÉRIOS: "O ESTADO É COMOUM PERDEDOR RUIM QUE ÀS VEZES MODIFICA AS REGRAS DO JOGO. O ESCÂNDALO QUE RECOBRE A ´RAZÃO DE ESTADO´TANTO ATRAIÇOA NOSSO DESÂNIMO DE GOVERNADOS QUANTO NOSSO CETICISMO DIANTE DAS LEIS CONSTITUCIONAIS" (CHRISTIAN LAZZERI E DOMINIQUE REYNIÉ" IN LA RAISON D´ÉTAT: POLITIQUE ET RATIONALITÉ - A RAZÃO DE ESTADO, POLÍTICA E RACIONALIDADE, PARIS, PUF, 1992).

2) NAS DUAS NOTÍCIAS ENCONTRAMOS O JOGADOR ESTATAL NO FLAGRANTE DELITO DE FRAUDAR AS REGRAS DO JOGO DEMOCRÁTICO. NAS DUAS, OS GOVERNANTES SÃO PEGOS NO ATO DE MENTIR.

3) NOS EUA, POR FORÇA DA RAZÃO DE ESTADO (TRAZIDA À ALTURA PEQUENA DO CLAN BUSH E SÓCIOS) A MENTIRA PROCURA DISTORCER A PRÁTICA DA ACCOUNTABILITY, HERANÇA ESSENCIAL DAQUELA DEMOCRACIA. ANTES DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL SERIA IMPENSÁVEL O JOGO TAL COMO PRATICADO POR BUSH EM SEU PAÍS. MAS COM OS PÉS NA EUROPA, OS EUA APRENDERAM AS LIÇÕES DE BISMARCK E SEMELHANTES. BISMARCK É O LÍDER QUE DESEJAVA A GUERRA CONTRA A FRANÇA MAS TINHA A DESAPROVAÇÃO DO REI CONTRA SEUS PLANOS. ELE CONSEGUIU A GUERRA AO CORTAR COM UMA BELA TESOURA O INÍCIO E O FINAL DE UM DESPACHO FRANCÊS QUE ERA QUASE UMA DECLARAÇÃO DE PAZ. COM A SUA TESOURA FAMOSA, ELE DISTORCEU O DESPACHO. E DE IMEDIATO SOLTOU PARA A IMPRENSA EUROPÉIA O TEXTO ADULTERADO. QUANDO O REI ALEMÃO LEU OS JORNAIS NA MANHÃ SEGUINTE, NÃO TEVE ESCOLHA, PORQUE A "NOTÍCIA VERDADEIRA" ERA A FABRICADA POR SEU MINISTRO BELICOSO. A GUERRA FOI DECLARADA, COM AS VIOLÊNCIAS TODAS QUE ACABARAM, PARA DESGRAÇA DA HUMANIDADE, NAS PRIMEIRAS E SEGUNDAS GUERRAS MUNDIAIS.

OBSERVAÇÃO: NÃO HAVERIA O IMPACTO DESEJADO POR BISMARCK, SE A IMPRENSA FOSSE MAIS RESPEITOSA DA VERDADE E MENOS RESPEITOSA EM RELAÇÃO AOS "FUROS" E AOS LUCROS COM NOTÍCIAS QUE VENDEM JORNAIS, CAPTAM PROPAGANDA, ETC. BISMARCK TEVE NA IMPRENSA A SUA GRANDE ALIADA. COMO ALIÁS, SEUS SUCESSORES NO PODER EUROPEU.

NOS EUA A TRADIÇÃO ERA OUTRA. MAS ELES APRENDERAM NA ESCOLA DE ESTADO OS PROCEDIMENTOS OPOSTOS A TUDO O QUE SERVIU PARA A FUNDAÇÃO DE SUA REPÚBLICA, COMO POR EXEMPLO O RESPEITO PELA LIBERDADE DE IMPRENSA MAS TAMBÉM O RESPEITO PELO ELEITOR E LEITOR.

COMO DIZ A NOTÍCIA SOBRE BUSH, NÃO HAVERIA O IMPACTO DESEJADO PELO GOVERNANTE, SEM A COBERTURA ACRÍTICA (EU DIRIA, CÚMPLICE) DA IMPRENSA.

A TRAGÉDIA É IMENSA, COMO PODE SER DEPREENDIDO PELOS RESULTADOS. NÃO CONSIDERO QUE SADAM HUSSEIN E A ALKAEDA SEJAM SANTOS. PELO CONTRÁRIO. E CONSIDERO QUE AS AÇÕES CONTRÁRIAS AO TERRORISMO SE JUSTIFICAM. AGRESSÕES DE FORÇA DEVEM SER PARALISADAS PELA FORÇA, SOBRETUDO PORQUE AS AÇÕES TERRORISTAS SÃO COVARDES E USAM CIVIS COMO ESCUDOS DE PROTEÇÃO. ELES MENTEM DA MANEIRA MAIS CRUA, MENTEM COM SUAS BOMBAS JOGADAS EM MULHERES, HOMENS, VELHOS, CRIANÇAS, MENTEM AO DIZER QUE COMBATEM POR SUA FÉ, QUANDO DE FATO COMBATEM PARA AUMENTAR O PODER DE SUAS FACÇÕES POLÍTICAS.

NEM POR ISSO A DISTORÇAO DA VERDADE PELO ESTADO SE JUSTIFICA. SOBRETUDO DA MANEIRA BANAL COM QUE A MENTIRA —SERIA ESTA A "NOBRE MENTIRA" PRECONIZADA POR PLATÃO, NA HERMENÊUTICA DE LEO STRAUSS E OUTROS INSPIRADORES DO ATUAL GOVERNO ESTADUNIDENSE?— É PRATICADA ALÍ, DESDE O FAMIGERADO CORONEL NORTH.

PASSEMOS À COMÉDIA.

VEJAM A REUNIÃO MINISTERIAL, TODA ELA CONSAGRADA À TAREFA DE ESTABELECER ESTRATÉGIAS PARA VENCER AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, QUANDO O MUNDO ENFRENTA UMA CRISE VIOLENTA NA ECONOMIA, O BRASIL ENFRENTA O APAGÃO AÉREO (NADA RESOLVIDO),O APAGÃO NA SAÚDE PÚBLICA, NA EDUCAÇÃO, ETC. A FRIVOLIDADE DOS MINISTROS E DO SUPOSTO MAGISTRADO É DE ASSUSTAR.

NO INTERIOR DA REUNIÃO PARA DECIDIR SOBRE AS MENTIRAS ELEITORAIS, CONFISSÕES DE OUTRAS MENTIRAS, MANIPULAÇÕES, DEBOCHE E FALTA DO INDISPENSÁVEL DECORO.

O MINISTRO DIZ QUE RECEBE PREFEITOS E PARLAMENTARES (SEMPRE SEM RECURSOS, DADA A CONCENTRAÇÃO CRIMINOSA DE IMPOSTOS NAS MÃOS DO EXECUTIVO FEDERAL= 70% DOS IMPOSTOS). E AFIRMA, GLORIOSO, LHES MOSTRAR "UMA CENOURA". TODOS SABEM O QUE A IMAGEM SIGNIFICA. TRATA-SE DE ENGANAR O BURRO, PARA QUE ELE SIGA ADIANTE, MESMO COM A BARRIGA VAZIA. O "ESPERTO" MINISTRO, PHD NA ARTE DE ENGANAR, RECEBE UMA ADVERTÊNCIA DO PRESIDENTE : A BRINCADEIRA PODE RENDER PEPINOS. O GESTO TODOS CONHECEM, POIS OS BRAÇOS AFASTADOS MOSTRAM O TAMANHO DA GENITÁLIA A AMEAÇAR OS TRASEIROS DO MANIPULADOR E MESTRE EM PSEUDOLOGIA. O GESTO É INDECENTE, DEBOCHA DE TODA A NAÇÃO E POR SI SÓ, SE FOSSEMOS UM PAÍS SÉRIO, SERVIRIA PARA INICIAR UM PROCESSO CONTRA QUEM O PRATICOU.

E SEM FALAR NA DESENVOLTURA COM A QUAL O PRESIDENTE COMPARA O SEU CONCILIÁBULO À SANTA CEIA. NESTA ÚLTIMA, O ÚNICO TALVEZ A PARTICIPAR DE MANIPULAÇÕES E DEBOCHES, SERIA JUDAS ISCARIOTES (POR TRINTA DINHEIROS, O QUE TRAZ AO LEITOR CRISTÃO PERTURBADORAS SEMELHANÇAS COM ALGUNS PROCESSOS JUDICIAIS DE HOJE, COMO É O CASO DO MENSALÃO).

VOLTANDO ÀS DUAS NOTÍCIAS. A DOS EUA REPRESENTA UMA TRAGÉDIA ANTIGA, ANTERIOR MESMO À EXISTÊNCIA DAQUELA NAÇÃO. FOI UM SOBERANO FRANCÊS QUEM USOU DE MODO EXAUSTIVO O SLOGAN DA RAZÃO DE ESTADO MENTIROSA : "QUEM NÃO SABE DISSIMULAR, NÃO SABE REINAR" (LUIS XI).[ler Adrianna Bakos: Images of kingship in early modern France, Louis XI in political tought. 1560-1789, London/New York, 1997] TRAGÉDIA SIM, PORQUE ESPERANÇAS NA FIDELIDADE À PALAVRA DEFINEM A SORTE DA ORDEM DEMOCRÁTICA.

NO BRASIL, É A COMÉDIA, A PORNOCHANCHADA, A FALTA DE PRUDÊNCIA COM AS VERDADEIRAS QUESTÕES DE ESTADO.

CENOURAS, PEPINOS, ABOBRINHAS DITAS POR MINISTROS QUE DEVERIAM FALAR DE SEGURANÇA, SAÚDE, EDUCAÇÃO, TÉCNICAS, ETC.

É O FIM DA FEIRA. E CHEGAMOS AO NOME MAIS ADEQUADO AO ATUAL MINISTÉRIO, COM SEU DIRIGENTE:

GOVERNO DA XÊPA! OU MELHOR: DA GUIMBA!


SEGUE A DEFINIÇÃO DO AURÉLIO:

XEPA

Acepções substantivo feminino
Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
1 comida servida em quartel
2 sobra de alimento; resto de comida não consumido
3 papel velho e já utilizado, recolhido com o objetivo de venda para reciclagem em fábrica de celulose
4 Regionalismo: Rio de Janeiro.
cada uma das últimas mercadorias expostas em uma feira livre, ger. mais baratas e de menor qualidade
5 Regionalismo: Rio de Janeiro.
sobra de alimento não vendido ao término de feira ou mercado, recolhido ou pechinchado por consumidores
6 Regionalismo: Santa Catarina.
m.q. guimba

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Folha, 24 de janeiro de 2008


Em reunião, Lula faz citação a Santa Ceia e a pepinos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Brincadeiras, referências bíblicas e até citações a "cenouras" e "pepinos" marcaram a reunião ministerial . O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a reunião de ontem com os 37 ministros à Santa Ceia, a última refeição entre Jesus Cristo e os apóstolos. Lula ocupava a cabeceira da mesa.
Em maio de 2006, Lula já havia se referido à Santa Ceia, ao dizer que a proposta de reforma sindical não atenderia aos interesses de todos. "Só Cristo pode ter unanimidade. Mesmo assim, na Santa Ceia ele não teve, porque teve um traidor lá."
Em um dos momentos de descontração da reunião de ontem, o ministro Hélio Costa (Comunicações), ao comentar o relacionamento com deputados e senadores, gabou-se de ter um "software" com histórico de todas as votações. Ele disse que usava as informações para cobrar parlamentares ou mesmo negar pedidos de audiência.

Márcio Fortes (Cidades) disse que não se recusa a receber ninguém seja a hora que for. Por isso, a estratégia dele, segundo relato à Folha por ministros presentes, é sempre "encontrar uma cenoura" para mostrar ao parlamentar que há alternativas para atendê-lo. Nesse momento, Lula teria alertado: "Mas pode vir um pepino em troca", provocando risos.

Em outro momento, ministros disseram ao colega Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) que ele deveria levar ao bispo de Barra (BA), d. Luiz Cappio, o balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Geddel, que travou polêmica com Cappio sobre a transposição do rio São Francisco, teria xingado o bispo. O ministro, porém, negou.

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Governo Bush fez 935 declarações falsas de 2001 a 2003, diz estudo
Com discurso sobre Iraque, presidente encabeça lista, compilada após o 11/9

DA ASSOCIATED PRESS

Um estudo do Centro pela Integridade Pública e do Fundo pela Independência no Jornalismo, organizações sem fins lucrativos, constatou que o presidente George W. Bush e funcionários importantes de seu governo fizeram 935 declarações falsas sobre a ameaça que o Iraque representava à segurança dos EUA nos dois anos seguintes aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. O estudo, divulgado na noite de anteontem, conclui que as declarações eram "parte de uma campanha orquestrada que galvanizou a opinião pública e, no processo, levou o país à guerra sob pretextos incontestavelmente falsos".

Os pesquisadores descobriram que discursos, briefings, entrevistas e outras ocasiões serviram para que Bush e outros funcionários do governo declarassem inequivocamente em ao menos 532 ocasiões que o Iraque tinha armas de destruição em massa, estava tentando produzi-las ou obtê-las, ou que mantinha laços com a rede terrorista Al Qaeda.
"Tornou-se inquestionável, hoje, que o Iraque não possuía armas de destruição em massa nem tinha vínculos com a Al Qaeda", escrevem Charles Lewis e Mark Reading-Smith na sinopse do estudo. "O governo Bush conduziu o país à guerra com base em informações errôneas que as autoridades propagaram metodicamente, em um processo que culminou com a ação militar contra o Iraque em 19 de março de 2003."

Além de Bush, o estudo cita o vice-presidente Dick Cheney, a então assessora de segurança nacional Condoleezza Rice, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld, o secretário de Estado Colin Powell, o secretário-assistente da Defesa Paul Wolfowitz e os porta-vozes da Casa Branca Ari Fleischer e Scott McClellan -com exceção de Rice, que substituiu Powell, todos já deixaram o governo. Bush está no topo da lista, com 259 falsas declarações, seguido por Powell. Os números advêm de um banco de dados que compilou declarações públicas nos dois anos após o 11 de Setembro, bem como relatórios do governo, livros, reportagens, discursos e entrevistas. "O efeito cumulativo dessas declarações falsas, amplificadas por milhares de reportagens em mídia impressa e eletrônica, foi imenso, e a cobertura de mídia criou um ruído quase impenetrável por diversos meses", diz o estudo.

"Alguns jornalistas e organizações noticiosas admitiram que sua cobertura nos meses que precederam a guerra foi deferente e acrítica demais. Boa parte dessa cobertura abrangente sobre o tema ofereceu validação adicional, "independente", às falsas declarações do governo Bush."

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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