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segunda-feira, janeiro 14, 2008

COMENTÁRIO: ATÉ MESMO O FALASTRÃO DITATORIAL PERCEBEU A MANCADA DE SEU DISCURSO EM PROL DOS ALIADOS DAS FARC. INFELIZMENTE MUITOS MILITANTES, NO BRASIL, ENTRAM NOS DELÍRIOS DO EGOCRATA VENEZUELANO. E OS DIVULGAM COMO VERDADE ABSOLUTA.
RR

FOLHA DE SÃO PAULO, 14 de janeiro de 2008



Hugo Chávez reitera proposta de status político para as Farc
Presidente procura se explicar em programa na TV: "sou contra o seqüestro"


LAURA CAPRIGLIONE
ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

"Eu também sou contra o seqüestro. Me parece horrível. Não estou de acordo com manter uma pessoa anos em uma selva, algumas morrendo. Isso me parece contra a natureza humana." O presidente Hugo Chávez, da Venezuela, tratou ontem, durante a transmissão da edição de número 300 do programa dominical "Alô Presidente", de se explicar.
Ele, que ontem na imprensa venezuelana de oposição era chamado de "patrono das Farc" e de "chanceler dos guerrilheiros" por causa da proposta que fez de que o governo do presidente Álvaro Uribe reconheça as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) como "força insurgente", tratou de dizer que é contra os seqüestros e que seu objetivo é "humanizar a guerra". O governo colombiano qualifica as Farc como "organização terrorista".

Chávez falou por mais de 70 minutos sobre a Colômbia, que nesta semana viveu as emoções da libertação de duas reféns -Clara Rojas (mãe do pequeno Emmanuel, filho que teve com um guerrilheiro) e Consuelo González de Perdomo, depois de seis anos de cativeiro. A ex-parlamentar Consuelo González fez questão de estar na platéia de Chávez, no Estado de Guárico, a mais de seis horas de viagem de Caracas.
Exatamente quando o programa começou, às 11h, a ex-refém Clara Rojas saiu do hotel Gran Meliá, na capital venezuelana, onde esteve hospedada desde o resgate, acompanhada pela mãe e pelo irmão. "Espero poder almoçar com Emmanuel daqui a pouco", disse ela, no pescoço um colar com a imagem do filho aos 8 meses, que lhe foi dada de presente por um guerrilheiro.

Segundo Chávez, sua proposta de reconhecimento das Farc como "força beligerante" serviria ao propósito de "humanizar a guerra", embora ele admita que a expressão é infeliz ("Como se pode humanizar a morte?"). "Na Colômbia, trata-se de uma guerra civil. E a minha proposta é que essa guerra seja regulada pelos protocolos de Genebra. Reconhecer o estado de beligerância das Farc, e se as Farc o aceitam, seria o mesmo que obrigá-las a respeitar os protocolos de Genebra. Não se poderia, por exemplo, utilizar o seqüestro. Eu não compartilho a idéia de usar seqüestros."
"Manuel Marulanda, o Tirofijo [líder máximo das Farc] seria levado a percorrer o caminho da paz. Eu mesmo lhe diria para fazê-lo", acrescentou. "Esse é o caminho para a paz, já que a saída do extermínio por força militar não funcionou nos últimos 50 anos."

Consuelo González durante toda essa parte do discurso do presidente venezuelano era focalizada pelas câmeras da TV governamental. Sorria discretamente ao perceber que estava sendo filmada.Mas ela fez questão de interromper Chávez para lhe pedir que atue junto aos guerrilheiros para que os reféns sejam libertados o quanto antes. "Se o senhor puder estabelecer uma conversação com as Farc, faça-os entender que não pode ser que uma luta revolucionária, em que o homem deveria ser o centro, inclua atos como o seqüestro, que viola a dignidade humana."

Segundo Chávez, "chamam as Farc de terroristas porque lançam bombas e matam gente. Mas hoje ficamos sabendo do ataque de três ou quatro [aviões] F-16 contra uma aldeia iraquiana que dizimaram a população. E eles não são terroristas? Isso é cinismo", disse.

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