Powered By Blogger

domingo, maio 27, 2007

E finalmente chegou o dia da festa! O "libertario" da CUT mostra a sua face real, a de social climber. Nada mais.

Governo transforma Luz para Todos em feudo do PT
No centro de escândalo, programa é tocado por políticos derrotados e egressos da CUT

Só 9 dos 26 coordenadores regionais do projeto, que procura levar energia elétrica a toda a população, têm claro perfil técnico

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No centro do escândalo da Operação Navalha, que derrubou o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), o Programa Luz para Todos entrou no loteamento político do governo federal como um feudo de petistas e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Lançado em 2004, o programa de eletrificação rural rende bons dividendos políticos ao governo. Com R$ 7,5 bilhões já contratados, almeja universalizar o acesso à energia elétrica até o ano que vem, beneficiando 2 milhões de famílias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em mais de uma oportunidade, elogiou o programa durante discursos pelo país.
Na última terça-feira, Rondeau pediu demissão, após a Polícia Federal ter apontado suposto recebimento de R$ 100 mil em propina da construtora Gautama para fraudar obras do programa no Piauí. O coordenador nacional do Luz para Todos, José Ribamar Lobato Santana, também caiu por causa do escândalo.

Santana chefiava uma equipe de 26 coordenadores regionais. Eles percorrem seus Estados vendendo os benefícios do Luz para Todos, frequentando gabinetes de parlamentares e autoridades estaduais, articulando com movimentos sociais, inaugurando postes de luz e colocando placas de promoção. Exercem funções de alto potencial político.
Muitos dos caciques regionais do Luz para Todos aliam trabalho na área energética com perfil político. Há casos de candidatos pelo PT que perderam eleições no passado, como os coordenadores no Rio Grande do Sul, Acre e Amapá.

Outros são egressos da máquina da CUT, em geral ex-diretores de sindicatos de trabalhadores em energia ou serviços urbanos. Exemplos são os coordenadores no Rio de Janeiro, Rondônia, Espírito Santo e Pará.Há ainda simpatizantes que fizeram campanha aberta para Lula e o PT no ano passado, alguns com doações, como os coordenadores na Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Os responsáveis com perfil eminentemente técnico são minoria nas coordenações regionais -estão em 9 dos 26 Estados atingidos.As nomeações para as coordenações são feitas pelo Ministério de Minas e Energia. Muitos dos gerentes estaduais são petistas e cutistas que integram os quadros da Eletrobras."Trabalho na Eletronorte, bato ponto todo dia. A influência partidária na minha indicação foi zero", diz Paulo Luiz da Silva, coordenador no Amapá.Além de sindicalista, Silva tentou ser deputado estadual pelo PT em 2002. Repetindo o padrão dos petistas alocados no programa, perdeu. Também colocou um representante da CUT na coordenação estadual do projeto.

No Espírito Santo, o programa é tocado por um diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Energia (CUT), Paulo Alves Gobira, que também diz ter perfil técnico. "Sou funcionário de Furnas há 28 anos."
No comando do projeto, ele diz que trabalha com apoio da Igreja, sindicatos rurais e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). "Somos parceiros".

Outros aliados do governo também têm seus apadrinhados. No Maranhão, o gerente regional, Luiz Adriel Vieira Neto, é um aliado da família Sarney que foi "resgatado" após ter sido exonerado da direção da Cepisa (Companhia Energética do Piauí), há dois anos. A então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, apontou "problemas de gestão". Alguns meses depois Vieira Neto assumia o Luz para Todos no Maranhão, onde permanece até hoje.

O Luz para Todos é um programa do governo federal para levar energia elétrica a toda a população. Ele é financiado com recursos de fundos do setor elétrico (CDE e RGR), bancados por encargos embutidos nas tarifas de energia pagas pelos consumidores. Esses fundos são geridos pelo governo.

De acordo com os últimos números do Ministério de Minas e Energia, o programa já tinha contratado R$ 7,52 bilhões. Desse total, R$ 1,05 bilhão foi bancado por governos estaduais, R$ 1,13 bilhão pelas próprias distribuidoras e o restante pelos fundos geridos pelo governo federal. Com o programa foram feitas 1,176 milhão de ligações elétricas. Para cumprir as metas, será preciso fazer mais 824 mil ligações.

Arquivo do blog