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29/05/2007
PT cobra dízimo atrasado de 2.842
filiados que ocupam cargos federais
Quem não estiver em dia será excluído do Congresso da sigla
O PT acaba de divulgar em seu site a decisão de impor uma cobrança dura e imediata de prestações atrasadas de “dízimo” dos seus filiados que ocupam cargos de confiança na administração pública federal. Ao todo, são 2.842 comissionados pendentes que já terão de regularizar suas situações até o final desta semana –sob pena de serem excluídos dos encontros regionais partidários programados para os dias 2 e 3 de junho.
Esse número é muito, mas muito interessante. Refere-se apenas a filiados petistas ocupando cargos de confiança do governo federal referentes a 9 capitais: Belém, Goiânia, Salvador, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus e Curitiba. Não fica claro se os cargos são nessas capitais ou se os filiados é que pertencem a esses diretórios regionais --e estariam hoje comissionados em Brasília.
De todo o modo, imagine o internauta o número de petistas no país inteiro em cargos de confiança do governo federal. Imagine também quantos não estão espalhados por prefeituras e governos estaduais doando (depende do valor do vencimento) de 2% a 10% de seus salários recebidos dessas administrações públicas. Assim se constrói um partido.
O valor total da dívida dos filiados não é conhecido. Cada petista que ocupa cargos em governo se compromete a entregar 10% do seu salário para o partido. Essa tem sido uma regra desde a criação da legenda, em 1980. O próprio presidente da República, Lula, segue essa orientação.
Ocorre que muitos passaram a desrespeitar essa regra. Por algum tempo, o PT não se mexeu. Agora, depois de vários escândalos (sendo o do mensalão o mais notório), a direção petista se viu numa situação ruim, com milhões de reais em dívidas. Por essa razão há esse esforço para tentar arrancar dinheiro dos filiados.
No site do PT há uma descrição da decisão. Os devedores poderão parcelar os pagamentos em até 24 vezes.
