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sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Blog Perolas de ALVARO CAPUTO...uma seleçao de perolas.

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Resumo do dia nas manchetes dos jornais e dos posts dos blogs....

Muito cartão para pouco governo

Rolf Kuntz no Estado

A farra dos cartões.....


Reportagem de O Estado de Minas detalha a farra dos cartões corporativos: na Universidade Federal de Uberlândia, o maior sacador com os cartões é Paulo Sérgio Duarte de Freitas, motoboy da reitoria. Em um ano, ele movimentou R$ 46,7 mil. Outra funcionária, a servente de limpeza Terezinha Maria dos Santos, retirou R$ 15,5 mil para o pagamento de diária a motoristas. O caso mais emblemático do descontrole com os cartões continua sendo o da secretária de Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. A seção painel da Folha relata que entre 17 de dezembro de 2007 a 1º de janeiro, Matilde gastou R$ 2.969,01. Detalhes: segundo o site da secretaria , ela estava de férias. Só na véspera do Natal, a ministra pagou R$ 1.876,90 para uma locadora de carros. No dia 17, o primeiro das férias, Matilde gastou R$ 104 no bar paulistano Canto Madalena. É o que o blogueiro Ricardo Noblat batizou de “bolsa-ministro”, a forma que o governo encontrou para aumentar os ganhos do pessoal de primeiro escalão sem ter que fazer um reajuste oficial de salários

Blog da Época

Enquanto se desdobra para explicar os R$ 171 mil que gastou no cartão corporativo no ano passado, a ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) terá uma tarefa extra: justificar despesas de R$ 2.969,01 de 17 de dezembro de 2007 a 1º de janeiro. O site do ministério informa, sobre o período: "A ministra Matilde Ribeiro está de férias até 1º de janeiro de 2008".
Entretanto, o cartão de Matilde não parou de registrar gastos. Só na véspera do Natal, a ministra pagou R$ 1.876,90 para uma locadora de carros. No dia 17, o primeiro das férias, Matilde gastou R$ 600 no aluguel de veículos, R$ 303 de hotel, R$ 86,46 num restaurante e, finalmente, R$ 104 no bar Canto Madalena, notório reduto de petistas na zona oeste de São Paulo

Folha

O governo gastou, só em dezembro de 2007, mais de R$ 6,2 milhões com cartões corporativos. O segundo maior gasto, no mês, é da Fundação IBGE, do Ministério do Planejamento, que torrou R$ 1,18 milhão, dos quais quase R$ 1 milhão foram sacados em caixas eletrônicos. A unidade do IBGE em Minas Gerais gastou R$ 145 mil, dos quais R$ 141,8 mil foram sacados por 84 funcionários que têm acesso ao cartão corporativo. É uma festa. Entre 3 e 19 de dezembro, apenas um funcionário do IBGE no Mato Grosso do Sul sacou mais de R$ 13 mil, cash, entre os quais 11 saques de R$ 1 mil.

Claudio Humberto

Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, e Jorge Hage, ministro da Controladoria Geral da União anunciaram hoje novas regras para o uso dos cartões corporativos. A primeira regra proíbe que os donos dos cartões corporativos saquem dinheiro em espécie. Antes, se, por exemplo, um assessor que tivesse um cartão com limite de R$ 8 mil quisesse sacar os R$ 8 mil, podia. Depois era só apresentar uma nota fiscal justificando o gasto.

O problema é que a nota fiscal ficava à disposição apenas do Tribunal de Contas da União. Ninguém mais tinha acesso a ela, o que poderia gerar suspeitas. Apesar de restringir os gastos, a regra tem um porém: ainda podem sacar dinheiro os donos dos cartões que trabalhem na presidência, vice-presidência, ministérios da Saúde, Fazenda, Polícia Federal, repartições do Ministério das Relações Exteriores e despesas de caráter sigiloso (geralmente relacionado a Agência Brasileira de Inteligência).
Outro porém: ministros de estado, "caso tenham uma justificativa" – podem autorizar o saque de até 30% do total que seu respectivo ministério tem para gastar com os cartões. A justificativa pode ser, por exemplo, uma ação sigilosa ou uma ação no interior do país, onde dificilmente o comércio aceita cartão de crédito.

Noblat

Os Pensamentos do Dia
Há exatos 40 anos os americanos passaram por um trauma militar que tem conseqüências políticas até hoje. Em janeiro de 1968, numa ação complexa, sofisticada e bem planejada, o exército do então Vietnã do Norte e o Vietcong lançaram a ofensiva do Tet (assim denominada devido aos feriados de três dias do Ano Novo vietnamita, no final de janeiro). A surpresa foi total e os guerrilheiros vietcongues conseguiram invadir até mesmo a bem defendida Embaixada dos Estados Unidos em Saigon.

Do ponto de vista estritamente militar, a ofensiva do Tet acabou sendo uma catástrofe para o Vietcong, que perdeu em três meses de combates quase dois terços dos efetivos (e não mais recuperaria a antiga força e a iniciativa, a cargo a partir dali do exército regular do Vietnã do Norte). Mas os americanos, que não perderam nenhum dos grandes confrontos militares no Vietnã, sofreram em janeiro de 1968 uma derrota política da qual não mais se recuperariam – ao contrário, janeiro de 1968 vale como o início de uma virada que só terminaria com a retirada completa sete anos mais tarde.

John McCain, o homem que lidera a corrida entre os republicanos pela nomeação de seu candidato à presidência, é um veterano daquela época. Piloto de combate da Marinha, foi abatido sobre Hanói em 1967, fraturou os dois braços e uma perna, foi torturado e, quando recebeu uma oferta de libertação, disse que só iria embora se os outros prisioneiros de guerra fossem com ele.

Existe na sociedade americana o culto do indivíduo herói, do líder destemido e, principalmente, da idéia da lealdade e do patriotismo sob quaisquer circunstâncias. É um fator político-psicológico de primeira linha e, se McCain acabar sendo o presidente americano, devolve à Casa Branca uma geração de políticos que sabe perfeitamente bem o que significa uma guerra (o piloto de guerra Bush pai foi abatido em águas japonesas em 1945; John Kennedy também entrou em combate no mesmo conflito, para não falar de Eisenhower).

McCain atribui a si a decisão que Bush tomou, há quase um ano, de reforçar consideravelmente o número de militares americanos empregados exclusivamente na segurança de Bagdá. Não é só uma lição militar (o comandante americano no Vietnã, William C. Westmoreland, exigiu e conseguiu cada vez mais tropas, com cada vez menos resultados). McCain entendeu que o significado político de “apaziguar” Bagdá (não importa quanto isso dure, evidentemente) era bem mais importante do que a resistência, no eleitorado americano, a mandar mais gente morrer numa guerra impopular e desastrosa.

Não deixa de ser curioso (trágico, se o leitor preferir) que uma das perguntas que mais se repete aos eleitores americanos, nas pesquisas de opinião, é a célebre “quem você acha que está melhor preparado para ser comandante-em-chefe das Forças Armadas?” E que numa época de crise econômica, as pesquisas indiquem – e não é paradoxo algum – que boa parte dos eleitores prefere alguém que seja capaz de mostrar liderança, e nem tanto quem demonstre ter grandes conhecimentos de economia (como é o caso do principal adversário de McCain entre os republicanos, o milionário e empresário Mitt Romney).

Há grandes temas, bastante abrangentes, que tem enorme peso na eleição americana: raça, religião, segurança nacional, segurança social. Mas num país no qual uma das piores ofensas é ser chamado de “loser” (perdedor), é bom prestar atenção nesse estado de espírito (não encontro outra expressão) que dá ao combate, ao militar e ao veterano uma importância que não se vê em outros países ocidentais.

William Wack no seu blog

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