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quinta-feira, junho 07, 2007

No Blog Helio Jampa [http://heliojampa.blogspot.com/2007/06/roda-de-vivos.html]

Comentário:

Dicionário Aurélio:

aspa

Datação
sXV cf. IVPM

Acepções
■ substantivo feminino
1 antigo instrumento de suplício composto por dois pedaços de madeira cruzados em X; cruz de santo André.

É notável a identidade das pessoas com os símbolos. Torturadores da lingua e dos corpos, ou das mentes, adoram usar aspas. Quando critiquei o governo do PMDB, os sectários menores que o apoiavam colocaram aspas no meu título de professor universitário. Quando critiquei o governo Collor, os sectários que o apoivam fizeram o mesmo, com as mesmas aspas. Quando critiquei o governo FHC, nos dois períodos, os sectários que o apoiavam colocaram aspas nas minhas designações, incluindo na de intelectual. Agora, quando critico o governo (?) Lulla, os que o apoiam colocam aspas, exatamente como os seus antecessores, na minha designação. Aspa: sinal usado pelos nazistas para destruir qualquer dignidade nos inimigos (leia-se Klemperer, A lingua do Terceiro Reich). Aliás, aspa é algo que aparece nos energúmenos de todas as seitas. Eles adoram aspas. Quanto a mim, confessor que não tenho prazer nenhum nelas. E as uso apenas para designar a autoria autênticas de frases, teses, etc. Mas os sectários... não as tiram da cabeça!
Roberto Romano


Terça-feira, 5 de Junho de 2007

Roda de Vivos
Assistindo, na última segunda-feira, ao programa Roda Viva, o que me veio à mente foram as críticas de que TVs controladas por governos podem se converter em instrumentos desses governos. Realmente: a TV Cultura, controlada pelo governo paulista, há muito é um braço auxiliar do PSDB. Antes, era um braço do PMDB. E antes, dos governos da ditadura.

O Roda Viva de ontem bem que poderia ser chamado de Roda de Vivos, numa alusão a um termo em desuso (vivo) que significa espertalhão. E eram mesmo espertalhões os jornalistas atucanados que ali estavam. Aliás, eram os de sempre, dos mesmos veículos - Folha, Globo, Estadão, Veja... - que estão sempre lá para encher a bola dos tucanos e atacarem o PT, quando o programa é sobre política - e até quando não é.

Foi fundamentalmente sobre política a entrevista com o filósofo da Unicamp Roberto Romano, um dos mais requisitados "intelectuais" anti-Lula e anti-PT. Não faltou nada na entrevista dele. O Roda de Vivos rodava, rodava, atacava Lula, o PT, a base aliada, inflava a pelota dos tucanos, rodava, rodava, atacava o governo federal e continuava rodando, passando sempre pelos mesmos pontos.

O ponto alto (?) do programa, em minha opinião, foi quando o "âncora", Paulo Markun, perguntou a Romano a opinião dele sobre a corrente de opinião que acha que hoje se vê mais corrupção porque ela é mais combatida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal e sobre a corrente que diz o contrário, que hoje se vê mais casos de corrupção simplesmente porque há mais corrupção.

Qualquer pessoa bem informada como Romano diria que, de fato, hoje a corrupção é mais combatida. Se não se quiser reconhecer o trabalho limpo e edificante da PF, que investiga até o irmão do presidente da República, só sendo muito cara-de-pau para não reconhecer que no tempo de FHC o Brasil não tinha um procurador-geral da República e sim um engavetador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que jamais incomodou quem o indicou para o cargo (FHC). Romano tergiversou e ficou por isso mesmo.

Quando a mídia tucana supõe que a TV pública que Lula quer criar será "chapa-branca", certamente mira no exemplo da TV Cultura.

Jornalistas tucanos já começaram a dizer que o fato de a PF ter incomodado o irmão de Lula pode ser contraposto ao de que em 1995 a nora de FHC, que era da família Magalhães Pinto, controladora do Banco Nacional, também foi indiciada. Esquecem que indiciar Ana Lúcia Magalhães Pinto era inevitável em meio a uma fraude de bilhões do banco, que contabilizava créditos podres como créditos bons para revigorar seus balanços e enganar clientes e acionistas. Já o caso do irmão de Lula, evitar incomodá-lo seria a coisa mais fácil do mundo.
Escrito por Eduardo Guimarães

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