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quarta-feira, janeiro 16, 2008

COMENTÁRIO: QUERIDOS MARTA BELLINI E ROQUE SPONHOLZ: O QUANTO ME LEMBREI DE VOCÊS, LENDO ESTA NOTÍCIA! QUEM É PARANAENSE E JAMAIS PERDEU O PUDOR [no grego=Aidós] SÓ PODE FICAR FELIZ COM O "PORQUE NÃO TE CALAS" APLICADO NO AUTORITÁRIO, CLONE DE HUGO CHAVEZ EM TERRAS BRASILEIRAS.

UMA PERGUNTINHA AO FREI BETTO, À FENAJ E MESMO AO VENERÁVEL PEDRO SIMON: SE A CENSURA É ABOMINÁVEL, NÃO SERIA PRECISO CRITICAR OS CENSORES CUBANOS? NA ILHA, O PROCEDIMENTO É APLICADO, SEM APELO, PELA POLÍCIA (AO MESMO TEMPO QUE A CENSURA, O EXÍLIO, O PAREDÓN) CONTRA PESSOAS SEM PODER.

SERIA MUITO DIFERENTE O ATO DE CENSURAR, DO ATO DE DISTRIBUIR VERBAS PÚBLICAS EM REDAÇÕES, OU DELAS RETIRAR RECURSOS DE PROPAGANDA SE O VEÍCULO NÃO SE ENQUADRA NA "LINHA" DOS GOVERNANTES?

QUANTOS PERIÓDICOS INDEPENDENTES (ANTES DO IMPÉRIO PETISTA) HOJE SÃO APENAS INSTRUMENTOS DE PROPAGANDA GOVERNAMENTAL ? TRATA-SE TAMBÉM DE CENSURA, TALVEZ DAS MAIS TRUCULENTAS, POIS COM ELA É COMETIDO O CRIME DE CORROSÃO DO CARÁTER.

AFIRMAR QUE UM JUIZ, CUJA DECISÃO PODE SER MODIFICADA A QUALQUER MOMENTO E DE MODO PÚBLICO, PRATICA CENSURA É RECURSO RETÓRICO MAIS DO QUE VULGAR. É UMA VARIANTE DA PSEUDOLOGIA QUE RACIOCINA SEMPRE EM FAVOR DA RAZÃO DE ESTADO ORDINÁRIA.

ROBERTO ROMANO





São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Folha de São Paulo

Requião faz cena em TV para criticar Justiça


Governador corta sua própria voz em programa de canal estatal em protesto à decisão judicial que o proíbe de fazer promoção pessoal

Juiz federal diz que só tenta vetar mau uso da emissora e que não se trata de censura; telespectador era conduzido a canal de secretário do PR

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Para protestar contra o juiz federal que o proibiu de atacar adversários pela TV Educativa do Paraná, o governador Roberto Requião (PMDB) cortou sua própria voz no programa "Escola de Governo", uma reunião semanal transmitida pela emissora para anúncio de obras e projetos das secretarias estaduais. Quando Requião se manifestava, o som era cortado e uma tarja com a palavra "censurado" era colocada na tela.
Foi a primeira exibição do programa desde que o juiz Edgard Lippmann Júnior, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, atendeu na semana passada parte de um recurso da Procuradoria em Curitiba, que acusa Requião de usar a TV estatal para promoção pessoal e ataques a adversários, mídia, juízes e Ministério Público. O juiz proibiu as críticas, mas não suspendeu o programa, como pedia a Procuradoria.

Na exibição, além da tarja, uma mensagem associava o silêncio de Requião à decisão do juiz e avisava que o pronunciamento poderia ser acompanhado sem cortes de áudio na emissora Canal 21, do empresário Luiz Mussi, secretário especial do governo. Procurado pela Folha, Mussi não ligou de volta.O programa começou ontem com depoimentos gravados em solidariedade ao governador e de repúdio à ordem judicial.

Entre os que criticaram a decisão, estavam o senador Pedro Simon (PMDB-RS); o líder do MST João Pedro Stédile; o ex-assessor do presidente Lula Frei Betto; e os presidentes da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sergio Murillo de Andrade, e da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo.

"A censura é uma prática abominável que tivemos nos 21 anos de ditadura militar", afirmou Frei Betto.

Ao final das declarações, Requião foi anunciado para falar. Enquanto as câmeras o mostravam conversando com a platéia, o som era cortado e aparecia a mensagem de censura. O áudio voltava quando os secretários iam a um púlpito falar sobre suas pastas. Quando Requião conversava com eles, o som era interrompido de novo.
Em entrevista, o governador criticou o Judiciário. "Querem me transformar num divulgador de receitas de bolo, como aconteceu na ditadura", disse, numa referência à publicação de receitas pelo jornal "O Estado de S. Paulo" em protesto pelas notícias retiradas pelos censores do regime.

Outro lado

O juiz Edgard Lippmann Júnior disse à rádio CBN que sua decisão não impede Requião de falar. "O que fizemos no processo foi vedar o mau uso da TV Educativa. Nunca impedi o governador de falar." Procurado pela Folha, ele afirmou que não daria mais entrevistas.

O juiz disse que vai aguardar manifestação do Ministério Público para analisar se o teor do programa de ontem extrapolou a determinação judicial. "Se ficar caracterizado que isso se constitui numa afronta, vai ser analisado por mim, porque já existe uma multa prevista [de R$ 50 mil por cada agressão]", disse Lippmann Júnior.
O juiz disse lamentar críticas de Requião sobre a decisão. Ele afirmou que recusa o convite feito pelo governador do Paraná para debater a decisão no programa.

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