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quinta-feira, maio 17, 2007

No Blog Republica, de Itapeva...

16/05/2007 - 20h16 - Atualizado em 16/05/2007 - 21h17

Gravação mostra juiz oferecendo propina
Juiz acusado na Operação Furacão, da PF, teria tentado agilizar indenização da mulher.

Contato do juiz trabalhava na Casa Civil do Palácio Guanabara, no Rio.
Albert Steinberger e Vladimir Nettoda TV Globo, em Brasíliaentre em contato



Novas gravações da Polícia Federal revelam que o juiz do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas (SP) Ernesto Dória ligou para o Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, no dia 28 de fevereiro deste ano para oferecer propina a um funcionário ligado à Casa Civil do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.Dória foi acusado durante a Operação Furacão, da PF, de envolvimento com a máfia do jogo ilegal. Ao "Jornal Nacional", da TV Globo, o juiz afirmou que provará sua inocência no decorrer das investigações. De acordo com as gravações da PF, Dória queria a liberação de R$ 283 mil de indenização que o metrô do Rio de Janeiro devia a sua mulher, Nadir Maria Tolentim Dória.

Na ligação, o juiz pede ao coronel Cláudio Rosa, sub-chefe da coordenadoria militar do governo do estado do Rio de Janeiro, que libere o dinheiro, referido por Dória como uma “merreca”. Ao ser informado da gravação, o governador Sérgio Cabral exonerou o funcionário do cargo.O juiz oferece propina ao coronel e reclama de deputados estaduais que queriam cobrar pela liberação. “Agora, tinha uns malandros aí, queriam me cobrar 30%. Eu disse que 30% não dava. Eu dou 25% pra você que é meu irmão e meu amigo, mas não dou 30% pra esses caras". Em seguida, eles combinam um encontro para o dia seguinte no Palácio Guanabara. Após tomar conhecimento do episódio, o governador Sérgio Cabral exonerou o coronel Cláudio Rosa.
Durante a conversa, o juiz Ernesto Dória usa diversas vezes o nome do governador Sérgio Cabral. Na mesma conversa, Dória revela que não deixou que a carta precatória que iria pagar a indenização fosse emitida por recomendação do governador do Rio.“Eu não deixei tirar carta precatória porque eu falei com o Sérgio (Cabral) e o Sérgio disse assim: 'Ernesto, tô assumindo o governo, não deixa tirar a carta precatória’. Eu não deixei tirar a carta precatória”.

O magistrado afirma que o governador Sérgio Cabral teria descoberto uma forma de realizar o pagamento: “É passar esse dinheiro pra Companhia do Metropolitano. Como ela ganhou em primeira, segunda e terceira instância. Não tem recurso mais pra Brasília, o Sérgio viu uma forma, a assessoria jurídica, de autorizar o pagamento”. A Polícia Federal identificou pelo menos 12 gravações telefônicas em que o juiz Ernesto Dória tenta a liberação do dinheiro. As ligações começaram ainda no ano passado com contatos do magistrado com alguns deputados estaduais da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e outros políticos.Em uma das gravações, o juiz conversa com o seu advogado sobre a estratégia de liberação do dinheiro e confessa que usaria de meios políticos para resolver o assunto.


O dinheiro citado é referente a uma indenização de reparação por danos materiais ganho pela mulher de Dória. Nadir Maria Tolentim Dória era proprietária da empresa Lanches Rio Linda e tinha uma franquia da lanchonete Casa do Pão de Queijo.
O estabelecimento, localizado na Rua Figueiredo de Magalhães, teve que ser desapropriado no decorrer das obras da estação de metrô Siqueira Campos. Na ação ganha por Nadir, a proprietária teria direito a pouco mais de R$ 283 mil, que seriam pagos através de cartas precatórias.O dinheiro da indenização não foi liberado. O processo está em fase de execução no Fórum do Rio de Janeiro.

Portal G-1, Globo.

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