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quinta-feira, maio 17, 2007

No Blog Perolas, de Alvaro Caputo, uma analise de Josias de Souza.

Lembra da Operação Furacão? Pois é, virou coisa de ontem. A fila de perversões já andou. A operação da hora chama-se „Navalha ‰. Foram à garra, por ora, mais 46 pessoas. São acusadas de crimes comezinhos: mutretagem de licitações e desvio de dinheiro público destinado a obras. Entre essas obras algumas previstas, veja você, no novíssimo PAC. Vai começar tudo de novo!

Mais escandalosa do que um novo escândalo, é a insuportável reiteração de escândalos. Um atropelando outro, uns se desdobrando em outros. A reincidência dos crimes é a mais eloqüente evidência do ilógico político que enreda o país. Em tese, é salutar que o crime seja içado da zona de sombras em que se desenvolve para o nível do conhecimento público. A descoberta sugere uma atmosfera política benigna. Fica-se com a benfazeja impressão de que os transgressores estão sendo desmascarados.


Mas a repetição absurda deixa uma sensação de cansaço, de que não adianta. Resta a incômoda constatação de que reina no Brasil a inconseqüência. Ninguém paga por nada. Ora livram-se na Justiça ora são salvos pelo voto.Ninguém parece ter biografia. Ou, por outra, todo mundo é eterno candidato à reabsolvição. As urnas conferem ás almas delituosas o direito à eterna regeneração. Os crimes do poder, entre nós, não acabam em castigo. O hábito da impunidade consagra o princípio de que, acima de um certo nível de renda, nada é tão grave que justifique o desconforto além da conta. No máxima uma ou duas semanas de cadeia e alguns dias de embaraço social.À velha quadrilha sempre se sucederá uma nova. A cada prefeito, deputado, governador, policial ou magistrado pilhado em malfeitorias se seguirão outros. A um empresário comprador de facilidades sobrevirá outro.



O Brasil não é mais um país em que os escândalos vicejam como em ritmo quase diário. Não, não, absolutamente. Vai-se demonstrando, em si mesmo, uma nação intrinsecamente corrupta.



Poder-se-ia argumentar que o Brasil do povão, esse país distante dos circuitos do dinheiro e da influência, não tem nada a ver com a encrenca. Mas não é bem assim. A corrupção nasce do voto. Os mensaleiros, os sanguessugas, os Malufs, os Jáderes e outros azares não brotam por geração espontânea.Nesta quinta-feira, desceram ao xilindró outros empresários, lobistas e políticos ilustres. A lista de suspeitos inclui empreiteiro, governador , ex-governador, filhos e sobrinhos de governador, funcionário de ministério, servidor da CEF e um interminável etc. Logo serão soltos. Na Justiça, vão servir-se das chicanas de sempre. Na virada da esquina, muitos ganharão novos mandatos políticos.


Agora mesmo, a gestão Lula negocia com os sócios do consórcio governista a composição do segundo escalão. Barganha-se tudo. Ouve-se aquele indisfarçável barulhinho do tilintar de verbas e cargos, trocados por apoio congressual. Vigora um espírito de bazar que não poupa nem os bancos nem as empresas estatais. Acomodam-se na engrenagem pública uma penca de novos escândalos esperando para acontecer. O Brasil, aos pouquinhos, vai perdendo a vergonha na cara.

Blog do Josias de Souza


Comentário:

Concordo com quase todas as análises acima. Menos uma, que me parece de conteúdo e forma próprias à metafísica. Nenhum país é intrinsecamente corrupto. Seria interessante analisar os fatos absolutos de corrupção, e os relativos. Em país cuja economia se conta aos trilhões de dólares, a corrupção parece menor, porque justamente são examinados valores absolutos. Mas tome-se a via da comparação, ver-se-á um país tremendamente corrompido. Falo dos EUA, da França, da Itália (mamma mia!), da Alemanha, da Rússia, etc. E a corrupção não é genética, ou física, ela não marca desse modo. Agora, quantos, dentre os que reclamam da corrupção, analisam e denunciam (pelo menos isso!) o foro privilegiado dos políticos, os dinheiros do governo para abafar a liberdade de imprensa, etc? Quantos jornalistas têm a coragem de ouvir e dar voz aos críticos do governo? Como persona non grata em jornais a que sempre defendi, desde longo tempo desisti de publicar artigos, neles, contra o dito foro privilegiado. Ouvi, com estes ouvidos que a terra há de comer, que o tema "foro privilegiado" não dava notícia, tinha cansado. E se eu declinar o nome de quem me disse isto, bem....

O Brasil é um país não democrático, oligárquico, cesarista, no qual a cidadania paga impostos escorchantes e praticamente nada recebe em troca. Os habitantes do Jardim Europa descobriram agora que existe falta de segurança no país. Espero que breve descubram que não há saúde, educação, etc. Mas peguem os nomes dos que reclamam nos Jardins ricos de São Paulo : todos são apoiadores, inclusive com doações magnas, de Lulla e daquele grupo denominado quadrilha pelo procurador geral da república.

Eles adoram a recepção do Planalto, adoram dizer que tudo vai bem por aqui, porque as finanças vão bem para eles e seus amigos. Provem um pouco da pimenta nos olhos, para acordar! Quando Collor venceu, eu tive a infelicidade de ter meu carro quebrado na frente de seu comite central, da Avenida Brasi, nos Jardins. Vi coisas que nem em pesadelos se apresentam. Cavalheiros bem vestidos, luzidios e gordos, peruas bem vestidas, loiras falsas, todos dando gritinhos de vitória, pulando sobre o capô de seus mercedes benz e quejandos. Logo depois, no Shopping Iguatemi, me queixava da perda de uma casa, levada pelo confisco do agora amigo de Lulla. Duas senhoras bem vestidas, etc... acusaram-me de falta de patriotismo, os cavaloes de seus filhos vieram para cima de nós com os punhos fechados. Fui salvo pelo gerente da loja.

É a mesma gente oligárquica que hoje acolhe o "menino pobre que veio do nordeste para trabalhar (?) em São Paulo.
como diziam os petistas há bom tempo:

É TUDO FARINHA DO MESMO SACO!

Enfim, trata-se de uma bem agenciada política voltada para a ascensão social dos ex-querdistas e para manter os sinhozinhos na Casa Grande.

Enquanto existirem teratologias jurídicas (alô STF, alô, alô!) como o foro privilegiado, seremos assim.

Mas não é certo colocar a culpa dessa gente no povo brasileiro. Se este último fosse desonesto como os corruptos da república, não existiria mesmo o Brasil. As Casas Bahia provam a honestidade de pobres brasileiros. E todo aquele que empresta ou vende para pobre, no Brasil, não tem prejuizo. Agora, vender para os donos do poder....(ou PUDER...).
Roberto Romano

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