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sexta-feira, maio 25, 2007

Folha de São Paulo, 26/05/2007.

TRANSPARÊNCIA

Justiça na América Latina está entre mais corruptas, diz estudo
DA REDAÇÃO

A América Latina tem praticamente o mesmo grau de corrupção no Poder Judiciário que a África, segundo estudo da ONG Transparência Internacional (TI), divulgado ontem.

Um em cada cinco latino-americanos teve que pagar alguma propina ao sistema judiciário, de acordo com a pesquisa, que entrevistou 60 mil pessoas em 62 países.

Cerca de 80% dos entrevistados em países como Bolívia, Peru, México e Paraguai acham o Judiciário corrupto. O relatório da TI também aponta o aumento de interferências políticas e pressões dos governos no Judiciário, em países como Argentina e Equador.

Em relação aos argentinos, o estudo cita a interferência maior do governo Kirchner no Conselho da Magistratura, que designa, transfere e disciplina os juízes.

No Equador, diz que a remoção dos nove juízes da Corte Constitucional pelo Congresso mina a independência do Poder Judiciário.

A TI classificou a Justiça brasileira de "lenta mas relativamente honesta". O relatório faz uma pequena comparação entre Brasil e Argentina. Em comparação com a Argentina, a TI avalia que o Brasil tem um sistema judiciário menos sujeito às pressões ou à corrupção.

"As diferenças podem ser atribuídas à maior independência das Justiças federal e estadual no Brasil, enquanto na Argentina há tradição de maior interferência política nos níveis federal e provincial", avalia o relatório.

Na Argentina, o ex-presidente Carlos Menem ampliou o Supremo de cinco para nove juízes, e o atual mandatário, Néstor Kirchner, trocou boa parte deles.

Segundo a Transparência, os países onde a população percebe sua Justiça como menos corrupta são Dinamarca, Cingapura, Suécia, Finlândia e Noruega.

Com agências internacionais

Comentário:

O que significa mesmo "relativamente honesto" ? Bem, desde agora, graças à Transparência Internacional, poderemos enunciar frases como "a donzela é relativamente virgem, mas está relativamente grávida". E não atentaremos contra a lógica. Claro, num país relativamente democrático, com partidos relativamente governistas e outros relativamente oposicionistas, com sindicatos relativamente independentes, imprensa relativamente livre, empresários relativamente honestos, intelectuais relativamente autônomos, quem sabe, até Deus para nós, brasileiros, seria relativamente existente.

Brasiu...o país do Pesadelo Perpétuo.

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