Powered By Blogger

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Macaca nos EUA faz robô andar no Japão usando só a força do pensamento

Masafumi Yamamoto/"The New York Times"



DA REDAÇÃO (Folha de São Paulo).

Uma macaca de 80 centímetros e três quilos conseguiu fazer um robô de 80 quilos e um metro e meio de altura andar usando apenas a força do pensamento na última quinta-feira. Detalhe: a macaca, Idoya, estava em um laboratório na Carolina do Norte, EUA, e o robô estava no Japão.

O experimento, noticiado ontem pelo jornal "The New York Times", é mais uma peripéciada equipe do neurocientista paulistano Miguel Nicolelis, da Universidade Duke. É aprimeira vez que um sinal cerebral é usado para fazer um robô andar.
Nicolelis e seus colegas já haviam demonstrado em experimentos anteriores como um macaco com eletrodos implantados no seu cérebro era capaz de controlar um braço robótico. Em um outro experimento, ele fez o que chamou de "fechar o circuito": um computador fez um macaco jogar videogame.

Os experimentos são avanços na criação de uma interface entre cérebro e máquina que permita a pacientes paralisados andar ou se movimentar guiando membros mecânicos apenas por meio de ondas cerebrais. Em resumo, o que Nicolelis pretende é criar um ciborgue. "Quando a pessoa pensar em andar, o andar acontece", declarou o cientista ao "New York Times".

O novo experimento é um avanço importante em relação aos anteriores porque os circuitos neurais envolvidos no movimento das pernas são mais complexos que os dos braços. Em novembro, no entanto, Nicolelis havia dito à Folha que conseguira demonstrar que os mesmos princípios se aplicam a ambos.

Idoya primeiro foi treinada a andar sobre uma esteira durante dois meses. Durante o treinamento, eletrodos foram implantados na chamada "área da perna" da macaca, um conjunto de cerca de 300 neurônios que entravam em atividade quando ela andava. Alguns disparavam sinais elétricos (a forma como essas células se ativam) quando seu tornozelo, seu joelho e suas articulações da bacia se moviam. Outros, quando seus pés tocavam o chão. Outros, ainda, em antecipação a seus movimentos, afirmou o jornal.

Na quinta-feira, os cientistas coletaram os sinais de atividade cerebral, converteram-nos em um formato que um computador fosse capaz de ler. Esse registro permitia antecipar os movimentos da macaca com 90% de precisão, de três a quatro segundos antes de ela se mexer. Os sinais foram enviados por uma conexão de internet de alta velocidade a Kyoto, Japão. Enquanto Idoya andava na esteira, o computador do outro lado do mundo traduzia as "ordens" do cérebro de Idoya ao robô CB, um humanóide articulado."É um pequeno passo para um robô, e um salto gigantesco para um primata", brincou Nicolelis durante o teste.

==========================================================================






PARA UMA REFLEXÃO SOBRE O ASSUNTO, VER

Moreno, Jonathan D. Mind Wars: Brain Research and National Defense.(Dana Press. 2006).

(...) Jonathan D. Moreno investigates the deeply intertwined worlds of cutting-edge brain science, U.S. defense agencies, and a volatile geopolitical landscape where a nation's weaponry must go far beyond bombs and men. The first-ever exploration of the connections between national security and brain research, Mind Wars: Brain Research and National Defense reveals how many questions crowd this gray intersection of science and government and urges us to begin to answer them.

From neuropharmacology to neural imaging to brain-machine interface devices that relay images and sounds between human brains and machines, Moreno shows how national security entities seek to harness the human nervous system in a multitude of ways as a potent weapon against the enemy soldier. Moreno charts such projects as monkeys moving robotic arms with their minds, technology to read the brain’s thought patterns at a distance, the development of "anti-sleep" drugs to enhance soldiers’ battle performance and others to dampen their emotional reactions to the violence, and advances that could open the door to "neuroweapons"—virus-transported molecules to addle the brain.

"As new kinds of weapons are added to the arsenal already at the disposal of fallible human leaders," Moreno writes, "we need to find new ways to address the problem"--of the ethical military application of so powerful and intimate a science. This book is the first step in confronting the quandaries inherent in this partnership of government and neuroscience, serves as a compelling wake-up call for scientists and citizens, and suggests that, with imagination, we might meet the needs of both security and civil liberty.

TABLE OF CONTENTS
Contents

Acknowledgments

Introduction

Chapter 1. DARPA on Your Mind
Chapter 2. Of Machines and Men
Chapter 3. Mind Games
Chapter 4. How to Think about the Brain
Chapter 5. Brain Reading
Chapter 6. Building Better Soldiers
Chapter 7. Enter the Nonlethals
Chapter 8. Toward and Ethics of Neurosecurity

Arquivo do blog