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segunda-feira, janeiro 14, 2008

No Blog Perolas de Alvaro Caputo....



Os Pensamentos do Dia

Façam suas apostas, senhores. Quem vencerá dessa vez?O PMDB do senador José Sarney (AP), que emplacou o colega Edison Lobão (MA) como ministro das Minas e Energia e quer muito mais? Ou a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, empenhada em manter aliados nos cargos mais estratégicos do setor elétrico? Em jogo, a eleição deste ano e a sucessão de Lula.São curiosos os argumentos dos que se opõem a invasão pelos bárbaros do ministério reservado a Lobão. Dizem eles: é preciso evitar a interrupção das políticas ali em curso.Por que seriam suspensas? Não basta que Lula ordene a continuidade delas para que ninguém ouse revogá-las?Esse governo tem comando ou não tem? Não foi com base em idéias, princípios, valores e pontos de vista comuns que 14 partidos se juntaram um dia para garantir o sucesso do segundo mandato de Lula? Cargo era o que menos importava, lembram?

Alega-se também: o PMDB carece de nomes qualificados para as presidências e diretorias de estatais subordinadas ao ministro das Minas e Energia. Vai pôr políticos em cargos de perfil técnico. E logo quando o país começa a correr o risco de um apagão de energia.Ora, somente Dilma e o PT dispõem de nomes qualificados? E por que essa gente foi incapaz de prevenir o risco do apagão? Por acaso Lobão entende sequer um pouco de energia? E, no entanto, Lula não com concordou em nomeá-lo esta semana?Por último: o PMDB é um partido predador. Dê-lhe um ministério rico e com muitos cargos para ver só a lambança que acabará promovendo.

E o PP de Severino (“Quero a diretoria da Petrobrás que fura poço”) Cavalcanti não é um partido predador? No momento o PP exige a “verticalização” dos cargos do Ministério das Cidades. “Verticalização” quer dizer o preenchimento dos cargos de peso do ministério com nomes indicados pelo partido. Seria mais do que razoável. Pois onde muitos mandam poucos obedecem.

Será menos predador o PR do ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que cobra a nomeação de diretores regionais do bilionário Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte?Nascimento disputou uma vaga no Senado pelo Amazonas. Foi Lula que escalou o suplente, um amigo seu de banhos e de comilanças às margens de rios e igarapés.Uma vez eleito, Nascimento virou ministro para que o amigo de Lula pudesse virar senador. Caberia acusar Lula de predador da vontade dos eleitores do Amazonas?

Nunca antes na história deste país um presidente da República pareceu dispor de tão ampla base de apoio no Congresso. O Brasil estava obrigado a voltar a crescer a taxas expressivas, proclamavam os construtores da base. E o Programa de Aceleração do Crescimento daria conta do recado.Celebrou-se ao som de clarins e de muitas tapinhas nas costas o grau de maturidade política dos partidos que renunciavam aos seus interesses mais mesquinhos em nome da governabilidade.

Pois sim! O que era doce está na iminência de se tornar amargo. Ou dá ou desce. Ou o governo cede ou será traído em votações no Congresso. Que princípios que nada, meus caros. Sem essa de programa de governo concebido em conjunto pelos partidos. O buraco é mais embaixo. E somente uma ambiciosa reforma política poderá tapá-lo no futuro.
O verdadeiro poder está nos municípios. São os prefeitos e vereadores que elegem deputados, senadores e governadores. Haja grana para obras que eles pedem, para forrar seus bolsos e financiar campanhas cada vez mais caras.Cargos na administração federal servem para empregar afilhados, facilitar a aprovação de emendas ao Orçamento da União e promover licitações regulares e viciadas.

Quem disputa contratos públicos é sensível aos apelos dos que mais necessitam de doações - por dentro ou por fora.
É simples assim. Sempre foi. E Lula, que no passado denunciou a existência de 300 picaretas no Congresso, não se preocupou em tentar reduzir o número deles ou em renovar costumes que apodreceram.Este é um governo que faz às claras, descaradamente às claras, o que seus antecessores, por hipocrisia ou falso pudor, fizeram às escondidas. Em cartaz, o espetáculo da partilha explícita de cargos.A eleição municipal está às portas e os partidos à caça de vantagens para enfrentá-la melhor.É na condição de aspirante à vaga de Lula que reside a força de Dilma, e também a sua fraqueza, para vencer o novo embate com o PMDB. O PT está com ela e não abre.Se estará em 2010, essa é outra conversa.
Noblat

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